Líder de mercado na Argentina, PRH espera fechar 2017 empatado com 2016
PublishNews, Leonardo Neto, 26/04/2017
Em Buenos Aires, o PublishNews falou com Javier Lopez, CEO da Penguin Random House América Latina

Javier Lopez, CEO da Penguin Random House América Latina, acredita no potencial da região, mas defende que economia precisa melhorar | © Leonardo Neto
Javier Lopez, CEO da Penguin Random House América Latina, acredita no potencial da região, mas defende que economia precisa melhorar | © Leonardo Neto

Em 2015, o mercado editorial argentino viveu um bom ano. O setor privado faturou US$ 773,5 milhões versus os US$ 611 milhões apurados no ano anterior. Somando as compras governamentais, a cifra alcançou naquele ano US$ 906 milhões. Os dados são da Promage, consultoria que monitora o mercado editorial argentino. Sem as compras governamentais, 2016 não teve a mesma sorte. Foi o que disse ao PublishNews Javier Lopez, CEO da Penguin Random House no país. “O ano passado foi um ano especialmente difícil. Muito por conta da desvalorização do Peso em relação ao Euro, que é a nossa moeda de referência”, disse ao PublishNews na tarde da última terça-feira. Segundo Javier a moeda argentina teve uma desvalorização frente ao euro na ordem de 50%. “Começamos o ano passado razoavelmente bem, mas depois de maio, observamos uma queda importante e não houve recuperação ao longo do ano”, avaliou.

Javier, que dirige a empresa não só na Argentina, mas em toda a América Latina “hispanoablante”, se mostra otimista, a despeito das dificuldades. “A América Latina tem cerca de 500 milhões de falantes da língua espanhola e muitos ainda não têm o hábito da leitura. Na Alemanha, por exemplo, é muito mais difícil ampliar a base de consumidores de livros, porque todos já leem. Já é um mercado saturado. A América Latina, não. É um mercado que está muito longe de se tornar maduro. Há muito que crescer”, observou.

Javier, que está à frente do grupo número 1 da Argentina, disse que as expectativas para 2017 é de que as coisas permaneçam como estão. “Se me perguntarem o que eu espero para 2017, direi que espero manter, nem melhor, nem pior”, disse. “Temos bons livros, mas não conseguimos alcançar o seu potencial pleno. Não é um problema de negócio. Há gestão. É um problema de economia. Se a economia estivesse melhor, nós estaríamos melhores”, ponderou.

Ele conta ainda que baixaram as quantidades de livros vendidos. “As pessoas continuam comprando livros, mas comprando menos. Se, em 2015, elas iam às livrarias e compravam dois, três livros, agora compram um. E fazem isso por que a economia está ruim. Seja por falta de dinheiro, seja por cautela, as pessoas preferem esperar para comprar. Tudo isso para dizer que dependemos da melhoria da economia”, insistiu.

Completado um ano de governo Macri, as mudanças e melhorias prometidas se concretizaram? Na opinião de Javier, tudo continua igual, a despeito da propaganda governamental. “Nossa sensação é que não piorou, mas não dá para falar que houve melhora”, comentou.

Vizinhos: estande da Ediciones B hoje é vizinho da PRH, mas no ano que vem, a coisa será diferente | © Leonardo Neto
Vizinhos: estande da Ediciones B hoje é vizinho da PRH, mas no ano que vem, a coisa será diferente | © Leonardo Neto
Ediciones B

Os 23 selos da Peguin Random House lançam anualmente cerca de 690 novidades. E um selo deve engrossar essa conta. É que o grupo anunciou recentemente a compra da Ediciones B, a quarta editora mais importante em vendas do País, perdendo apenas para (na sequência): Penguin Random House, Planeta e Riverside. “A Ediciones B tem um fundo de catálogo muito bom. Nosso plano é preservar o valor disso e manter a independência editorial do selo, como fizemos com todas as nossas aquisições. Ao mesmo tempo, a Penguin Random House oferece um backoffice muito eficiente e como tem mais capacidade financeira, pode reimprimir com mais facilidade e aportar mais recursos”, detalhou.

[26/04/2017 10:50:28]