Cassiano Elek Machado: ‘o PN foi me acompanhando, ou eu a ele, por onde eu trabalhasse’
PublishNews, Cassiano Elek Machado*, 09/08/2016
Agora é a vez do diretor editorial da Planeta Brasil falar sobre o #PublishNews15anos

Por alguma razão não muito evidente ainda há em minha caixa de e-mails um boletim enviado pelo PublishNews em 2001. Li e reli o e-mail, em busca de alguma razão específica pela qual o tivesse guardado. E nenhuma pista. Naquele 12 de novembro, de 15 anos atrás, a notícia número 1 tratava da primeira feira de livros em Bauru (que superara as expectativas). Havia notícias sobre papel imune, sobre um prêmio da Unesco para literatura infantojuvenil da tolerância (anda fazendo cada dia mais falta) e um clipping de reportagens sobre dois autores que admirei, o João Ubaldo Ribeiro e o Ken Kesey, o psicodélico autor de Um estranho no ninho, que havia morrido dias antes, aos 66 anos.

Nenhum motivo especial para que eu tivesse guardado esta mensagem, à época formatada de modo espartano, sem nenhum recurso gráfico e com apenas oito notinhas, texto preto no fundo branco. Mas a presença dela, e de muitos outros muitos boletins esparsos do PublishNews no meu HD, só testemunha um hábito que não é meu, mas da maior parte de editores, jornalistas e profissionais do livro de todo o Brasil, o de ler, dia após dia, as mensagens enviadas pela equipe do Carlo Carrenho.

No meu caso, acompanho desde o momento zero. Em 2001, quando o serviço nasceu, eu era jornalista da Ilustrada, da Folha, e cobria literatura e mercado editorial. Assinava no jornal uma coluna sobre este tema, a Entrelinhas. O PublishNews foi luva para os dedos do meu trabalho. O boletim fazia uma seleção cuidadosa não só do que os jornais do eixo Rio-SP publicavam sobre livros (e não apenas as notícias dos cadernos culturais, mas as que interessassem a este setor em qualquer parte do jornal) como trazia informações de publicações de outros Estados, de notícias divulgadas só em sites e algumas notas internacionais. Capturava como poucos o "espírito do tempo" editorial. E também ajudava a divulgar o que nós jornalistas estávamos fazendo (em épocas pré-redes sociais) para públicos interessados que não necessariamente liam o nosso jornal.

O PN foi me acompanhando, ou eu a ele, por onde eu trabalhasse, Trip, revista piauí, curador da Flip de 2007 (foi do PublishNews uma das melhores coberturas do evento). Quando virei editor de livros, na Cosac Naify, em 2008, o PublishNews passou a me interessar ainda por outras razões. Uma de suas grandes atrações veio a ser a lista de mais vendidos, que propunha um modelo mais transparente.

Hoje, mais do que um boletim ou site, o PN virou um portal parrudo, com colunistas, mais notícias próprias, setores de serviços, como um "classificados" de empregos. Há cerca de três meses, quando os demais diretores editoriais latino-americanos do Grupo Planeta vieram a São Paulo para uma reunião mostrei a eles o site. Os meus colegas da Argentina, México e Colômbia lamentaram que não há um portal ou boletim como este em seus países. Nós, acostumados há mais de 15 anos a receber gratuitamente notícias, seja sobre a feira de Bauru, seja sobre um estande de editoras independentes brasileiras em Frankfurt, talvez nem nos demos conta de como é bom ter uma ferramenta como esta. Que continuem publishing news por muito tempo.

[Nota do editor: Sempre bom lembrar que, no dia 26 de agosto, a partir das 19h30, nós receberemos nossos assinantes para um "late happy hour", no Bar Inconfidentes (Rua França Pinto, 965 – Vila Mariana – São Paulo / SP) para comemorarmos juntos os nossa "Quinceañera". Pedimos que confirmem presença na página do evento no Facebook].


* Cassiano Elek Machado é diretor editorial da Planeta Brasil.

[10/08/2016 10:16:00]