Agora, Sergio, neto da matriarca dos Herz e quem está no comando da empresa, faz um retorno às origens e anuncia o +Cultura Pass, serviço de assinatura em que o cliente poderá pegar livros emprestados (um por vez) nas lojas e devolvê-los em até 30 dias, sem precisar necessariamente comprá-lo. Caso não seja devolvido no período, a Cultura entende que o assinante quer ficar com o livro e cobra o valor de capa, com desconto de 20%.
“Costumo dizer que a dona Eva Herz, em 1947, fundou uma livraria já praticando a tão em voga economia compartilhada. O +Cultura Pass não é só um retorno às origens. É também um serviço inédito que tem como objetivo atrair cada vez mais clientes para as livrarias físicas sem deixar de oferecer uma conexão profunda com o digital”, comentou Sérgio em conversa com o PublishNews na manhã dessa quinta-feira.
O serviço custa R$ 14,90 e, no primeiro mês, o assinante paga R$ 9,90, mas pode optar por pagar o plano anual, por R$ 147,73. Sergio adianta que praticamente todo o catálogo disponível na Cultura fica disponível àqueles que aderirem ao +Cultura Pass. Novidades ficarão disponíveis depois de 30 dias do lançamento. Livros raros, revistas, livros com brinquedos e didáticos ficam de fora do modelo de assinatura.
Sergio explicou ainda que o acerto com a editora será feito assim que o cliente devolver o exemplar. E, depois de usado pelo cliente, o livro será colocado à venda, como usado, tanto nas lojas quanto no site da varejista, por meio do Sebo Cultura e poderá ser tomado emprestado novamente por outro assinante.
Além do acesso aos livros, o assinante do +Cultura Pass terá descontos de 20% nos livros e de 15% nos demais produtos vendidos nas lojas físicas, no site da varejista e também acesso ilimitado à Ubook, plataforma de audiolivros.
O objetivo, explica Sergio, é tornar a Cultura mais acessível a todos. “O +Cultura Pass faz com que o mesmo livro possa ser lido por muito mais pessoas, com preço mais acessível”, diz.
“Esse movimento é apenas a ‘Ponta do Iceberg’ na nossa estratégia de unir cada vez mais o mundo físico e o digital e entregar experiências relevantes para nossos consumidores. Em breve novas surpresas”, promete o herdeiro de dona Eva Herz.
Situação da Cultura
A livraria, como é do conhecimento dos assinantes do PN, está em recuperação judicial desde outubro de 2018. Com a instalação da pandemia no Brasil, o negócio foi frontalmente afetado e a empresa apresentou aos credores um novo plano de recuperação judicial. Em setembro, parte dos credores reprovou o plano e o caso foi para as mãos do juiz Marcelo Barbosa Sacramone, que determinou que a varejista comprovasse o cumprimento do plano, sob pena de falência. Isso porque, dois credores - a consultoria JBQ e a editora Estação Liberdade - alegaram, depois de anunciado o resultado, que votaram errado e pediram revisão de seus votos.
A empresa recorreu e, na segunda instância, ganhou mais prazo. O caso caiu para o desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, da primeira Câmara de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, que entendeu que a decisão caberia ao colegiado. Desde então, a decisão do juiz de primeira instância está suspensa.
Em janeiro, o desembargador Pereira Calças desligou-se da Primeira Câmara e devolveu o processo para ser redistribuído. Pelo que consta no sistema do Tribunal de Justiça, o processo está estacionado desde o dia 26 de fevereiro.