Publicidade
Uma distopia linguística
PublishNews, Redação, 02/03/2022
'Ecologia', livro da portuguesa Joana Bértholo, imagina uma sociedade em que o uso da linguagem passa a ser pago e monitorado

Quando a tecnologia das megacorporações se sobrepõe cada vez mais aos governos, um algoritmo chega para acabar de vez com o último refúgio da liberdade individual: a linguagem. A partir de então, o uso das palavras passa a ser pago e monitorado, fazendo com que as pessoas deixem de ser apenas consumidores para se tornarem também produtos. E é através das vozes de vários personagens ― e dos seus silêncios, última forma de resistência ― que o leitor acompanha na obra Ecologia (Dublinense, 215 pp, R$ 89,90) os ecos de uma distopia tão inventiva quanto assustadoramente verossímil. Afinal, o que acontece quando só dizemos aquilo pelo que podemos pagar? Publicado originalmente em 2018, o livro é o terceiro romance de Joana Bértholo, e foi finalista de importantes prêmios literários em Portugal e semifinalista do Prêmio Oceanos.

[02/03/2022 07:00:00]
Matérias relacionadas
Publicado pela Dublienense, 'Boulder', obra de Eva Baltazar finalista do International Booker Prize 2023, traz uma história de amor e a mistura de sentimentos entre o conforto do pertencimento e o desejo de fuga
Em 'O segredo das larvas', Stefano Volp explora trama que levanta questões contemporâneas como segregação racial, colorismo e desigualdades sociais; obra é uma mistura de 'Jogos vorazes' e o ' O conto da Aia'
Autora acaba de lançar seu segundo romance, 'Dentro de tudo, a noite' (Reformatório), indicou o livro Nós matamos o cão tinhoso! (Kapulana), do moçambicano Luís Bernardo Honwana
Leia também
O livro 'Viagens oníricas' tem como proposta de explorar temas não convencionais e estimular a curiosidade intelectual dos leitores
Adam Phillips interpreta o ato de desistir como uma barganha entre diferentes desejos
Psicóloga Stephanie Sarkis traz técnicas para se libertar de abusos emocionais e outras agressões psíquicas