
No último dia de evento (24), palco e microfone serão liberados para a realização de batalhas de poesia e performances de MCs, celebrando o slam e o hip hop como expressões culturais e instrumentos de transformação social. A 2ª Bienal do Livro de Taboão da Serra tem como proposta ampliar espaço para escritores da periferia, que trazem narrativas e perspectivas únicas sobre as realidades urbanas e as transformações culturais contemporâneas. A ideia é promover a diversidade e fortalecer a representatividade, tanto em termos geográficos quanto de contextos sociais, trazendo novas vozes.
“É essencial descentralizar a cultura e levar bienais às periferias, dando voz e visibilidade a poetas e artistas urbanos frequentemente silenciados. A literatura é um instrumento poderoso que resgata a autoestima e abre portais para novos horizontes”, afirma Iracy Coutinho, curadora e idealizadora do evento.
Sob coordenação de Iracy Coutinho, a curadoria avaliou 550 inscrições de expositores e selecionou 280, distribuídos entre editoras independentes, coletivos literários e grandes casas editoriais. O processo de escolha privilegiou autores independentes e periféricos, fomentando um diálogo vibrante entre vozes emergentes e nomes já consagrados no mercado.
Aos 25 anos, Vinicius Silvério Serafim dos Santos estreia sua primeira Bienal lançando um livro de poesias que narra sua trajetória de superação: Válvula de escape (Selo Aula Viva): “O hip hop teve um papel de alicerce para que eu pudesse vencer a depressão e construir minha carreira como escritor e produtor cultural. Nas rodas e batalhas de poesia, encontrei um senso de pertencimento e uma rede de apoio que foi capaz de fortalecer minha autoestima. E por meio da cultura periférica, descobri um palco para dar voz às minhas vivências. Estou muito feliz com o lançamento, minha família está empolgada e isso é importante”, contou ele. Seu pai virá do Rio de Janeiro exclusivamente para prestigiar o lançamento do seu livro na Bienal.
Além dos talentos emergentes, a Bienal contará com a escritora e multiartista Ju Cassou Aruã, vencedora do Prêmio Jabuti 2023 pelo Álbum biográfico guerreiras da ancestralidade (em parceria com o coletivo Mulherio das Letras Indígenas). Agora, ela apresenta seu novo livro Mborai, obra que reúne partituras de cantos sagrados Guarani, celebrando a riqueza da tradição ancestral.
A Bienal contará também com a tataraneta de Monteiro Lobato, Zuleica Tani lançará seu livro A boneca que mudou o tempo: Emília e sua Visão do Século XXI. Voltado para o público adulto, a obra faz uma releitura da icônica boneca do Sítio do Picapau Amarelo sob a ótica dos desafios, valores e transformações do século XXI.

A 2ª Bienal do Livro de Taboão da Serra foi planejada para ser plenamente acessível: os espaços contarão com sanitários adaptados, cadeira de rodas disponíveis e sala multissensorial. Haverá intérpretes de Libras, sinalização em braille e apoio especializado para pessoas com deficiência, assegurando sua participação integral em palestras, oficinas e saraus, garante Iracy Coutinho, curadora e idealizadora do evento.
Serviço:
2ª Bienal do Livro de Taboão da Serra
Data: 21 a 24 de agosto
Local: Rua Pedro Mari, 80 - Parque Assunção — Taboão da Serra / SP
A entrada é gratuita com ingresso no site da Bienal.