Varejo de livros tem novo crescimento em maio, aponta Nielsen
PublishNews, Leonardo Neto, 20/06/2018
Quinta edição do Painel das Vendas de Livros no Brasil em 2018 evidencia crescimento de 11,78% no faturamento de livrarias

Varejo de livros cresce novamente, apesar das notícias - muitas delas catastróficas - sobre o setor | © Telma Kobori
Varejo de livros cresce novamente, apesar das notícias - muitas delas catastróficas - sobre o setor | © Telma Kobori

As notícias que chegam do varejo não são das melhores. Atraso de pagamentos, fechamento de lojas e outras notícias quase apocalípticas fazem parte das rodas de conversas sobre o setor. Na contramão disso, no entanto, as pesquisas que medem a venda de livros na boca do caixa das livrarias apontam crescimentos constantes nas vendas desde fevereiro de 2017, evidenciando que a crise pode não ser exatamente por falta de demanda.

Uma dessas pesquisas é o Painel das Vendas de Livros no Brasil realizado conjuntamente pela Nielsen e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

Na sua quinta edição de 2018, o relatório aponta que houve novo crescimento tanto no número de exemplares vendidos quanto no faturamento. No período analisado (23/04 a 20/05), foram vendidos 3,3 milhões de exemplares. Isso representa crescimento de 10,23% na comparação com 2017, quando livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento monitorados pela Nielsen venderam 2,9 milhões de cópias. Em valor, o crescimento foi de 11,78%, saindo de R$ 116,8 milhões apurados em 2017 para R$ 130,6 milhões, em 2018.

É importante observar que o período a que o relatório se refere é anterior à greve dos caminhoneiros. Ou seja, ele não reflete esse momento que só será analisado na sexta edição do Painel, a ser publicado no próximo mês. Ainda olhando para o futuro, Ismael Borges, gestor da Bookscan, ferramenta da Nielsen que monitora o varejo de livros, alerta que a trajetória de bons resultados pode ser interrompida nos próximos meses. “Esses bons resultados não podem nos fazer perder de vista que os próximos períodos serão desafiadores. Teremos como mensurar o impacto da crise dos caminhoneiros, além da abertura da Copa do Mundo. O varejo deve sentir algum efeito, mais provavelmente concentrado no sétimo período”, comentou.

No acumulado do ano, o varejo apresenta crescimento de 13,84% em valor e de 9,49% em volume. Em números absolutos, quer dizer que nas 20 primeiras semanas de 2018 já foram vendidos 18,6 milhões de exemplares o que redundou em faturamento de R$ 857,7 milhões. Em igual período de 2017, o varejo tinha vendido 16,9 milhões de exemplares e faturado R$ 753,4 milhões.

Desconcentração

Um ponto de atenção desta edição do Painel é a queda da importância dos Top 500 e Top 5 mil títulos mais vendidos. Pela análise da Nielsen, essa desconcentração pode ser traduzida como uma menor dependência sobre os títulos mais vendidos e uma busca maior de fundo de catálogo, parte em função de promoções realizadas no período. A variação nos Top 500 foi negativa em -2,33 pontos percentuais (pp) em volume e de -0,83 pp em valor. Olhando para os 5 mil títulos mais vendidos, essa variação negativa foi ainda mais acentuada. Em volume, foi de -9,14 pp e em faturamento, -6,61pp.

Clique aqui para conferir a íntegra do relatório.

[20/06/2018 09:10:00]