A Feira do Livro de Bolonha começou na segunda-feira (31) propondo temas urgentes para a literatura e o setor editorial, e não apenas infantil: sustentabilidade, letramento e outros assuntos mais específicos – como os quadrinhos latino-americanos – apareceram nas discussões dos primeiros dias da Feira, que viu a Companhia das Letras levar o prêmio de melhor editora de livros infantis para a América do Sul, Central e Caribe. As discussões sobre sustentabilidade estão tomando rumos diferentes do que apenas a preocupação com o meio ambiente (sem esquecer esse aspecto): integridade das informações e o combate contra a desinformação e a propaganda falsa apareceram como tópicos nas mesas sobre o tema. Na terça-feira (1º), a Feira sediou um painel sobre quadrinhos na América Latina, com os editores Bebel Abreu (Bebel Books, Brasil), Juan Pablo Fajardo (Piedra Tijera Papel, Colômbia) e Javier Hildebrandt (Hotel de las Ideas, Argentina). Com mediação do jornalista Bruno Molinero, que cobre o setor de livros infantis para a Folha de S.Paulo, eles conversaram sobre os desafios de editar histórias ilustradas na região para uma plateia lotada no Content Café, um dos principais palcos do evento. Em relação ao retorno de Trump e o recente fortalecimento da extrema direita em vários países do continente americano e na Europa, Bebel Abreu lembrou a fala de Zuckerberg enaltecendo a “energia masculina”, e apontou a coletânea de quadrinhos Boy dodói, com histórias reais e ilustradas sobre masculinidade tóxica, como uma das maneiras de enfrentar essa tendência. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Terminam nesta sexta-feira (4) as inscrições para as duas novas categorias do Prêmio PublishNews: Prêmio Bookwire – Melhor audiolivro produzido em 2024; e Prêmio Bookwire – Melhor e-book produzido em 2024. Não haverá prorrogação do prazo. As editoras podem inscrever um título em cada categoria até às 15h do dia 4 de abril, por meio deste formulário. Ou seja, cada editora pode inscrever apenas um livro em cada categoria. São aceitos livros digitais produzidos no Brasil em 2024, e não há restrição de gênero. Um corpo de jurados independente – formado, em cada categoria, por três profissionais de outras empresas ligadas ao livro digital no país – vai avaliar todo o montante de inscrições e chegar a três finalistas em audiolivro e três em e-book. Os finalistas serão anunciados na semana de 14 de abril e, em um momento posterior, serão definidos dois vencedores, um de cada formato – a serem anunciados (e premiados com troféus) na cerimônia do Prêmio PublishNews, no dia 7 de maio. As votações seguirão critérios técnicos, como estrutura geral do código e distribuição do conteúdo, acessibilidade, qualidade da narração e edição. No caso dos audiolivros, não serão aceitas gravações de voz sintética. Para e-books, títulos que não estejam dentro de parâmetros básicos de acessibilidade estarão automaticamente eliminados. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Miranda July é a única autora com obra já publicada no Brasil entre as finalistas da 30ª edição do Women’s Prize. July concorre com De quatro (Amarcord), que conta a história da busca de uma mulher por um novo tipo de liberdade. A obra acompanha uma mulher às vésperas do seu aniversário de 46 anos que decide cruzar os EUA de carro, de Los Angeles a Nova York, em uma viagem que mudaria sua vida para sempre. No entanto, 30 minutos depois de se despedir do seu marido e da sua criança, ela sai da rodovia e se hospeda em um motel. Entre quatro paredes, uma jornada completamente inesperada se inicia e novas maneiras de desejar e de ser surgem em epifanias nada ortodoxas. Segundo o júri, cada um dos seis livros pré-selecionados explora a necessidade de liberdade pessoal e conexão humana, “ilustrando as maneiras pelas quais autonomia, amor e amizade podem atuar como um bálsamo para os desafios da vida. Escritos com nuances e profundidade, eles oferecem histórias atraentes e multicamadas que o incentivam a sentar e prestar atenção ao mundo ao seu redor”. O júri destaca ainda que são obras que questionam o domínio da história sobre nossas vidas, juntamente com histórias que navegam em nossa busca predominante por identidade. Vários romances empregam humor — da sátira mordaz à comédia observacional matizada — para explorar questões difíceis em torno da herança cultural. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Bienal do Livro Rio terá programação voltada para o público pré-adolescente. Os convidados estarão no Palco Apoteose Shell. Batizada de “Curto-circuito”, as sessões têm como objetivo um mix de influências, transitando entre histórias de livros e telas, no conceito de leituras elásticas, que valoriza as narrativas. Os encontros ocorrerão nas manhãs de sábados e domingos. Entre os confirmados, estão novos autores, criadores de conteúdo digital e nomes já conhecidos desse grande público de 9 a 12 anos, como Iberê Thenório, criador do canal Manual do Mundo, a escritora, ilustradora e roteirista Janaina Tokitaka, a youtuber Maidy Lacerda, a escritora e jornalista Flávia Lins e Silva, além de Gabriel Dearo e Manu Digilio, autores da série literária Aventuras de Mike. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Para saber como participar da seção, escreva para o comercial no e mail comercial@publishnews.com.br. Essa semana temos duas novidades. O primeiro é o romance Próxima aula, publicado pela Editora Polifonia, em que a protagonista Joana, é uma professora dos anos iniciais do Ensino Atualmente, ela vive com uma dor decorrente da morte do marido e das filhas em um acidente de carro. E o livro Saúde Mental enquanto há tempo, da Uniclap, é um guia sobre o que é saúde mental e como preservá-la no cotidiano. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Inaugurada há quatro meses, a Livraria das Perdizes (Rua Bartira, 317, Perdizes – São Paulo / SP) faz agora um chamamento público às editoras interessadas em promover lançamentos e outros eventos literários no local. O convite também é estendido aos escritores que buscam um espaço adequado para sessões de autógrafo. O ambiente conta com visual instagramável, acolhedor, design moderno, e um auditório que comporta até 70 pessoas, além do suporte para coquetéis de recepção. A iniciativa, segundo a diretora comercial Elaine Nunes, visa consolidar a livraria como ponto de encontro para amantes da leitura, e fomentar o diálogo cultural entre leitores, escritores e editoras. Interessados devem entrar em contato pelo telefone (11) 9.8597-0842 ou e- mail: eventos@livrariadasperdizes.com.br. A história do local começa em 1980, quando Seu Cortez inaugura a então Livraria Cortez no mesmo endereço. Agora, 44 anos depois, suas filhas revigoraram o espaço com a missão de continuar promovendo a leitura e a cultura. Com 111,03 m², a livraria ganhou uma nova fachada e o espaço conta ainda com um auditório no segundo andar.

A nVersos está à procura de um vendedor on-line para lidar com e-commerce. Os requisitos incluem formação em Administração, Marketing e Estratégia, Gestão de E-commerce e áreas afim; saber operar plataformas de e-commerce; ter conhecimento de informática e softwares; habilidade de negociação e capacidade de fechar parcerias; pleno domínio nas ferramentas tecnológicas habilidade em vendas e marketing; e saber acompanhar tendência do mercado. Entre as atribuições do cargo estão: vender livros e criar parcerias via mídias sociais: Shopee, Mercado Livre, Amazon, Magazine Luiza, OLX, Enjoei, AliExpress, Buscapé entre outros; manuseio de aplicativos e Sofwares; monitoramento e análise para saber onde o cliente está e o que lhe causa maior interesse e dúvidas de clientes e consumidores diariamente; cadastrar produtos; criar estratégias para alavancar vendas na plataforma; prospectar novos clientes; acompanhar tendências do mercado; e administração da carteira de clientes. Interessados devem encaminhar currículos para financeiro2@nversos.com.br até 30 de abril.

A Madras Editora abriu uma vaga para auxiliar de vendas. A pessoa contratada será responsável pelo planejamento e organização, atendimento telefônico; vendas para clientes PJ; pós-venda e realização de ações promocionais junto aos clientes. É preciso ter experiência em pacote Office; boa comunicação verbal e escrita e ensino médio completo. É considerado um diferencial ter trabalhado na área de livrarias e editoras. Interessados devem encaminhar currículos para assistente@madras.com.br.

A Panda Books está à procura de um assistente de vendas com experiência em atendimento ao cliente e rotinas administrativas e fiscais. A editora pede ainda que os candidatos tenham conhecimento do pacote Office e sistema CRM, de preferência WinBooks; boa comunicação, organização e agilidade. As atribuições do cargo incluem colocar e controlar pedidos no sistema; realizar e controlar consignações e vendas nos portais parceiros; suporte em demandas do departamento; e possibilidade de participação em eventos da editora. A vaga é presencial e CLT. Interessados devem encaminhar currículos para vagas@pandabooks.com.br informando o nome da vaga no assunto.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – compartilha mais dois editais que visam a contratação de empresas especializadas. O primeiro tem como o objeto a prestação de serviços de revisão de texto, diagramação (de livros físicos, e-books e revistas) e impressão. O pregão está marcado para 23 de abril. O segundo edital visa a contratação de empresa para a confecção de materiais gráficos diversos, incluindo, folders, banners, marcadores de página, placas de homenagem, lâminas em vinil, adesivos, além da impressão de livros, impressão e acabamento dos materiais gráficos. A disputa ocorre no dia 8 de abril e o valor chega a R$ 835 mil. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

Foi na última quinta feira (25) o evento de inauguração da Estante Árabe – Coleção Jamil Snege, uma iniciativa da Associação Árabe de Beneficência do Paraná (Saben) em parceria com a Biblioteca Pública do Paraná, com a doação de mais de 400 exemplares de autoria árabe para o acervo da instituição. A intenção é promover e incentivar o conhecimento desse recorte da literatura no Paraná. A coleção homenageia Jamil Snege (1939-2003), escritor paranaense e representante da comunidade árabe no Paraná, conhecido por seu empenho na promoção da cultura árabe e por suas contribuições ao desenvolvimento social do Estado. Sua dedicação serviu de inspiração para a criação deste conjunto, que visa aproximar o público paranaense dessa literatura. O diretor da Biblioteca, Luiz Felipe Leprevost, celebra a inclusão dessas obras no acervo. “A Biblioteca Pública do Paraná cria essa estante em homenagem à literatura árabe produzida no mundo, no Brasil, no Paraná, e em Curitiba. Tenho certeza que os leitores se surpreenderão com esses grandes nomes que fazem parte da nossa literatura. O robusto acervo da Biblioteca, com quase 770 mil títulos, se fortalece com esta coleção”, comenta. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O terceiro lançamento coletivo da Academia Mineira de Letras acontece no dia 26 de julho, sábado, de 10h às 13h30. A instituição convida autores interessados a inscreverem suas obras do dia 1º ao dia 4 de abril, por meio de formulário online. Na ocasião do lançamento, além de sessão de autógrafos e venda dos livros, um representante de cada obra selecionada terá até 15 minutos de fala, para apresentar seu livro – seja por meio de leitura de trecho, comentário, conversa. Assim, o autor ou um representante do livro deve estar presente no dia do lançamento coletivo. Dentre as regras para inscrição, estão: só são elegíveis livros publicados em 2024 ou 2025; cada autor só poderá inscrever uma única obra; e, no caso de obra coletiva, a inscrição deverá ser feita pelo organizador principal. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

No século XIX, a preocupação com a criação de um imaginário distintamente brasileiro encontrou no teatro uma via para dar corpo a esse projeto. Os dramas que compõem esta Antologia do teatro brasileiro, vol 2: Séc. XIX – Drama (Penguin-Companhia, 528 pp, R$ 99,90), organizada por Alexandre Mate e Pedro Moritz Schwarcz, representam uma dramaturgia voltada à estetização e à problematização de questões ligadas à realidade social, da posição da mulher na sociedade à escravidão. Aqui estão reunidas obras de diferentes vertentes, mostrando as muitas facetas de um século fundador da literatura. Temos o histórico Antonio José, de Gonçalves de Magalhães; uma obra lírica, Leonor de Mendonça, de Gonçalves Dias; e um mergulho no fantástico com Macário, de Álvares de Azevedo, complementado por Noite na taverna, do mesmo autor. Segue-se Mãe, ponto de inflexão na carreira de José de Alencar, e Cancros sociais, texto de denúncia moral de Maria Angélica Ribeiro. Juntas, essas peças montam a complexa cartografia de um país em formação e de um teatro plural, vibrante, com diferentes linhas de força estilística e anseios sociais que ressoam até os dias de hoje.

Nas primeiras páginas de Descolonizando a mente (Dublinense, 224 pp, R$ 74,90 – Trad.: Hilton Lima), Ngũgĩ wa Thiong’o esclarece: é o último que pretende escrever em inglês — língua na qual vinha produzindo até então. É uma decisão política. Se, durante os séculos 18 e 19, a Europa roubava da África para abastecer casas e museus, no século 20 ela se apropria da sua intelectualidade, pois os autores africanos, mesmo com a independência dos seus países, seguem escrevendo no idioma do colonizador. Descolonizando a mente é, assim, um manifesto de um dos maiores nomes da literatura africana, frequentemente cotado ao Prêmio Nobel, a favor de uma produção acessível a toda a população, não apenas à letrada, e um incentivo para se pensar sobre língua e identidade, apagamentos e estruturas de poder.

Manifesto antropófago e outros escritos (Tapioca, 96 pp., R$ 59,90) reúne os célebres textos de Oswald de Andrade: Manifesto da poesia Pau-Brasil, Manifesto antropófago, entre outros, como o raro artigo Esquema ao Tristão de Athayde. A edição especial inclui ainda fac-símiles dos escritos veiculados nos periódicos da época. Publicados em revistas e jornais entre 1922 e 1931, os textos e aforismos aqui compilados marcam o período de efervescência literária e cultural do autor – como o evento da Semana de Arte Moderna de 1922 –, em que a antropofagia oswaldiana se fazia presente, com sua contundente reflexão metacultural, em que buscava absorver da cultura brasileira aquilo que nos descolonizava e nos forçava a nos valorizarmos como nação. Utilizando temas como os povos originários, lançando críticas ácidas e sátiras à sociedade e à política brasileira, e por meio da construção de um texto mais livre – algo que ele pregava –, os escritos de Oswald de Andrade romperam barreiras significativas nos âmbitos literário e cultural que não somente delinearam os passos para o Modernismo Brasileiro, mas também foram capazes de nos fazer, de modo insistente e transgressor, questionar a nossa identidade, para então, quem sabe, nos tornarmos cada vez mais fortes culturalmente.

"Muito mais gente concorda que odeia poesia do que é capaz de concordar sobre o que é poesia”, afirma Ben Lerner em O ódio pela poesia (Fósforo, 80 pp, R$ 67,90 – Trad.: Leonardo Fróes), ensaio sobre os motivos legítimos do ódio pela forma poética e o que isso revela sobre a natureza dela. Uma das principais vozes da literatura norte-americana contemporânea, Lerner constrói uma reflexão divertida e esclarecedora sobre como a derrota é própria do fazer poético. Repleto do humor irônico e da inteligência comuns à obra de Lerner, este livro, traduzido pelo também poeta Leonardo Fróes, não traz respostas, mas acende o debate acerca do papel dos escritores e leitores na difusão do ódio, observando os diferentes aspectos dessa relação. “Saber se poesia é trabalho ou lazer (ou de algum modo ambas as coisas ou nenhuma das duas) é uma questão que está por toda parte nas denúncias e defesas dessa arte”. Ao terminar a leitura, cada um de nós sai com a sensação de que entrar nos mares profundos dos versos é tarefa urgente, mesmo que as águas sejam turvas e o ódio garantido.

Poemas em prosa, rascunhos, reflexões sobre poesia, fragmentos de correspondência: Francis Ponge leva aqui à sua oficina criativa em a voragem da expressão (Editora Unesp, 168 pp, R$ 58 – Trad.: Jorge Coli). Como é possível encontrar a palavra certa para transcrever nossa experiência da natureza, do mundo vegetal, do reino animal? O escritor revela seu método, mas também sua ética: para nos reconectarmos com o mundo, para ampliarmos nossa existência, nossas palavras não devem dominar as coisas, mas abraçá-las. O autor Francis Ponge (1899-1988) é um dos poetas mais importantes do século XX. Embora tenha se aproximado dos surrealistas, com os quais compartilhava convicções políticas, acabou trilhando caminhos próprios no campo da literatura. Recebeu diversos prêmios, dentre os quais o Grand Prix National de Poésie (1981) e o Grand Prix de l’Académie Française (1984).