Movimentando o mercado global do livro, a Bertelsmann está no processo para adquirir a editora americana Simon & Schuster; a HarperCollins comprou a Houghton Mifflin Harcourt; e a Workman foi adquirida pela francesa Hachette - que por sua vez atraiu o interesse de outro grande grupo de mídia na França, a Vivendi. E no mercado de audiolivros, por exemplo, empresas suecas como Storytel e Nextory estão adquirindo editoras e plataformas em todo o mundo. Na visão de Robin Warner, mesmo com todas essas mudanças, as editoras se mostraram cautelosas nas suas decisões comerciais e estratégicas. "Ainda estamos sob o efeito do covid então é necessário olhar ainda mais para frente e de maneira cuidadosa", lembrou.
Além de examinar os grandes negócios editoriais na América do Norte e na Europa, a sessão também abordou as mudanças no varejo, incluindo a consolidação de cadeias de livrarias na Alemanha. Para Klaus Driever, a diversidade de livrarias na Alemanha é o que ajuda a fazer a diferença no mercado do país. "Elas entendem o valor das editoras e vice versa". Quando perguntado sobre qual a próxima tendência do mercado, Klaus analisou. "Quando olho para a indústria do livro, acho que o melhor que poderia acontecer é tentar entender as necessidades do consumidor e tentar combinar o físico com o digital. Temos agora que olhar para o lado do consumidor. A digitalização está mudando o comportamento dele então temos que reinventar".
O crescimento da preocupação das editoras com ofertas crossmedia também foi abordado. "A indústria realmente precisa se adaptar mais nesse conceito de interação de mídia. As editoras meio que ficaram para trás nesse assunto, mas a indústria editorial é muito criativa e tem muito conteúdo, então elas deveriam procurar mais maneiras de interagir seus livros com outros meios", analisou Driever.
A conversa sobre o movimento dos grandes grupos editoriais acontece poucos dias depois do anuncio do relatório anual Global 50, ranking que reúne as maiores editoras do mundo e é produzido por Ruediger. Uma análise do documento será publicado nesta quinta (21).
Além do CEO Talk
Carlo, fundador do PublishNews e um dos idealizadores do Reboot, acompanha a feira de perto. Para ele, este ano a feira é um evento de resistência. "Não acho que é para comparar com as feiras normais. É para comemorar que com todas as dificuldades conseguiram organizar uma feira - que está bem menor que o normal - e nesse sentido, o CEO Talk também fez o seu papel de continuar existindo, mesmo diante das dificuldades". Ainda segundo Carlo, o painel trouxe uma discussão de qualidade com dois convidados interessantes.