A Câmara Brasileira do Livro (CBL) tem uma nova presidente para o período de 2023-2025: é Sevani de Matos Oliveira, diretora geral da VR Editora S.A. A nova presidente tomou posse em cerimônia na sede da CBL, em São Paulo, no fim da tarde desta terça-feira (28). "É um dia muito alegre porque iniciamos uma nova jornada e tenho muitos agradecimentos", disse a presidente na cerimônia. "Todos aqui temos empresas que precisam dar lucro, mas trabalhamos por uma causa, que é o livro". A chapa "O Livro nos Une" concorria como chapa única e teve 73 votos no total, e tem como vice-presidente Administrativo e Financeiro Diego Drumond (Faro Editorial), como vice-Presidente de Comunicação e Sustentabilidade Luciano Monteiro (Editora Moderna / Grupo Santillana), e como vice-Presidente de Operações Hubert Alquéres (BCMD Participações). "Faço 25 anos de carreira este ano, se contar meu trabalho no setor gráfico", comentou Sevani. "Assumo com grande responsabilidade. Estamos pegando um legado incrível, porque pandemia não foi fácil para ninguém, mas fizemos a Bienal das Bienais e tantas outras coisas. Eu acredito que seja um momento de união de todos que fazem parte do segmento", afirmou. Estavam presentes no evento representantes e diretores de diversas entidades e empresas, como Karine Pansa (presidente da International Publishers Association (IPA) e ex-presidente da CBL), João Scortecci (Abigraf-SP), José Ângelo Xavier de Oliveira (Abrelivros), Renato Fleischener (representando a diretoria do SNEL), Luís Antônio Torelli (ex-presidente da CBL), Alfredo Weiszflog (Melhoramentos e ex-presidente da CBL), Marcos Guedes (CEO da Saraiva), entre outros. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Estreia nesta terça-feira (1º) a nova iniciativa da Lote 42 e da Casa Rex: a Livraria Gráfica. Feita para funcionar principalmente no ambiente virtual – no site www.livrariagrafica.com.br – a nova Livraria tem uma proposta particular: vai vender apenas uma publicação durante um período específico, e executar as tiragens apenas após as vendas. A primeira publicação, já à venda no site, é Deus Deus – os autores citados no livro são Deus (Ele mesmo) e o Twitter. Um exemplar do livro também ficará exposto na Banca Tatuí (Rua Barão de Tatuí, 275 – Vila Buarque, São Paulo / SP). A ideia do projeto é "explorar novas maneiras de produzir e circular livros". Como uma prévia das celebrações de dez anos de existência da Lote 42 – lembrados ainda neste mês –, a iniciativa é uma demonstração interessante do espírito renovado da editora pós-pandemia. "É uma continuação natural do que costumamos fazer", comenta o sócio e fundador da Lote 42, João Varella, ao PN. "Nosso espírito é o de empurrar cada vez mais os limites da publicação impressa, tentando fazer coisas mais e mais ousadas". Para ele, então, ter à disposição equipamento gráfico para impressão no ateliê da editora acaba por facilitar novas experiências e experimentações dentro desse ecossistema. Clique no Leia mais para ler a matéria completa.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais, traz esta semana mais dois editais. O primeiro tem como objeto o registro de preços visando a aquisição de livros de Ensino Religioso para uso dos alunos do Ensino Fundamental de uma Rede Municipal de Ensino. O pregão está marcado para 10 de março. Já o segundo edital vida a prestação do serviço de impressão e acabamento em sistema digital ou sob demanda, inclusos os papéis de capa e miolo, de livros a serem publicados. Informações como condições, quantidades e exigências estão presentes no edital. O valor chega a R$ 257.284,66 e a disputa está marcada para 8 de março. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

Quase três meses depois de assumir o cargo de CEO interino da Penguin Random House, nos EUA, Nihar Malaviya anunciou aos funcionários uma série de movimentos de reorganização na empresa, que ele diz ser “projetada para enfrentar os desafios do mercado e nos preparar para o crescimento futuro”. Ele destacou ainda que os CEOs de cada uma das divisões internacionais da PRH – e que fazem parte de um comitê executivo global – continuarão a se reportar a ele, assim como os chefes das áreas de suporte internacional. Exaltando a capacidade dos editores da empresa de “perseguirem os melhores trabalhos”, Nihar disse ainda que a PRH vai “expandir o número de divisões de publicações para adultos de três para quatro, criando os recém-formados Random House e Crown Publishing Groups.” Entre as promoções, merecem destaque: Sanyu Dillon, que passa de diretora de marketing para presidente do Random House Publishing Group; David Drake a presidente da Crown Publishing Group – que se torna uma própria entidade, em vez de parte do grupo Random House; e Jeff Abraham, como novo presidente de operações e tecnologia de serviços, além de liderar o TI. Ele está na empresa há 17 anos. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

O Flipoços (Festival Literário Internacional de Poços de Caldas), que ocorre no sul de Minas Gerais há dezoito anos, realiza nesta edição do festival a 3ª Residência Literária Flipoços Camões, que desta vez realizou um chamamento público em Portugal. Inserido em um dos festivais literários brasileiros de maior relevância, o programa vai focar no desenvolvimento de um texto inédito referente à história literária de Poços de Caldas, que data de 1872, quando a cidade foi fundada. Foram nove autores e autoras portugueses que se inscreveram para a oportunidade. O projeto visa dar continuidade aos intercâmbios culturais e relacionamento entre Portugal e Brasil, por meio da literatura, que o Flipoços vem promovendo há mais de 14 anos, com a presença de autores e autoras portugueses no festival e com a promoção da literatura brasileira em Portugal, com a presença de convidados brasileiros em festivais portugueses. As inscrições foram encerradas em 15 de fevereiro e o resultado do(a) vencedor(a) será divulgado dia 20 de março no site do Festival e nas redes sociais do Festival e do Camões.

O Clube Skeelo, clube de leitura da plataforma de ebooks, audiobooks e minibooks do Brasil, em parceria com a Editora Nacional, no selo Naci, apresentará o primeiro livro internacional já discutido no grupo. Esse brilho é meu, de Ryan La Sala, popularmente conhecido pela obra Reverie, busca explorar em suas personagens LGBTQIA+ tramas sobre o assunto. Em Esse brilho é meu, o autor apresenta a história de Raffy, um apaixonado criador de cosplays, arte performática que consiste na criação de fantasias baseadas em personagens de ficção. Acompanhado da obra, uma cartilha sobre o universo cosplayer, que atrai e mobiliza fãs no mundo todo, estará disponível para os assinantes do Clube Skeelo + Naci. Mais três conteúdos, mantidos em surpresa até o lançamento, também virão juntos com as publicações. Os planos para fazer parte do clube, que já atingiu a marca de mais de 1.400 assinantes, podem ser assinados diretamente pelo aplicativo do Skeelo. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

Malcom Ferdinand, autor de Uma ecologia decolonial, publicado pela Ubu, estará em eventos no Brasil para discutir a relação entre um evento climático extremo e o racismo. Com seu tema em alta nas discussões após a tragédia no litoral norte de São Paulo, o professor e pesquisador participará a partir de 3 de março de eventos em Belo Horizonte, Ouro Preto, Rio, São Paulo, Recife e Salvador. Todos eles contam com o apoio da Embaixada da França no Brasil. Malcom Ferdinand nasceu na Martinica e é graduado em engenharia ambiental pela University College London (UCL) e doutor em filosofia política e ciência política pela Université Paris Diderot (Paris 7). Atualmente, é pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e atua no Institut de Recherche Interdisciplinaire en Sciences Sociales (Irisso) da Université Paris Dauphine-PSL (Paris 9). Clique no Leia mais e confira a agenda de eventos com o autor.

A Livraria Megafauna, em parceria com a editora Âyiné, recebe nesta quarta-feira (1º) a antropóloga e escritora Erika Fatland para o lançamento de seu mais recente livro, A Fronteira – Uma viagem em torno da Rússia. No evento, Fatland conversa com Arthur Mello e Zeca Camargo, a partir das 19h. Em seu novo livro, Fatland retrata os limites fronteiriços russos entre 2015 e 2017, quando a obra foi originalmente publicada, e investiga a influência sobre seus países vizinhos, como Coreia do Norte, China, Mongólia, Cazaquistão, Azerbaijão, Geórgia, Ucrânia e outros. No prefácio à versão brasileira, a autora aponta as constantes mudanças desse território após as invasões cometidas pelo governo russo aos países vizinhos. “Este livro é um instantâneo de como era a fronteira russa em 2015-2017. Desde então, ela mudou, e mudará novamente. Nada é mais certo do que isso”, escreve a autora. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O jornal Cândido, editado pela Biblioteca Pública do Paraná, ganhará uma edição comemorativa sobre o escritor paranaense Wilson Bueno (1949-2010). O autor tem uma trajetória literária e pessoal complexa, com mais de 20 livros publicados, estimulando releituras a partir de tópicos atuais como identidade de gênero, fronteiras latino-americanas e a questão indígena. A obra Mar paraguayo, seu maior sucesso lançado há 30 anos, é o tema central da edição. “Mar Paraguayo trata, entre outros assuntos, de um indígena que vai se formando agora. Preocupado com sua ancestralidade, mas que se coloca diante de uma sociedade contemporânea. Hoje temos lideranças indígenas no Brasil, inclusive uma ministra. Há uma mudança de paradigma e o Bueno estava atento a isso”, afirma o pesquisador Adalberto Müller, entrevistado pelo repórter Hiago Rizzi. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O espetáculo Brincar de pensar, baseado em oito contos da escritora Clarice Lispector, terá nova temporada em São Paulo. Com direção e concepção de Vanessa Bruno e idealizada pelo VULCÃO, a peça infantojuvenil celebra dez anos e retrata o fim da infância e o começo da adolescência com delicadeza e poesia. As entradas são gratuitas e a programação começa no próximo sábado (4) e vai até o dia 5 de abril. A peça é um convite à imaginação. A partir de oito contos e crônicas publicados por Lispector no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, o público é estimulado a inventar, filosofar e sentir, revisitando suas memórias de maneira doce e singela. Aos interessados, a nota lista todos os horários da peça, que acontecerá em diferentes bairros da cidade de São Paulo. Haverá sessões com tradução em libras. Clique no Leia mais e confira os locais que a peça acontecerá.

A agenda da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto já está com todas as atividades programadas para o mês de março. Entre elas, clubes de leitura, sarais e cine fóruns são os destaques. As atividades culturais começam nesta quarta-feira (1º), com o Sarau do Grupo de Médicos Escritores e Amigos Dr. Carlos Roberto Caliento, às 20 horas, na sede da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (Rua Professor Mariano Siqueira, 81, Jardim América). No sábado (18), às 10h, ocorre o primeiro encontro da parceria entre a Fundação do Livro e Leitura e o Clube Literário Resenha Preta. Todo mês, um tema será debatido a partir da obra de autores pretos, que estarão presente no encontro. A conversa no dia 18 de março será realizada com a escritora Cidinha da Silva, sobre sua obra O mar de Manu, com a temática Os sonhos da criança preta. A atividade é aberta e acontece na sede da entidade. O tradicional encontro do Clube do Livro, mediado pela bibliotecária Gabriela Pedrão, acontece de forma on-line, no sábado (25), às 16h. Dessa vez, o livro em discussão será a obra de Buchi Emecheta, As alegrias da maternidade. O encontro será através da plataforma de reuniões Zoom clicando neste link. A participação também é gratuita. Clique no Leia mais para ler a íntegra da nota.

O livro Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente (Alt) será adaptado para os palcos no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, a partir do dia 3 de março até o dia 26. Escrita e dirigida por Carlos Jardim, a peça conta a história de Pedro (Edmundo Vitor) que tenta se reerguer após o término de seu tórrido relacionamento com Fábio (Felipe Barreto). A peça, com duração de 60 minutos e classificação de 16 anos, fica em cartaz de sexta a domingo às 19h, também traz composições inéditas, criadas especialmente para o espetáculo por Carlos Jardim e Liliane Secco. Os ingressos variam de R$ 25 a R$ 50 e podem ser adquiridos aqui. "Li uma reportagem sobre o livro e achei muito interessante que um jovem de vinte e poucos anos tivesse escrito histórias de amor tão intensas e ainda em forma de poesia. Logo percebi a força daqueles sentimentos, e como isso poderia ficar forte no palco", relembra, em nota, Carlos Jardim, que estreia na direção teatral após assinar roteiro e direção do bem-sucedido documentário Maria -- Ninguém sabe quem sou eu, sobre a cantora Maria Bethânia, cuja bilheteria acumula mais de 20 mil espectadores. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

Isolados em um território em guerra na América do Sul (Ateliê Editorial, 328 pp, R$ 94), de Koichi Kishimoto, relata as histórias de vida da imigração japonesa no Brasil, sendo um memorial da repressão sofrida pelos imigrantes japoneses e seus descendentes durante a Segunda Guerra Mundial. O autor não se limita a descrever as experiências pessoais, segundo o professor e escritor Oscar Nakasato: “Kishimoto era um ótimo ouvinte. Ele recolheu histórias – grande parte nas celas de prisão onde esteve – e as traduziu em dezenas de breves narrativas, muitas vezes pungentes, que testemunham o sofrimento de pessoas que foram injustamente privadas de direitos individuais básicos, como o da expressão de pensamentos, ou que foram perseguidas e presas simplesmente por serem japonesas”. Isolados em um território em guerra na América do Sul é uma leitura importante de vozes que foram silenciadas e aprisionadas durante um período terrível da história do século XX. A obra tem tradução de Seisiro Hasizume, notas e caderno fotográfico de Alexandre Kishimoto, capa de Camyle Cosentino e imagem de Zen Garden.

Os quadrinhos de super-heróis que a Marvel Comics publica desde 1961 são a mais longa obra de ficção contínua e independente já criada, segundo a Conrad: mais de meio milhão de páginas até hoje, e continua crescendo. É um marco no meio da cultura contemporânea. Porém, nem mesmo as pessoas que criaram as histórias leram a coisa toda – não é esperado que ninguém consiga ler tudo. Então foi isso que Douglas Wolk fez: leu as mais de 27 mil HQs que compõem o Universo Marvel até agora e compilou na obra Todas as aventuras Marvel (Conrad, 416 pp, R$ 99 – Trad.: André Gordirro). O que ler, o que não ler, as conexões entre personagens, histórias e mesmo como o mundo real; tudo está nas páginas do livro. Wolk não somente faz um grande estudo, como acaba encontrando uma das raízes mais sólidas da cultura americana a nível global. A épica jornada, que envolve dezenas de personagens tramas e autores, se revelou para Douglas como um enorme paralelo da história recente dos EUA.

Mais de 30 anos depois de sua dissolução, em 1991, a União Soviética continua despertando fascínio e curiosidade. Nascida de uma revolução que derrubou um dos regimes monárquicos mais antigos da Europa, tornou-se o primeiro Estado a consolidar um regime socialista e estarreceu o mundo ao subverter a ordem política vigente. Ao longo dos anos, e à medida que mudavam seus líderes, foi exemplo da força proletária, vitoriosa na Segunda Guerra e potência econômica, ao mesmo tempo que era vista como uma ditadura sanguinária e ameaça ao mundo capitalista. Referência incontornável para leigos e estudiosos da história russa, Sheila Fitzpatrick traça com nitidez as linhas gerais desse percurso em seu novo livro Breve história da união soviética (Todavia, 264 pp, R$ 84,90 – Trad.: Pedro Maia Soares). A historiadora atravessa quase oito décadas de acontecimentos para revelar, com lucidez e clareza, a fisionomia de uma história que nasceu como utopia igualitária e terminou derrotada pelos monstros que ela mesma engendrou.

No século XVIII, a natureza das Minas Gerais deslumbrava por suas riquezas reais e fantasiosas ao mesmo tempo que inspirava temor nos colonizadores frente ao insondável da região. No imaginário dos homens que se dedicavam a desbravar a terra, o território era apercebido sob uma névoa tanto paradisíaca quanto monstruosa que impulsionava o avanço das fronteiras e deslocava o mito do Éden perdido para um lugar sempre além. Conforme Minas era devassada, o horror ao desconhecido se arrefecia para ceder lugar a empreitadas de exploração predatória e extermínio de povos autóctones. Em meio à sanha colonizadora, uma emergente afetividade pelos encantos naturais mobilizava a produção de obras visuais e escritas, que enraizavam os novos habitantes nesse pedaço da América. Em O jardim das hespérides: Minas e as visões do mundo natural no século XVIII (Companhia das Letras, 200 pp, R$ 89,90), a historiadora Laura de Mello e Souza apresenta Minas Gerais num movimento de quatro perspectivas que se misturam ao longo do curso histórico e concorrem para demonstrar como a relação com o mundo natural participou da formação sociocultural mineira.