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PDF x ePub
PublishNews, 11/08/2011
PDF x ePub

Recebi um e-mail super simpático de um editor me sugerindo o tema desta coluna. Adorei a ideia, mas inicialmente achei meio básico demais. Mas olhando minuciosamente meus e-mails comerciais da distribuidora digital onde trabalho, da livraria digital de que faço parte e dos consumidores de meus livros digitais, percebi que o que era muito básico para mim era fundamental e super conveniente para o momento pré-Congresso ANL e pré-Bienal do Rio. Falarei de formatos. E na maior parte do tempo e das reuniões que participo, falamos disso também.

Lembrei agora que quando os desenvolvedores e o pessoal de tecnologia me explicam alguma coisa que não compreendo em tecniquês, para não dizer que sou uma boçal, eles começam a nova explicação com inspiração profunda + “vamos lá...”. Então não começarei assim. Até porque todo mundo, praticamente do mercado editorial, ainda não tem conseguido me passar segurança na explicação das diferenças dos arquivos. Então, não se sintam mal por isso. Dúvida recorrente nos faz perceber que, na verdade, o mercado não vem demonstrando suficientemente claro o que cada tipo de arquivo é.

PDF – Todo mundo conhece... É como um arquivo fechado, a forma como enviamos para a gráfica, com quase garantia total de que o livro ficará aquilo, sem mudar uma vírgula. É o arquivo que enviamos para a revisão do autor, para desencorajá-lo a mudar muita coisa no texto. Como falei, é um arquivo fechado, mas pode ser comercializado como e-book. Sim, sem problema algum! O DRM da Adobe passa numa boa, como no ePub. Só tem o inconveniente de alguns readers e iPhone, Itouch, não redimensionarem. Ou melhor, caso aumente a fonte para ler melhor, ele dará um zoom, e ficará meio desconfortável de ficar chegando a tela para o lado para acabar de ler uma linha. Mas por outro lado, é perfeitamente lido no computador – é até mais bonito que o ePub – e no iPad e outros tablets também. Então, querido editor, se você tem seus livros em PDF para gráfica, já tem um acervo de e-books. Bom, quase, pois sugiro que façam umas adaptações como:

• Retire páginas em branco (Hello! Pra quê no digital?)

• Retire marcas de corte (Isso é mico! Vender um e-book com marca de corte... pelo amor de Shiva!)

• Se possível coloque table of contents, ou marcação de capítulo, ou mesmo faça links para os capítulos para ficar de fácil navegação

• Coloque também a capa (só capa gente, sem orelhas e lombada, please) na primeira página, e se quiser a contracapa na última

• O conteúdo das orelhas pode ser colocado dentro do livro. Use a imaginação.

• Ah, e feche o arquivo com resolução de tela. Afinal, com DRM ninguém vai conseguir imprimir seu livro. E quem quiser imprimir que compre impresso, correto?

ePub – Esse é o patinho feio. Horroroso! Vai gente...é quase como voltar ao pergaminho...você rola a barra pra baixo, o livro é um pergaminho digital. Mas como o bichinho é elástico! Se adapta a qualquer gadget, até blackberry lê um ePub numa boa. Você pode colocar vídeo, som, vários links que facilitarão a navegabilidade. Se for bem formatado, pode chegar bem perto do projeto gráfico, mas tem inúmeras limitações de fonte etc. Aceita imagem que é uma beleza. Então, muitos leitores adeptos do consumo de e-books preferem sim o ePub, pois poderão ler em vários aparelhos (com DRM em até 6 aparelhos). Ele vem com capa e aumenta mais as fontes sem desformatar a separação de sílabas e estilos de espaço. O ideal é que no projeto gráfico de diagramação de seus livros impressos, já preveja a confecção deles em ePub e sempre disponibilize os dois formatos, para que o leitor escolha o que deseja comprar.

DRM – Nem ia falar sobre isso, mas como o citei muito, vamos lá. (Opa, desculpe... nada de “vamos lá”). O DRM é o Digital Rights Managements (em português seria o Administrador de Direitos Digitais?!). A Amazon tem um DRM próprio, que é o “.awz” (o formato aceito por eles é o “.mobi” – que é basicamente o ePub transformado, quase que automaticamente para o mobi – geralmente com o programa Calibre). A Apple tem outro, e o resto do mundo tem o da Adobe. Portanto, ao gerar um PDF não poderá colocá-lo na Amazon porque eles não aceitam. Nem na Apple. As lojas que têm o DRM da Adobe aceitarão sem problemas. O DRM meio que criptografa os arquivos, vinculados a um ID e senha e evita que os arquivos possam ser enviados via e-mail ou torrent. É invencível? Claro que não! Porém é mais chato de quebrar do que tirar uma cópia ou escanear uma página de um livro impresso.

Diante de toda essa análise, você provavelmente terminará de ler esta coluna com a boa impressão de já ter material digital para colocar no mercado. Sim! Já tem! Se os contratos e adendos contratuais para o digital já estão ok, o que está esperando?! A indústria fonográfica esperou... O que quero deixar claro é que o leitor deseja comprar o livro digital. E só quando ele não encontra acervo, de forma segura nas lojas, é que parte para os meios ilícitos no submundo do Google.

Daqui a pouco, começarei esta coluna como uma dependente química: “Oi, meu nome é Camila e estou há um ano sem acervo!” Neste caso e neste momento, se um leitor busca conteúdo de forma ilícita, não está errado. Ele está desesperado, pois quem o garante de ser o real arquivo? O real conteúdo da obra? Nadica! Então, vamos acostumar e educar nossos leitores da forma correta: entrar numa livraria digital, buscar um conteúdo, achá-lo e comprá-lo, bem mais barato que o impresso, começando sua leitura em poucos segundos... Ai ai....

camila.cabete@gmail.com

*Ilustração incrível de http://www.rebeccadautremer.com

Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.

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camila.cabete@gmail.com (Cringe!)

** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.

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