Diário de Frankfurt. Dia 5: sábios conselhos
PublishNews, Marcela Prada Neublum*, 19/10/2016
Nossa marinheira de primeira viagem em Frankfurt já está cansada... Mas, espera, tem uma festa no meio do caminho!

Ontem (20), foi o segundo dia da Feira. Mesmo que apenas dois dias de trabalho intensos tenham passado, em todas as reuniões que fui pude sentir que os editores e agentes já estavam cansados. (Tenho algumas considerações a fazer sobre esses meetings, mas vou deixar para meu último texto, na segunda-feira, quando farei um balanço geral sobre tudo o que passei por aqui.)

Coloque-se na seguinte situação: você chega à Feira de Frankfurt com a semana inteira planejada meses atrás, ou seja, durante quatro dias, todos os seus 30 minutos, pelo menos aqueles entre as 8h e as 18h, são preenchidos por andar de um estande para o outro procurando a nova cadeira em que você se sentará, com a nova pessoa com quem você falará e com o não tão novo catálogo que será colocado em sua frente para que os não tão novos títulos sejam escolhidos. Você não tem horário de almoço e, entre uma reunião, e outra você tenta correr para ir ao banheiro e talvez engolir um café (se você é fumante, esquece). É totalmente compreensível que as últimas reuniões do dia sejam cada vez mais rápidas e objetivas, sobrando um tempinho para bater um papo sobre amenidades.

Depois disso, você quer apenas jantar e ir para casa. Porém, quem disse que é isso que as pessoas fazem?

Não, todo mundo quer é se divertir. Às 20h, começou a Digital Night, festa da agregadora digital Bookwire que aconteceu no Orange Peel, e que, sorte a minha, ficava exatamente em frente à minha casa. Como é engraçado ver o que acontece com todas aquelas pessoas - que durante o dia estão em suas roupas sociais, sérias e formais, conversando apenas sobre o mercado de livros – quando você as coloca em uma festa open bar...

Sabe quando você é jovem e ouve de alguém mais velho “olha, eu já passei por isso quando eu tinha sua idade e...”? Então, não sei você, mas eu, em geral, não levo muito a sério. Porém, devo dizer que todos os conselhos que ouvi em Frankfurt - e que fui rebelde e não segui – eram verdade. Conversando com alguém, dizendo o quão cansada estava me sentindo, ouvi: “acha que está cansada? Já foi para a Feira de ressaca?”.

Não... ainda não consegui levantar da cama.

PS.: Prometo todas as fotos para segunda-feira.


* Marcela Prada Neublum, 24 anos, editora de livros universitários, estudante de letras na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), apaixonada por astrologia, fotografia e política, vivendo atualmente em Londres.

[21/10/2016 09:11:54]