‘Ainda estou aqui’ faz história com Oscar inédito e impulsiona vendas do livro
PublishNews, Redação, 04/03/2025
Premiado na categoria de Melhor Filme Internacional, longa foi inspirado na obra de Marcelo Rubens Paiva — que adiantou preparar um novo livro; o PN buscou dados de vendas da obra nos últimos meses

Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello | © Adam Chitayat / Wiki Commons
Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello | © Adam Chitayat / Wiki Commons

Em pleno Carnaval, a noite de domingo (2) foi histórica para o cinema brasileiro. Ainda estou aqui, filme de Walter Salles inspirado na obra de Marcelo Rubens Paiva venceu a 97ª edição do Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional.

“É uma honra receber esse prêmio. Eu o dedico a uma mulher que depois de uma perda resolveu não desistir, o nome dela é Eunice Paiva. Eu dedico esse prêmio a duas mulheres que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse Walter Salles em seu discurso ao receber a estatueta.

O filme permanece em cartaz nos cinemas até 2 de abril. No dia 6 de abril, estará disponível no catálogo do Globoplay, sem custos adicionais para os assinantes.

Nas redes sociais, Marcelo Rubens Paiva demostrou sua torcida e comemorou a vitória do longa. Na Folha, prestou mais uma homenagem a Eunice Paiva, sua mãe. “Meses após sua morte, sonhei com ela, não com Alzheimer, mas com a mãe com quem convivi intimamente nas décadas de 1980, 1990, aquela que virou conselheira e amiga. Estava feliz, realizada como advogada, com planos”, diz parte do texto.

Ao relatar alguns dos momentos e lembranças que tem de seu pai, Marcelo falou sobre sua nova obra: “Explorar a dor e a saudade escrevendo é compulsivo. Conto do ex-boêmio do Baixo Augusta que virou pai aos 50. Da separação, quando os filhos eram bebês. Das lembranças de como fui educado para aprender a ser pai e, eventualmente, mãe. De como atravessar um isolamento social. De como, como a maioria dos artistas, sobreviver a um governo que considerava a cultura inimiga. O livro desse tempo, desse 'novo normal', em que dizíamos 'ninguém larga a mãe de ninguém', se chamará O novo agora. Mas poderia se chamar Ainda estão aqui. Porque os ancestrais estão conosco. Sempre estarão”, adiantou.

Prateleira da livraria Martins Fontes Paulista, na segunda (2), após vitória do Oscar de 'Ainda estou aqui' | © Beatriz Sardinha
Prateleira da livraria Martins Fontes Paulista, na segunda (2), após vitória do Oscar de 'Ainda estou aqui' | © Beatriz Sardinha
Ainda estou aqui (Alfaguara) conta a história de “uma mulher de muitas vidas” – como diz na própria sinopse –, Eunice Paiva (Fernanda Torres), que enfrentou uma busca incansável pela verdade após o desaparecimento de seu marido, Rubens, vivido nas telas por Selton Mello. Lançada em 2015, a obra entrou para a lista dos mais vendidos do PublishNews em agosto daquele ano, mas só voltou a aparecer nas apurações em outubro de 2024, por conta da repercussão do filme.

Desde então, segundo a apuração do PublishNews, a obra vendeu mais de 31 mil exemplares. Segundo a Amazon, as edições físicas e digitais de Ainda estou aqui, juntas, tiveram aumento de 53.000% em vendas comparando fevereiro de 2024 com fevereiro 2025.

Já segundo dados da Bookinfo, dos 20.355 exemplares de Ainda estou aqui vendidos de agosto a dezembro de 2024, 60% foram vendidos somente em dezembro (12.005). Até 26 de fevereiro, a obra vendeu mais 13.909 exemplares.

Confira a repercussão do anúncio da premiação do filme.

[04/03/2025 12:00:00]