A 37ª edição do Prêmio Eisner – considerado o Oscar dos quadrinhos – ocorreu na última semana durante a programação da San Diego Comic-Com. A cerimônia anunciou vencedores em 32 categorias, incluindo a ilustradora brasileira Bilquis Evely. Os prêmios foram concedidos a 24 editoras diferentes e foram apresentados pelo dublador Phil LaMarr e pelo criador de quadrinhos Bill Morrison. Bilquis Evely recebeu o prêmio de Melhor desenhista e Melhor Artista de Capa pela série Helen de Wyndhorn, publicada por aqui pela Suma e lá fora pela Dark Horse. A obra também venceu na categoria Melhor Série Limitada. “É uma honra receber o Prêmio Eisner de melhor desenhista/desenhista, ainda estou em choque!”, reagiu a artista em sua rede social. “Agradeço a todos que votaram, apoiaram e leram nossos quadrinhos. Agradeço também por todas as mensagens gentis e pelo carinho demonstrado pelo meu trabalho. Isso significa muito para mim!”, completou. Nascida em São Paulo, Bilquis começou a carreira com o quadrinho Luluzinha Teen e Sua Turma. Em seguida, aventurou-se no mercado americano, contribuindo com Doc Savage e Shaft, da Dynamite. Em 2015, começou a trabalhar com a DC Comics, ilustrando obras como Sugar & Spike, Mulher Maravilha e O Universo de Sandman: O Sonhar. Em 2020, colaborou com Tom King e Matheus Lopes na minissérie Supergirl: Mulher do Amanhã. Depois disso, a mesma equipe criativa desenvolveu Helen de Wyndhorn. Seu trabalho já lhe rendeu um prêmio Rudolph Dirks e várias indicações ao Eisner em diferentes categorias. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Entre os dias 21 a 24 de agosto acontece a 2ª Bienal do Livro de Taboão da Serra, evento que reunirá 280 expositores, entre escritores, editoras independentes, agentes literários e demais profissionais do livro. A entrada é gratuita com ingresso no site da Bienal. Durante os quatro dias de programação, o público participará de debates, lançamentos, saraus, palestras e oficinas, movimentando toda a cadeia produtiva do livro e reforçando o compromisso com a democratização da leitura. No último dia de evento (24), palco e microfone serão liberados para a realização de batalhas de poesia e performances de MCs, celebrando o slam e o hip hop como expressões culturais e instrumentos de transformação social. Sob coordenação de Iracy Coutinho, a curadoria avaliou 550 inscrições de expositores e selecionou 280, distribuídos entre editoras independentes, coletivos literários e grandes casas editoriais. O processo de escolha privilegiou autores independentes e periféricos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Bookwire, distribuidora de livros digitais, estará presente na 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que ocorre dos dias 30 de julho a 3 de agosto, no litoral sul do Rio de Janeiro. Na edição deste ano, a empresa entra novamente como apoiadora da Casa PublishNews, contribuindo na curadoria de painéis que trazem um cenário de soluções e oportunidades de audiobooks à inteligência artificial. Um dos destaques da programação será o painel “Distribuição e acesso: levando os livros a mais lugares e a mais pessoas”, que ocorre no dia 31/07, quinta-feira, às 11h, com a participação de Marcelo Gioia, manager da Bookwire Brasil. Para a Flip deste ano, a Bookwire traz ainda, em parceria com a MVB, uma novidade: a primeira edição do Digital Sunset, uma confraternização à beira-mar que celebra as conexões e amizades no mercado literário. O happy hour será no dia 1º de agosto (sexta-feira), das 17h às 21h30, na Praia do Pontal, e tem o intuito de reunir os amigos do mercado editorial participantes da Flip para um momento de descontração, reencontros, boas conversas, memórias partilhadas em um clima leve, descontraído e cheio de significado. Para participar, é preciso enviar um e-mail para digitalsunset2025@gmail.com. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Editora Labrador, referência nacional em autopublicação, marca presença na Flip 2025 com uma programação vibrante que valoriza a criatividade, o processo editorial independente e a troca entre autores e leitores. Entre os dias 31 de julho e 1º de agosto, a editora promove mesas de conversa, debates e até uma encenação teatral, ocupando três espaços culturais em Paraty: a Casa PublishNews, a Casa Aleph e a Casa Caravana. Fundada em 2016, a Labrador é pioneira na proposta de autopublicação premium no Brasil — um modelo que une liberdade criativa e excelência técnica. O catálogo da editora reúne obras que conquistaram leitores e também o reconhecimento do mercado, incluindo um Prêmio Jabuti e diversas indicações. A cada novo projeto, a Labrador reforça seu compromisso com histórias relevantes e com o fortalecimento de vozes autorais. “A Flip é, para mim, o evento mais charmoso do mercado editorial. Apresentar-se lá não significa, necessariamente, impulsionar as vendas de um livro – e nem deve ser esse o principal objetivo. O valor está em assistir e conhecer outros escritores e referências do mercado. Para a Labrador, é essencial estar presente. Somos reconhecidos como a primeira, e única, editora de autopublicação premium do Brasil, ou seja, que publica com qualidade. A Flip é um palco perfeito para reforçarmos esse posicionamento”, afirma Daniel Pinsky, fundador da editora. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Melhoramentos está à procura de um vendedor e-commerce. Os requisitos incluem ensino superior completo; experiência prévia com atendimento a canais de venda (livrarias e atacado); habilidade de negociação e visão estratégica; boa comunicação verbal e escrita; conhecimento básico de marketing e de estratégias de PDV; domínio do pacote Office (intermediário ou avançado); e ter gestão de consignação com visão analítica. As funções do cargo incluem acompanhar o desempenho das campanhas e acessos do site através das ferramentas de Web Analytics; acompanhar o desempenho das visitas, conversão, vendas e campanhas de marketing; análise de pré-venda, propostas comerciais e pós-venda; propor novas análises para ações e efemérides; analisar constantemente as metas do site por canal para cumprimento de metas; criar alertas na ferramenta de Web Analytics para monitoramento de erros no site; e manter contato constante com analista parceiro para execuções comerciais. Interessados podem se inscrever clicando aqui.

A Flipinha 2025 vai ocupar, entre os dias 31 de julho e 3 de agosto, a Praça da Matriz, no centro histórico de Paraty (RJ), que se torna a praça das infâncias, com uma programação feita para encantar desde o primeiro encontro com os livros. O evento conta com mediação de leitura, contação de histórias, apresentações artísticas, encontros com autores, oficinas criativas e os já tradicionais pés de livros. Inspirada no tema Planeta Vivo, o Educativo Flip aposta na literatura como ferramenta de escuta, criação e transformação. Em um tempo de mudanças ambientais e sociais, a Flipinha 2025 também propõe reflexões sobre natureza, comunidade e diversidade. Entre os destaques da programação estão o encontro literário entre o escritor e humorista Gregorio Duvivier e a jovem autora Antônia Gomes Minchoni; o diálogo entre o artista e ativista indígena Denilson Baniwa e a escritora e antropóloga Heloisa Pires Lima, que há décadas valoriza saberes ancestrais e cosmologias indígenas na literatura para as infâncias. Com acesso gratuito, o programa do Educativo Flip reafirma o compromisso do festival com a formação de leitores e a valorização das infâncias. Todas as atividades foram pensadas para estimular o vínculo entre literatura, território, escola e comunidade, promovendo o diálogo entre gerações e saberes diversos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O jornalista e cronista Humberto Werneck lança seu novo livro Viagem no país da crônica (Tinta-da-China Brasil), em uma série de eventos literários nos meses de julho e agosto. A obra reúne textos publicados no Portal da Crônica Brasileira entre 2018 e 2021, período em que o autor foi editor do site. A programação de eventos começa no dia 31 de julho, durante a 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), com um bate-papo intimista na Livraria das Marés, seguido de sessão de autógrafos. Natural de Belo Horizonte, Werneck é jornalista, cronista e escritor. Sua obra inclui títulos como O pai dos burros (Arquipélago), O desatino da rapaziada (Companhia das Letras) e O santo sujo: a vida de Jayme Ovalle (Cosac Naify). Em 15 de agosto, Werneck participa da abertura da 2ª Feira do Livro e da Amizade da Rodoviária de Taubaté (Fliart) ao lado do escritor e ativista político Frei Betto, em um bate-papo descontraído sobre literatura e crônica. No dia 19 de agosto, o cronista estará em Belo Horizonte como convidado do Letra em Cena, tradicional programa literário do Minas Tênis Clube. E para complementar a conversa, Werneck recebe amigos e leitores na Livraria Quixote para uma sessão de autógrafos, no dia 23 de agosto. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A revista de ensaios do Instituto Moreira Salles serrote chega à sua 50ª edição com um elenco de autores de destaque no Brasil e no exterior, como Judith Butler, Anne Carson e Andrea Long Chu, esta última vencedora em 2023 do Pulitzer de crítica, Ailton Krenak, Luiz Antonio Simas e Amara Moira. A serrote #50 será lançada durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no dia 1º de agosto (sexta-feira), às 19h30, na Casa de Cultura (Rua Dona Geralda 194 — Paraty / RJ), com uma conversa entre o professor e historiador Luiz Antonio Simas e a pesquisadora e escritora Juliana Borges, mediada pelo sociólogo Evandro Cruz Silva. Simas está presente nesta edição com o ensaio Chama João do Rio, em que revisita o autor de A alma encantadora das ruas à luz das culturas de diáspora. O texto é a transcrição da fala de abertura da 22ª edição da Flip, em 2024, na qual João do Rio foi o autor homenageado. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O emblemático Herbert Daniel ficou conhecido por sua luta pela democracia nos anos de chumbo e pela dignidade da comunidade LGBTQIAPN+ nos anos de abertura política, em que combateu a estereotipação do diagnóstico de HIV. Escrita por James N. Green, um dos historiadores mais renomados em temáticas brasileiras, a biografia Revolucionário e gay (Civilização Brasileira, 416 pp, R$ 99,90 – Trad.: Marília Sette Câmara) faz um retrato rico em detalhes do compromisso de Herbert com a política de esquerda. A edição, revista e ampliada, chega às livrarias com uma nova identidade visual e textos de Dilma Rouseff, Renan Quinalha e Jean Wyllys. Dotado de inteligência e sensibilidade incomuns, Herbert foi um revolucionário audacioso que participou da luta armada, ao mesmo tempo que se tornava um pensador sofisticado, admirador do cinema, leitor voraz e escritor talentoso. Além do seu exílio na Europa durante a década de 1970, o militante ainda viveu em um “exílio interno”, como ele mesmo descrevia, por precisar esconder sua orientação sexual em defesa da sua segurança. Quando retornou ao Brasil, em 1981, engajou-se ainda mais na política eleitoral e no ativismo em defesa do meio ambiente – nesse âmbito criou o Partido Verde - e dos direitos das mulheres, dos homossexuais e da população negra e indígena, obtendo reconhecimento global pelo combate à discriminação contra pessoas vivendo com HIV. A obra será lançada nesta terça (29), às 18h, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, S/N – Centro - Rio de Janeiro / RJ). O evento conta com um bate-papo do autor com a educadora Lucia Velloso Mauricio, o presidente do Grupo Arco-íris Claudio Nascimento e o diretor vice-presidente da associação Brasileira interdisciplinar de AIDS, Veriano de Souza Terto.

A vida e a obra de um gigante do teatro brasileiro, pouco conhecido das novas gerações, é contada em Sérgio Cardoso: ser e não ser (Edições Sesc, 368 pp, R$ 90). Com pesquisa meticulosa, a narrativa de Jamil Dias rompe o silêncio em torno do artista que transcendeu os palcos e se tornou símbolo e protagonista de uma era de renovação cultural no Brasil. Sérgio Cardoso, tido como um dos mais influentes atores do teatro nacional e dos primórdios da TV brasileira, teve uma trajetória marcada pela busca incansável pela excelência artística, refletindo tanto as contradições de um país em transformação quanto a luta por um teatro autêntico e profissionalizado. Das primeiras peças escolares às montagens clássicas no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), passando pela Companhia Nydia Licia-Sérgio Cardoso até chegar às novelas no começo da teledramaturgia brasileira na década de 1960, Jamil Dias nos conduz pela história do ator ao mesmo tempo em que nos apresenta o cenário sociopolítico-cultural de um país em profunda transformação. O autor percorre detalhadamente toda a carreira do artista, evidenciando o mosaico de triunfos, fracassos e reinvenções que fizeram com que Sérgio ultrapassasse a condição de comum e se tornasse um verdadeiro fenômeno. O livro explora sua vida e obra em seis capítulos, destacando sua formação, marcos artísticos, conflitos e legado.

Por muito tempo, Apolo Pinheiro esteve enclausurado em A., o corpo feminino em que nasceu. Ele não via a hora de escapar da caverna imposta pela sociedade e encarar a vida com a identidade que realmente lhe pertencia. O renascimento como o homem que era exigiu que Apolo engatinhasse para ser enxergado num mundo que já o discriminava enquanto ocupava o corpo de uma mulher lésbica. Após a transição, os desafios ficaram ainda maiores: era preciso recuperar o seu lugar nos palcos como artista, conseguir acesso a um tratamento de saúde de qualidade e ser chamado pelo nome que lhe cabia. Tudo isso ao mesmo tempo em que era cobrado a dar respostas para perguntas que ele ainda fazia para si mesmo. Com habilidade e destreza, a jornalista Bianca Vasconcellos destaca na obra Morro doce (Rua do Sabão, 196 pp, R$ 68,90) a voz de um jovem que não mediu esforços para defender seu direito de existir sem restrições em um mundo cão, como ele batizou uma de suas músicas autorais. Esta é uma narrativa potente sobre a história real de um homem que escolheu viver sem amarras e não desistiu de ser feliz ― e livre.

Em O sambista perfeito (Malê, 466 pp, R$ 84,90), o autor Marcos Salles conduz o leitor pela vida e obra de Arlindo Cruz, um dos maiores expoentes do samba brasileiro. De sua infância no Rio de Janeiro ao estrelato como compositor, cantor e instrumentista, o livro narra com sensibilidade a trajetória de um artista que personifica a essência do samba. A história mergulha nas raízes culturais e familiares de Arlindo, explorando como ele transformou sua paixão pelo samba em uma carreira brilhante, marcada por sucessos, desafios pessoais e uma incansável dedicação à música. Com depoimentos, histórias inéditas e uma narrativa envolvente, a biografia celebra o legado de um homem que conquistou o coração do Brasil com sua arte e generosidade. O sambista perfeito é mais que uma biografia; é uma homenagem ao samba, à cultura brasileira e ao espírito resiliente de Arlindo Cruz. Uma leitura obrigatória para fãs do gênero e admiradores da música brasileira.

Em 2010, Ernesto Mané — doutor em física com especialização nos mais importantes centros de pesquisa do mundo — parte rumo à Guiné-Bissau para realizar uma travessia geográfica e afetiva, visitando seus avós e parentes. Nascido no Brasil de mãe paraibana e pai guineense, Mané tinha uma inquietação profunda: sair à procura de sua ancestralidade e conhecer o outro lado da kalunga, isto é, o que há na outra ponta da travessia atlântica que tantos africanos fizeram ao longo dos séculos até chegar aqui. Conhecer a realidade da Guiné e da família que vive ali traz desalento e dor, frustra expectativas, amplia os questionamentos e o faz revisitar memórias de infância. A paternidade e o divórcio recentes o fazem olhar de outra maneira para o pai e para os enredos familiares. Tudo vai sendo registrado no calor da hora no diário que resultaria neste livro original e comovente, mescla de relato de viagem e ensaio autobiográfico. Tendo sofrido racismo desde criança no Brasil, ele se choca ao ser chamado de “branco” nas ruas de Bissau, pelo modo de se vestir e se comportar. Aprende a comer com as mãos, da mesma tigela dos parentes reunidos à mesa. Em Antes do início (Tinta-da-China Brasil, 256 pp, R$ 89,90), Ernesto Mané mostra de forma notável que a literatura é uma linguagem privilegiada para nos trazer notícias do outro lado da kalunga.