Mais de 30 anos depois de sua dissolução, em 1991, a União Soviética continua despertando fascínio e curiosidade. Nascida de uma revolução que derrubou um dos regimes monárquicos mais antigos da Europa, tornou-se o primeiro Estado a consolidar um regime socialista e estarreceu o mundo ao subverter a ordem política vigente. Ao longo dos anos, e à medida que mudavam seus líderes, foi exemplo da força proletária, vitoriosa na Segunda Guerra e potência econômica, ao mesmo tempo que era vista como uma ditadura sanguinária e ameaça ao mundo capitalista. Referência incontornável para leigos e estudiosos da história russa, Sheila Fitzpatrick traça com nitidez as linhas gerais desse percurso em seu novo livro Breve história da união soviética (Todavia, 264 pp, R$ 84,90 – Trad.: Pedro Maia Soares). A historiadora atravessa quase oito décadas de acontecimentos para revelar, com lucidez e clareza, a fisionomia de uma história que nasceu como utopia igualitária e terminou derrotada pelos monstros que ela mesma engendrou.