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O ‘pai da consignação’
PublishNews, Redação, 06/08/2020
Ivo Camargo é a personalidade da semana no PublishNews Entrevista, programa que quer compor a memória editorial brasileira

Ivo Camargo | © André Argolo
Ivo Camargo | © André Argolo
A Rua Barão de Itapetininga, no centro histórico de São Paulo é, ainda hoje, um local para onde muita gente que está em busca de empregos vai. E foi lá que começou a história de um dos grandes nomes do comércio de livros no Brasil: Ivo Camargo, o convidado desta semana do PublishNews Entrevista, programa que quer compor um arquivo da memória editorial brasileira.

Ele trabalhava em um supermercado e o salário modesto – ele queria ter o seu primeiro carro! – o levou até a Barão de Itapetininga. Um anúncio publicado no Estadão dizia que uma editora procurava vendedor. A fila era enorme, mas logo foi alertado por um dos candidatos que já tinha passado pela entrevista que aquilo era uma furada e que o bom mesmo era ser divulgador em editoras de livros didáticos.

Nesse mesmo dia, ele embarca num ônibus rumo à Vila Mariana, onde ficava a recém-lançada Atual Editora, que estava contratando divulgadores. “O salário era três vezes o do supermercado”, conta. O jovem paulistano da Mooca assina com a nova editora e ali fica por oito anos, até que é chamado por José Henrique Grossi para fazer parte do time da BestSeller, na época ligada à Nova Cultural. O livro, objeto que tinha lugar garantido na sua casa desde a infância, passa a ser o seu ganha pão. E foi ali o começo de uma grande história. “Eu acho que fui picado por esse bichinho do livro”, disse na entrevista à André Argolo.

Depois da BestSeller, Ivo ajudou a transformar o mercado editorial. Esteve já nos primeiros tempos da Companhia das Letras, fundada por Luiz Schwarcz, um revolucionário na opinião de Ivo. Para ele, o livro se modificou com o editor. “A Companhia mexeu demais com o mercado”, disse.

Uma dessas mexidas foi com a implantação de sistemas de consignação, hoje reinante na relação entre editoras e livrarias. Ivo conta os bastidores da criação deste modelo. O Brasil enfrentava inflações galopantes o que desvalorizava muito rapidamente o preço dos produtos. “O livro não dava dinheiro. Era um ralo!”, contou.

Foi aí que a equipe da Companhia teve a ideia: consignar os livros. Primeiramente a um grupo pequeno de cinco livrarias. “Em pouco tempo, isso se espalhou para todo o país”, contou na entrevista. “De repente, não teve outra saída e todo mundo entrou [no modelo]”, disse o “pai da consignação”. “A consignação, para mim, é clara: se você me ajudar e eu te ajudo. Então, faça o acerto que está tudo bem”, completou.

O PublishNews Entrevista é um oferecimento do #coisadelivreiro, consultoria em marketing e inteligência de negócios para o mercado editorial. Além de estar disponível no canal do PublishNews no YouTube, este episódio está disponível em áudio também pelas plataformas digitais: Spotify, iTunes, Google Podcasts e Overcast.

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