Diário de Frankfurt. Dia 1: perdida pela cidade
PublishNews, Marcela Prada Neublum*, 17/10/2016
A pedido do PublishNews, Marcela Neublum vai relatar as suas aventuras de primeira viagem na maior feira de livros do mundo

Você que acaba de voltar do seu almoço e, morrendo de sono, luta para ler seus e-mails, mas consegue apenas olhar o PublishNews que está em sua caixa de entrada, aguardando as notícias sobre a Feira do Livro mais esperada do ano: esta coluna que aqui lhe fala é para você! E arrisco a dizer que tem uma proposta diferente. Não falarei apenas – mas falarei também, é claro – daqueles pontos que sempre são abordados quando essa época do ano chega, como as reuniões, as palestras, os eventos... Quero mostrar a você, como alguém que aqui está pela primeira vez na vida, também os bastidores do maior evento da área editorial do mundo e o que Frankfurt, enquanto cidade, tem para lhe oferecer.

Primeiramente... não espere chegar aqui e ter suas expectativas atendidas quanto ao planejamento efetuado anteriormente. A impressão é que você jamais chegará ao destino imaginado, porque tudo, absolutamente tudo, está em alemão – parece óbvio, mas sempre temos a esperança de que haja ao menos uma palavra em inglês. No entanto, todos ao seu redor, de fato, falam inglês e, surpreendentemente, têm boa vontade para lhe ajudar – por isso, após várias amizades feitas pelo caminho, você terá sucesso em sua jornada.

Devido à destruição causada pela Segunda Guerra Mundial, Frankfurt teve de se reconstruir, e, à primeira vista, parece uma cidade moderna, cheia de prédios, bancos, shoppings. No entanto, ao caminhar pelas ruas do centro, facilmente podemos imaginar que estamos no centro de São Paulo: junkies, gangues, moradores de rua, brigas e uma arquitetura que mistura a história com o moderno compõem o cenário da cidade. Em poucos minutos, é possível chegar ao rio que corre pela cidade de Goethe, oferecendo aos visitantes, em suas margens, uma grande quantidade de museus, bem como uma feira de antiguidades que traz desde roupas usadas até quadros e livros.

Apesar de a programação da feira começar só na terça-feira (17), com o seminário The Markets, que inclusive vai mapear o mercado editorial brasileiro, hoje já é possível acompanhar alguns eventos pela cidade. Ao longo do dia, por exemplo, haverá poesia e história em quadrinhos vindas de Flandres e da Holanda, homenageados deste ano. Quem chegou antes, como eu, já pode começar a aproveitar e entrar no clima da maior feira de livros do mundo. Willkommen in Frankfurt!

[Nota do editor: como todo bom viajante e como todo marinheiro de primeira viagem que se preze, Marcela fez diversos cliques da cidade, que ela fez questão de compartilhar com nossos assinantes...]


* Marcela Prada Neublum, 24 anos, editora de livros universitários, estudante de letras na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), apaixonada por astrologia, fotografia e política, vivendo atualmente em Londres

[17/10/2016 05:32:00]