Lançada em mais de 80 países, a obra Esperança (Fontanar) é a primeira autobiografia de um papa. Exatamente um mês desde a sua publicação por aqui, a obra estreia na Lista de Mais Vendidos do PublishNews. Em suas páginas, o papa Francisco – internado desde 14 de fevereiro por conta de uma pneumonia bilateral – apresenta um relato completo, trabalhado ao longo de seis anos, que parte do início do século XX até o momento presente. Com fotos do seu acervo pessoal, a obra é um testamento moral e espiritual de uma vida dedicada a ajudar ao próximo. Jorge Mario Bergoglio, o primeiro papa latino-americano, narra suas memórias com coragem e franqueza, e aborda questões cruciais do pontificado sem deixar de lado alguns dos temas mais candentes da contemporaneidade: as guerras, a migração, a crise ambiental, políticas sociais, a condição das mulheres, a sexualidade e o desenvolvimento tecnológico, bem como o futuro da Igreja e das religiões. Nesta sexta-feira (7), papa Francisco completa três semanas internado. Um novo boletim médico será divulgado no sábado (8). Além da autobiografia do papa, mais duas obras religiosas estrearam na lista de Não Ficção em uma semana que as vendas caíram 22% em relação a apuração anterior: Ofício ao glorioso São José e Mistérios do terço, mistério da vida, ambas publicadas pela Editora Santuário. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei) não retornará à Festa de Literatura Internacional de Paraty (Flip) em 2025. Após quatro edições (2018, 2019, 2022, 2023) realizadas em Paraty como programação paralela à Flip, o evento acontecerá pela segunda vez em outro endereço. Representantes da festa confirmaram ao PublishNews que o evento está em negociação para acontecer em um endereço localizado no centro de São Paulo, entre 6 e 10 de agosto. A edição deste ano terá cinco dias de programação, será gratuita para as editoras independentes, e terá eventos em outras três cidades. A edição deste ano terá cinco dias de programação, será gratuita para as editoras independentes, e terá eventos em outras três cidades. eventos em outras três cidades. A escolha por realizar o evento no mês de agosto está em casar a data com o Volta às Aulas. "Achamos que acertamos a data no segundo semestre no começo de agosto, convidando professores e estudantes para estar conosco e sem concorrer com nenhum evento literário na cidade", afirmam Cauê Seignemartin Ameni e Rafael Llimongelli, organizadores da Flipei. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

No espaço de Ancelmo Gois no jornal O Globo, a notícia de que a Secretaria municipal de Cultura lançou quatro editais no valor de mais de R$ 5 milhões para a produção de feiras literárias, capacitação de escritores e difusão da literatura. Essas medidas fazem parte do orçamento da cidade para promover o Rio de Janeiro como Capital Mundial do Livro 2025. E foi lá, na coluna de Lauro Jardim, o texto sobre novo lançamento da editora Cosac, livro sobre José Resende. Mariana Ianelli escreveu uma coluna para o Estadão sobre o legado de Affonso Romano de Sant'Anna, que "não temia desagradar": "Affonso Romano exercia nesse ofício uma incansável abordagem crítica de sua época, que na virada para o século 21 se reapresenta, também sob seu olhar questionador, numa corajosa revisão de valores.". E foi também no Estado de S. Paulo a publicação de um webstories com as melhores frases de Gabriel García Márquez. A Folha publicou a crítica da HQ Céleste e Proust (Autêntica), que retrata a relação do pensador Proust, com sua governanta. O Estado de Minas destacou livro Ensemble, que reúne histórias de mulheres de negócios e empreendedorismo social. A atriz Maria Paula foi uma das coordenadoras de um projeto que colheu relatos de 139 mulheres para livro que será lançado no Mês Internacional da Mulher. O gshow resgatou trechos do livro Ainda estou aqui (Alfaguara), que ficaram de fora do filme de Walter Salles, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional no último domingo (02). Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Até o dia 14 de março, autores homens sairão de seus postos nas prateleiras da Casa Cosmos (Rua Natingui, 544 – São Paulo / SP), livraria paulistana com ênfase em literatura infantil, para dar lugar a obras escritas ou ilustradas exclusivamente por mulheres. A ação vai ao encontro do tema da ONU Mulher para o Dia Internacional da Mulher: “Para TODAS as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento". Haverá também, durante toda a semana, uma programação de atividades para crianças e seus cuidadores no espaço físico da livraria, no bairro da Vila Madalena. No dia oficial, 8 de março, a Casa contará com uma programação especial durante todo o dia para homenagear as mulheres. E, no dia 13, das 19h30 às 22h, acontecerá a reunião de mulheres do mercado editorial numa grande roda de conversa com autoras, ilustradoras, tradutoras, donas de editoras, produtoras gráficas e livreiras, com Isabel Malzoni, Aline Bei, ⁠Janaina Tokitaka e Cecilia Arbolave.

A Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (Aberst) abriu as inscrições para a 8ª edição do Prêmio Aberst de Literatura. O prêmio visa dar reconhecimentos aos escritores nacionais dos gêneros compreendidos pela entidade. Interessados podem se inscrever até 10 de março com obras novas publicadas em língua portuguesa em 2024. Criado em 2018, o Prêmio chega à sua oitava edição em 2025, no formato atual o prêmio conta com um total de nove categorias de premiação por inscrição e duas de seleção por júri. As categorias contempladas são Narrativa longa e curta de terror, Narrativa curta ficção de crime, Narrativa curta suspense (thriller), Narrativa longa de terror, Narrativa longa ficção de crime, Narrativa longa suspense (thriller), Narrativa infantojuvenil / jovem adulto, Quadrinhos de crime ou terror e Projeto gráfico. Interessados podem conferir o edital e a ficha de inscrição clicando aqui. Os finalistas serão anunciados no dia 2 de setembro. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A exposição Sonhe como uma garota propõe a reflexão de como traduzir sonhos em imagens, palavras e ações que encorajam mulheres e meninas a ocuparem seu lugar no mundo. A mostra inaugura em 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, na Biblioteca Parque Villa-Lobos. Idealizado pela produtora cultural Camila Alves e viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet, o projeto busca inspirar meninas e mulheres a acreditarem em suas próprias trajetórias. "Sonhe como uma garota" apresenta histórias reais de 13 mulheres que fazem diferença em diversas áreas, desde a ciência e a educação até a arte e o ativismo social. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Clube de Leitura Anti-Machista – Não Bentos, espaço dedicado a homens que desejam repensar masculinidades através da literatura, está com inscrições abertas para seus próximos encontros. Criado pela escritora, médica e sexóloga Mila Nascimento, o projeto convida os participantes a refletirem sobre padrões de comportamento, toxicidade e novas formas de vivenciar a masculinidade, sem as amarras dos modelos tradicionais impostos pela sociedade. A cada encontro, os integrantes mergulham na leitura de uma obra literária, debatendo temas essenciais como afetividade, ciúmes, poder, questões de gênero e relações interpessoais. O clube busca proporcionar uma experiência transformadora, incentivando uma construção mais saudável e consciente do que representa “ser homem”. Os encontros acontecem mensalmente, sempre na última terça-feira do mês, das 20h às 21h30, no formato online. O investimento anual é de R$ 180. Além da leitura e dos debates, o clube conta com a presença de autores convidados e bate-papos mediados também por profissionais de saúde mental, garantindo uma experiência enriquecedora e acolhedora para todos os participantes. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Chiamaka é escritora de livros de viagem e vive nos EUA. Sozinha durante a pandemia, ela relembra os relacionamentos do passado e pondera sobre suas escolhas e seus arrependimentos. Zikora, sua melhor amiga, é uma advogada que foi bem-sucedida em tudo, até que, após ter o coração partido, busca a ajuda de quem achou que menos precisava. Omelogor, prima de Chiamaka, é uma gênia das finanças na Nigéria que começa a questionar o quanto se conhece de verdade. E Kadiatou, empregada de Chiamaka, cria com orgulho a filha nos EUA -- mas precisa lidar com uma provação inconcebível que ameaça tudo o que ela trabalhou para conseguir. Em A contagem dos sonhos (Companhia das Letras, 424 pp, R$ 89,90 – Trad.: Julia Romeu), Chimamanda Ngozi Adichie volta seu olhar arguto a essas mulheres, numa narrativa brilhante que discute a própria natureza do amor. A verdadeira felicidade é de fato alcançável? Ou é apenas um estado passageiro? E quão honestos devemos ser com nós mesmos para amar e ser amados? Uma reflexão incisiva sobre as escolhas que fazemos e aquelas feitas por nós, sobre filhas e mães, sobre nosso mundo interconectado, A contagem dos sonhos pulsa com urgência emocional e observações pungentes e inflexíveis sobre o coração humano.

As personagens narradoras de Cadelas de aluguel (DBA, 176 pp, R$ 72,90 - Trad.: Marina Waquil) têm um modus operandi: sem espaço para crises morais, essas mulheres, em sua maioria jovens, fazem o que sentem que deve ser feito — um aborto, um roubo, um ato extremo de vingança —, enquanto são afetadas por coisas banais, como um filme adolescente de Hollywood, a letra de um corrido, a quantidade de likes em uma foto do Instagram. Como em Cães de aluguel, filme de Quentin Tarantino de 1992, Cadelas de aluguel mistura sangue derramado e cultura pop. Mas há entre as duas obras uma diferença fundamental: aqui as personagens são mulheres mexicanas e a violência não é mero recurso estético. Sem poder contar com Deus, como a protagonista Deus não se meteu, que decide começar a roubar, ou com o Estado, como a protagonista de La Huesera, que perdeu uma amiga vítima de feminicídio, as personagens de Cadelas de aluguel tomam as rédeas e vão atrás de justiça. Com humor ácido e linguagem que reflete a fala popular, Dahlia de la Cerda – semifinalista do International Booker Prize ri por último enquanto deixa sangrar.

Escrita por Christine de Pizan entre 1404 e 1405, A Cidade das mulheres (Editora 34 304 pp, R$ 91 – Trad.: Jorge Henrique Bastos) é considerada a primeira obra feminista da história da literatura ocidental. Nascida em Veneza em 1364, Christine recebeu uma educação refinada na corte de Carlos V, em Paris, onde seu pai atuava como secretário e astrólogo. Espírito espantosamente moderno, ela reuniu um conhecimento excepcional e colocou sua inteligência e sua cultura a serviço das mulheres, denunciando a misoginia dominante em seu tempo, especialmente nos meios clericais. Inspirada na Cidade de Deus, de Santo Agostinho, Christine de Pizan concebeu uma cidade utópica composta exclusivamente por mulheres, ao abrigo das calúnias e injustiças dos homens. Em seu livro, a autora, hoje reconhecida como a primeira mulher a viver profissionalmente de sua escrita, recupera figuras femininas de diferentes épocas ― guerreiras, artistas, sábias, amantes e santas ―, reinterpretando-as como símbolos de resistência e sabedoria. Recorrendo à história e às mitologias grega e romana, aos poemas de Ovídio e Virgílio, a episódios da Bíblia, contos de Boccaccio e mais um sem-número de fontes, Christine debate com grandes nomes do pensamento e da retórica, como Aristóteles, Cícero e muitos outros. Com coragem e erudição, A Cidade das mulheres aborda temas surpreendentemente modernos, como o estupro, a igualdade entre os sexos, o acesso das mulheres ao saber e o reconhecimento da autonomia do próprio desejo, revelando-se uma obra fundamental para a história das mulheres e sua longa trajetória de lutas por uma existência plena em todos os domínios da ciência, da cultura e da vida social.

Inédita no Brasil, Damas de casaco de pele e chicote (Ercolano, 168 pp, R$ 84,50 - Trad.: Karina Jannini) foi escrita por Wanda von Sacher-Masoch, autora e tradutora de origem austro-húngara. Nascida Angelika Aurora Rümelin (1845-1906), a autora adotou o nome Wanda, inspirado na protagonista do romance Vênus das peles de seu marido, Leopold von Sacher-Masoch. Damas de casaco de pele e chicote convida os leitores a explorar as complexas e enigmáticas personagens femininas que desafiam as normas de gênero e poder da sociedade do século XIX. Wanda, que durante muito tempo esteve à sombra das representações masculinas, rompeu com essas limitações para criar suas próprias narrativas, trazendo à tona dinâmicas sociais e sexuais em que as mulheres assumem o controle. Suas personagens fundem dualidades: são ao mesmo tempo angelicais e celestes, ardentes e diabólicas; vestem-se de seda branca e também se cobrem de peles vermelhas ou pretas. Inteligentes e politicamente engajadas, não temem usar o humor para desmascarar a hipocrisia e a mediocridade dos homens e da sociedade que as cerca. As protagonistas de Wanda são mulheres que, após serem forçadas a casamentos arranjados, encontram na viuvez uma liberdade que as permite revidar àqueles que tentaram dominá-las.

No livro A poesia do nome (Elo Editora, 116 pp, R$ 66), a escritora, editora, atriz e pesquisadora de literatura Maria Viana resgata a presença feminina na arte ao reunir dez nomes de mulheres que marcaram a história por meio das criações que inspiraram. A obra propõe uma análise de como essas musas despertaram diferentes sentimentos e interpretações em seus criadores. Beatriz, por exemplo, é a figura que conduz o eu lírico em A divina comédia, de Dante Alighieri, mas também foi evocada em versos de Gregório de Matos e Humberto de Campos. Já Dulcineia, personagem de Cervantes em Dom Quixote de la Mancha, também inspirou o brasileiro Álvares de Azevedo e o português Nicolau Tolentino. Além delas, aparecem Cleópatra — esta inspirou até Machado de Assis a versar (“Era rainha e formosa, sobre cem povos reinava/ E tinha uma turba escrava, dos mais poderosos reis”) —, Helena, Julieta, Laura, Marilia, Lídia, Ofélia e Salomé. O livro percorre a interseção entre literatura e pintura, investigando as nuances dessas homenagens e a força simbólica dos nomes femininos na arte. Com uma abordagem sensível, o livro convida o leitor a repensar o papel da mulher na produção artística: musa, sim, mas também criadora, este último atributo muitas vezes apagado da história. A autora propõe um diálogo entre passado e presente, ampliando o olhar sobre a representação feminina e sua influência na cultura.