Caminhoneiros vencem os namorados e fazem varejo de livros cair no Brasil
PublishNews, Leonardo Neto, 24/07/2018
Como reflexo da greve de caminhoneiros, varejo de livros perde 2,92% do seu faturamento em junho. Nem Dia dos Namorados ajudou a reverter essa queda.

Depois de sucessivos crescimentos, varejo de livros cai em junho. Instituto de pesquisa aponta greve de caminhoneiros como motivo para queda | © Gabi Soutto Mayor / Leitura Shopping
Depois de sucessivos crescimentos, varejo de livros cai em junho. Instituto de pesquisa aponta greve de caminhoneiros como motivo para queda | © Gabi Soutto Mayor / Leitura Shopping

No mês passado, quando a Nielsen e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgaram os resultados do quinto Painel das Vendas de Livros no Brasil, ficou um alerta no ar: o varejo de livros mantinha a sua trajetória de ascensão, mas as perspectivas de futuro próximo eram de que essa curva tenderia a apontar para baixo já que não estavam computados ali os reflexos da greve dos caminhoneiros e nem os da Copa.

Agora, eles divulgam os resultados do sexto Painel do ano e o que se vê é uma queda de 2,92% no faturamento apurado pelas livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento com a venda de livros. Em números absolutos e na comparação com igual período do ano passado, o faturamento caiu de R$ 111.120.486,23 para R$ 107.872.633,83. Em volume, a queda foi de 4,11% ou de 2,90 milhões de exemplares vendidos em 2017 para 2,78 milhões em igual período de 2018.

Lembrando que o sexto período é referente a 21 de maio a 17 de junho, ou seja, pega toda a greve dos caminhoneiros, mas só o início da Copa, período em que tradicionalmente as vendas caem no varejo livreiro. O Dia dos Namorados, data importante no calendário do setor, também está dentro do período, mas nem isso foi suficiente para superar os reflexos gerados pela greve dos caminhoneiros.

Os resultados deste sexto período interrompem uma trajetória que vinha apontando para cima desde fevereiro de 2017, quando o varejo começou a sua recuperação diante de um ano muito ruim como foi 2016. No entanto, pouco alterou a régua do acumulado do ano, que apesar dessa queda de junho, vem tendo um saldo positivo. Em valor, o crescimento é de 11,69%, fechando as 24 primeiras semanas de 2018 em R$ 965.603.785,18 ante os R$ 864.566.293,12 apurados em igual período do ano passado. Variação positiva também no volume. De janeiro até junho, foram vendidos 21,36 milhões de exemplares ante os 19,87 milhões vendidos em 2017, crescimento de 7,5%.

Ismael Borges, gestor da ferramenta Bookscan, que monitora o mercado livreiro no País, alerta que o próximo relatório compreenderá o período da Copa, ou seja, é possível que haja aí uma nova queda. Segundo ele, essa “queda já era esperada devido à greve dos caminhoneiros e também em razão do início da Copa do Mundo. É importante estar atento ao próximo período, que refletirá de fato o foco dado ao evento esportivo”.

Clique aqui para conferir a íntegra do Painel.

[24/07/2018 08:55:00]