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O fracasso é (muitas vezes) o que impulsiona o progresso
PublishNews, Redação, 03/10/2023
Stuart Firestein desmistifica a visão de que a ciência é um caminho seguro, mostrando como a fracasso muitas vezes é o que impulsiona o progresso

A concepção comum da ciência como um sistema algorítmico, regido por rigorosas regras metodológicas, dista muito da realidade. Na realidade, ela é uma busca potencialmente turbulenta, que percorre territórios desconhecidos, trilhando caminhos errados, descobrindo falsas verdades, e enfrentando uma boa dose de fracasso, tudo em busca de um possível sucesso que a aproxime da verdade. A ideia equivocada de uma ciência sempre assertiva e infalível se deve, em grande parte, ao fato de que o processo de pesquisa raramente é revelado em sua totalidade, sendo conhecido apenas o resultado final, especialmente quando é bem-sucedido. E é esse caminho que o neurocientista Stuart Firestein percorre no atraente e agradável Fracasso: por que a ciência é tão bem-sucedida (Unesp, 232 pp, R$ 54 – Trad.: Luiz Antonio Araújo). “Este livro tem fracasso escrito em toda parte”, escreve Firestein. “Literalmente, é claro, mas também metaforicamente. De modo que o fracasso perseguirá este livro e, ocasionalmente, pode vencer uma rodada. Mas, se eu acertar, você entenderá que esses fracassos são uma parte importante do livro, um ingrediente absolutamente necessário. Um livro sobre o fracasso não pode ser uma mera palestra; também deve ser um tipo de demonstração. E agora, mediante um truque de prestidigitação, eu me vacinei pelo menos parcialmente contra o fracasso contando-lhe que o tema do livro é a grande importância dos fracassos. Pensando bem, este também é um tema: que devemos abrir e defender um espaço para o fracasso não catastrófico, um lugar em que o fracasso possa acontecer regularmente.”

Tags: ciência, Unesp
[03/10/2023 07:00:00]
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