Publicado por aqui pela Nós – aliás, o único com edição brasileira – o segundo livro de Diop acompanha um jovem senegalês no meio da loucura da guerra. Alfa Ndiaye e Mademba Diop são soldados que lutam sob a bandeira francesa, até que em uma das batalhas, Mademba cai, ferido de morte, sob os olhos de Alfa, seu amigo de infância. Agora, Alfa está sozinho em meio à selvageria das trincheiras e sua razão some. Desapegado de tudo, inclusive de si mesmo, ele espalha sua própria violência, semeia o medo, a ponto de assustar seus companheiros. Segundo os juízes, a obra tem uma prosa encantadora e sombria. “Esta história de guerra, amor e loucura tem um poder aterrorizante. O protagonista é acusado de feitiçaria e há algo estranho na forma como a narrativa funciona no leitor”, disse a presidente dos jurados, Lucy Hughes-Hallett.
O autor, David Diop foi criado no Senegal, mas vive na França, onde é professor de literatura na Universidade de Pau. Irmão de alma foi inspirado no silêncio de seu avô senegalense sobre suas experiências na Primeira Guerra Mundial. Já a tradutora Anna Moschovakis, é também autora e poeta.
O prêmio de 50 mil libras será dividido entre autor e tradutor igualmente.