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e-Pílulas sobre o mundo digital
PublishNews, 07/04/2011
e-Pílulas sobre o mundo digital

Com algumas coisas para escrever e sem encontrar uma argamassa para juntar e misturar tudo em um texto só, resolvi escrever em pílulas:

Pirataria – Muita gente, ao ingressar como profissional do livro no mercado digital, vem com esta pergunta para mim: “Camila, e a pirataria, hein?!” E eu, como a estraga prazer, venho com um sorriso, e falo: “Sinto muito, mas continuará.” Digo que continuará porque pirataria sempre existirá. O dito cujo que pirateia até a foto da mãe vai continuar pirateando tudo, digital ou não. Mas afirmo que o digital é mais complicado do que tirar uma fotocópia na copiadora da faculdade. Tirar DRM é possível, mas é chatinho. Piratear e copiar livro impresso é muito mais fácil. A minha briga toda com o mercado editorial é tentar mostrar aos editores que o leitor precisa chegar ao livro da forma mais fácil e mais barata possível. E o meio digital é o único “suporte” que consegue esta proeza. Se um livro está na loja virtual, por menos da metade do preço do impresso e você pode comprar por vários meios de pagamento e começar a lê-lo em menos de dois minutos, só aquele dito cujo que citei é que vai piratear. Conclusão: pirataria se resolve com educação e não com invenções miraculosas proibitivas.

Tablet x eReader – Que confusão que está isso... E, no meio das conversões, estamos sofrendo. O mercado ainda não se resolveu. Ao fechar um arquivo para eReader (aquele da tecnologia e-Ink sem luz de fundo e PB), você tem de fazer de um jeito. Já o arquivo para o Tablet (aqueles como o iPad e o Galaxy, onde temos que baixar aplicativos para ler, que também servem de netbook e são coloridos com luz de fundo) temos que fechar de outro jeito... Cada leitor lê o PDF de um jeito diferente. Solução para este momento: relaxa e fecha o mais simples que for possível. Sabe aqueles super projetos gráficos? Deixem eles no papel. O leitor do digital quer as coisas arrumadas, mas se ele busca por algo que se mexe e canta e dança, ele comprará um aplicativo e não um livro. O livro continua o mesmo, mas com facilidades como links e boa navegação. Esqueçam a perfeição, a não ser que tenha muita grana sobrando para o projeto... Com o tempo, os aplicativos vão se atualizando (isso acontece semanalmente), e o problema de antes, se resolve com um passe de mágica (ou seria de um desenvolvedor? – olha eles aqui de novo). Os e-readers estão melhorando, assim como os celulares, fogões e microondas. Se o livro é o mega super lançamento da lista do New York Times, invista um pouco mais. Se não, invista também, mas progressivamente. Editores, isso vai passar e todo mundo vai se entender... (lentes rosas?!)

Coronelismo e afins (papo de cariocas vizinhas que amam o mercado editorial e livros) – Cindy, ‘bora comer torta de chocolate com cupuaçu? Ok, ok, você pede o seu milk-shake. Mas voltando ao assunto do coronelismo: as críticas que fiz foram superbem recebidas por todos... Bom, ninguém mandou me calar – ;o) – e as editoras que eu gosto e respeito me deram muito apoio. E esta era minha preocupação. Quando escrevo sobre minhas opiniões, não pondero, como você fez, e isto pode ser uma falha minha... Mas sempre trabalho para quem precisa desta sinceridade apaixonada. Assumo minhas opiniões calorosas. Quando falei em coronelismo, falei mencionando um momento transitório. Não acho que tenha como prevalecer essa forma centralizada, por isso critiquei e continuo criticando o ostracismo e a estagnação do mercado. Você foi a primeira editora que vi, que dá tanto valor ao controle de projetos na produção do livro quanto eu. Foi a primeira a escrever sobre o assunto e nos identificamos nestas coisas de melhorar a produção e profissionalizar o setor de produção editorial, que ficava sob o comando obscuro do conhecimento tácito e da figura mítica do editor – mas que na verdade sabíamos o quanto caótico era.

Só não concordo a respeito do público elitizado, pois, há uns 20 anos, um usuário de celular era considerado elite... Viu como as coisas mudam? Então acho que este leitor que “se sente” por ter um tablet ou e-reader daqui a pouco tempo, coitado, será mais um na multidão. E entramos de novo no que falamos... a mudança do suporte do conteúdo é inevitável... No balanço final, quem está ganhando com isso tudo é o leitor. Ah vai! É um sonho comprar um livro na madrugada por falta de sono e começar a ler, em menos de um minuto... Os leitores que aproveitem! E sim! Acho que acontecerá a democratização da leitura por meio do e-book. Ruim para as empresas de logística que movimentam milhões para fazer o transporte do livro de papel do Oiapoque ao Chuí.

‘Bora no Cafeína?

Agradecimentos: Ilustração fofa da Cris Alhadeff (www.crisalhadeff.com) e pela sugestão de pauta do Marcelo Uzukawa

Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.

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camila.cabete@gmail.com (Cringe!)

** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.

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