‘Revolucionário e gay’ conta como a vida extraordinária do ativista serviu de símbolo para uma geração marcada pela ditadura militar e o combate à AIDS
O emblemático Herbert Daniel ficou conhecido por sua luta pela democracia nos anos de chumbo e pela dignidade da comunidade LGBTQIAPN+ nos anos de abertura política, em que combateu a estereotipação do diagnóstico de HIV. Escrita por James N. Green, um dos historiadores mais renomados em temáticas brasileiras, a biografia
Revolucionário e gay (Civilização Brasileira, 416 pp, R$ 99,90 – Trad.: Marília Sette Câmara) faz um retrato rico em detalhes do compromisso de Herbert com a política de esquerda. A edição, revista e ampliada, chega às livrarias com uma nova identidade visual e textos de Dilma Rouseff, Renan Quinalha e Jean Wyllys. Dotado de inteligência e sensibilidade incomuns, Herbert foi um revolucionário audacioso que participou da luta armada, ao mesmo tempo que se tornava um pensador sofisticado, admirador do cinema, leitor voraz e escritor talentoso. Além do seu exílio na Europa durante a década de 1970, o militante ainda viveu em um “exílio interno”, como ele mesmo descrevia, por precisar esconder sua orientação sexual em defesa da sua segurança. Quando retornou ao Brasil, em 1981, engajou-se ainda mais na política eleitoral e no ativismo em defesa do meio ambiente – nesse âmbito criou o Partido Verde - e dos direitos das mulheres, dos homossexuais e da população negra e indígena, obtendo reconhecimento global pelo combate à discriminação contra pessoas vivendo com HIV. A obra será lançada nesta terça (29), às 18h, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, S/N – Centro - Rio de Janeiro / RJ). O evento conta com um bate-papo do autor com a educadora Lucia Velloso Mauricio, o presidente do Grupo Arco-íris Claudio Nascimento e o diretor vice-presidente da associação Brasileira interdisciplinar de AIDS, Veriano de Souza Terto.