A Folha trouxe também a cobertura dos primeiros eventos dentro d'A Feira do Livro, montada na praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo. O jornal relata os encontros do público com o moçambicano Mia Couto e o ativista indígena Ailton Krenak.
O Estadão publicou uma matéria sobre Lettres à Horace Finaly (Cartas a Horace Finaly), lançado nesta quinta-feira (09) na França. É uma compilação de 20 cartas escritas por Marcel Proust (1871-1922). Foram editadas por Thierry Laget, que selecionou aquelas em que o autor de Em busca do tempo perdido relata ao banqueiro Finaly, um de seus melhores amigos, a dificuldade para se livrar de um amante, Henri Rochat. Proust teve de enviar o rapaz suíço ao Brasil, onde conseguiu um emprego para ele, na tentativa de afastá-lo depois que Rochat demonstrou querer mais do que um simples caso com o escritor.
O Estadão também publicou entrevista com Patrícia Melo, que lançou Menos que um (LeYa), um romance sobre pessoas em busca de sobrevivência. Morando na Suíça desde 2010, a autora ficou surpreendida com o aumento de pessoas morando nas ruas de São Paulo quando veio lançar o livro Mulheres empilhadas, em 2019. Criou então a história com uma série de personagens que perambulam pela cidade, como camelôs, flanelinhas, desempregados, bêbados, ladrões, craqueiros e catadores.
O Globo reuniu três eventos deste final de semana para discutir a volta das feiras presenciais de livros. Estão na pauta A Feira do Livro, em São Paulo, a primeira Feira de Livros do MAM, no Rio de Janeiro, e a feira e-cêntrica, em Goiânia. O texto também projeta a POC COM, evento de quadrinhos LGBTQIA+, no próximo dia 18, o Salão do Livro Político, de 20 a 24, e a 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, de 2 a 10 de julho.
Entre as poucas críticas literárias da semana na chamada "grande imprensa", destaque na Folha para o quarto livro de Ariana Harwicz. No romance Degenerado (Sextante), a escritora mergulha na mente de um acusado de estupro. É um monólogo sufocante, narrado pelo próprio acusado, em que a autora evita certezas definitivas, apenas questiona as relações entre o criminoso e a comunidade. Assim, a escritora argentina continua com foco em histórias pesadas, como em seus livros anteriores: A débil mental, Morra, amor e Precoce.
Vale destacar que nesta semana as editorias de cultura dos principais jornais brasileiros deram pouca atenção a notícias ligadas a livros. O espaço foi bastante ocupado com o noticiário da polêmica sobre shows de astros sertanejos pagos com dinheiro público, objeto de cobertura maciça em todos os veículos.