Apanhadão: Folha lista novas livrarias de rua em São Paulo
PublishNews, Redação, 16/05/2022
O Globo destaca livro de contos do polêmico cineasta americano Ed Wood, que traz ilustrações de Laerte; no Estadão, uma entrevista com o filósofo e economista americano Francis Fukuyama, que lança obra na qual defende os valores liberais clássicos

A Folha trouxe reportagem sobre a abertura de dez livrarias de rua na cidade de São Paulo, a maioria delas abertas nos últimos 12 meses. A lista já inclui a Drummond, que tem abertura agendada para julho, no Conjunto Nacional. Nas entrevistas com os livreiros, o repórter Walter Porto destaca que a palavra “paixão” é utilizada mais vezes do que a palavra “negócio”. As demais livrarias listadas pelo jornal são Cabeceira, Ponta de Lança, Gato sem Rabo, Livraria do Brooklyn, Pulsa, Megafauna, Ria Livraria, Miúda e Pé de Livro. PublishNews já entrevistou os donos de várias delas (clique nos links para acessar as matérias).

Também na Folha está uma resenha sobre Segunda casa (Todavia), novo livro da canadense Rachel Cusk. Conhecida mundialmente pela trilogia Esboço, a autora conta agora a história da mecenas de arte americana Mabel Dodge Luhan (1879-1962). Em mais uma obra na qual tenta extrair o essencial na experiência feminina, Cusk resgata a vida dessa mulher que usou sua herança para ajudar artistas novos, mas acabou esquecida pela maior parte da literatura dedicada à arte americana.

No Globo, o destaque foi para Ed Wood Jr.: contos e delírios (DarkSide Books), coletânea de histórias curtas lançadas no início dos anos 1970, escrita por este que é considerado, de um modo quase folclórico, o pior diretor de cinema da história de Hollywood. Ed Wood (1924-1978) era mesmo uma figuraça. Suas ideias eram delirantes, e seus filmes, pessimamente realizados. Por isso mesmo, ganharam status de sucesso cult longas como Plano 9 do espaço sideral, Glen ou Glenda e A noiva do monstro, lançados nos anos 1950. Seu livro de contos segue a tradição de bizarrices de suas produções no cinema. Um detalhe: o livro é ilustrado pela cartunista Laerte, fã do cineasta.

O Globo também dedicou espaço a Samarcanda (Tabla), romance do escritor franco-libanês Amin Maalouf que trata do dilema entre medo e violência. O livro tem como fio condutor a figura de Omar Khayyan (1048-1131), literato, filósofo, médico e astrônomo que também é autor de Rubáiyát, conjunto de poemas cujo original se perdeu, mas que na ficção de Maalouf reaparece em meados do século 19. A narrativa se divide em duas partes, uma no século 11, quando Khayyan escreve sua obra-prima, e no século 19, com a busca de um americano pelo manuscrito.

No Valor, há uma análise de As convidadas (Companhia das Letras), livro de contos da argentina Silvina Ocampo (1903-1993). Ela já teve publicados no Brasil A fúria e Antologia da literatura fantástica, que organizou em conjunto com seu marido, Adolfo Bioy Casares, e Jorge Luís Borges, com textos de autores como Kafka, Joyce e Julio Cortázar. Em As convidadas, publicado originalmente em 1961, os 44 contos mostram muito da proposta da autora em criar incômodo para o leitor, com absurdos que brotam sem parar de situações comuns como convivência familiar, afetos e contraste entre classes sociais.

O Estadão publicou entrevista com o filósofo e economista americano Francis Fukuyama, que acaba de lançar nos EUA Liberalism and its discontents (Farrar, Straus & Giroux), uma defesa curta e firme dos valores liberais clássicos contra aquilo que ele vê como ameaças tanto da esquerda identitárias quanto, muito mais perigosamente, da direita populista e nacionalista. Na entrevista, original do jornal The New York Times, ele faz previsões sobre a crise na Ucrânia. Fukuyama teve sucesso mundial com seu ensaio Fim da história?, de 1989, onde ele comentava que o declínio do comunismo marcava o fim de uma grande luta ideológica e a universalização da democracia liberal ocidental.

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[16/05/2022 08:00:00]