O dia começou mal (posso culpar a lua em gêmeos?). Eu, que ontem achei que já estava me sentindo em casa, fui muito confiante até o The Markets, evento que aconteceu ontem (18), no Business Club da Feira de Frankfurt e, claro, me perdi. Engraçado é que todos, em geral, acham que é muito óbvio chegar lá. Posso dizer que isso não é verdade.
Fiquei impressionada com o que vi. Durante todos esses anos sendo editora, imaginava a Feira como um lugar amplo, aberto, com vários estandes... Não. Pense em um shopping - por fora, uma construção toda moderna, e por dentro tudo pintado de branco, cheio daquelas esteiras rolantes - e você dentro dele procurando aquela loja que sabe que existe, mas que, caso nenhum segurança cruze o seu caminho, você jamais encontrará.
Finalmente cheguei. Tinha feito uma agenda com todas as palestras que me interessavam, e a primeira delas - Brexit and beyond - não pude ver devido à confusão no trajeto. Já fiquei triste. No entanto, sentei em uma das cadeiras e pensei comigo mesma: “eu já sabia que nada funciona quando a gente se planeja, então vou ficar aqui e deixar o destino decidir o que devo assistir”. E não é que deu certo? Comecei a ouvir o discurso do Daniel Fernández, da Spanish Publishers Association, na palestra Spain is different (Or not), e soube que era ali que ficaria. Curti tanto o assunto que até escrevi um segundo artigo sobre a apresentação, que pode ser acessado clicando aqui.
O dia foi passando e fiz uma breve pausa para almoçar com meu ex-chefe que eu amo, Rogério Alves. Quando voltei, meus pés estavam doendo e meu cérebro já não conseguia absorver a quantidade de informações que me bombardeava de todos os lados. Confesso que assim que o evento acabou, me dei ao luxo de ir embora dormir. Quando acordei, me arrependi e estou de mau humor até agora.
Eu sempre amei ser editora e sou realmente feliz fazendo isso, mas descobri que ser jornalista é realmente ótimo. Eu só não sabia o quão cansativo podia ser. Você passa o dia inteiro observando tudo e todos, tentando gravar na sua cabeça – e anotar, quando possível – as coisas interessantes que te falam, e as suas fotos, que antes eram feitas apenas no momento em que você ‘sentia’, agora passam a ser ilustrativas e devem fazer sentido no seu texto. Quando chega em casa, é hora de trabalhar – mais. Tudo bem, estou adorando.
Veja abaixo mais alguns cliques da nossa marinheira de primeira viagem:
* Marcela Prada Neublum, 24 anos, editora de livros universitários, estudante de letras na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), apaixonada por astrologia, fotografia e política, vivendo atualmente em Londres.