
A escolha por realizar o evento no mês de agosto está em casar a data com o Volta às Aulas. "Achamos que acertamos a data no segundo semestre no começo de agosto, convidando professores e estudantes para estar conosco e sem concorrer com nenhum evento literário na cidade", afirmam Cauê Seignemartin Ameni e Rafael Llimongelli, organizadores da Flipei

Em 2025, o projeto anunciou uma expansão em sua programação, indo para outros endereços além da capital. Serão três edições do Estaleiro Pirata – em Ubatuba, Campinas e Votorantim – combinando formação profissional no mercado do livro, oficinas e festas.
Além disso, haverá a primeira edição do Butim Editorial – 1º Encontro Paulista dos Trabalhadores do Livro. Um evento pensado para quem faz o mercado editorial girar: editoras, designers, tradutores, capistas, revisores, livreiros e agentes literários. O Butim reunirá esses profissionais para rodadas de negociação, palestras e uma plenária estratégica, com o objetivo de construir coletivamente uma agenda cultural das editoras independentes do Estado de São Paulo.
A Flipei estima que, em 2024, recebeu cerca de 12 mil pessoas por dia, com picos de 3 mil pessoas no local, limite que a Central 1926 comportava. Os bailes organizados na programação noturna chegaram a ter 2 mil pessoas e os debates 500, também por causa da limitação do espaço.
Entre os convidados da programação, estavam: Mohammed Omer, um dos principais jornalistas palestino de gaza; Mckenzie Wark, importante teórica trans contemporânea; e Rita Segato, uma das principais feministas da América Latina. De convidados nacionais, Renato Freitas, Luana Alves, Chavoso da USP, Stédile, Erika Hilton, Juliane Furno, Jones Manoel, Bnegão, KL Jay participaram do evento.
Flip sem Flipei em 2025
Quando a Flip divulgou em suas redes sociais que retornaria em julho de 2025, muitos comentários da postagem se referiam justamente à participação da Flipei como uma das casas parceiras do evento. "Achamos curioso que o público está pedindo para que a gente volte. Não é à toa que os comentários mais curtidos, e não foram poucos, no post da Flip sobre a data do evento este ano, eram sobre a Flipei", comentam.
Segundo os representantes, o evento passa por um retrocesso democrático: "No lugar de incentivar as editoras a participarem, estão inibindo-as, cobrando mais, criando sobre-taxas para quem mantém o mercado editorial vivo durante todo o ano. Sem falar na falta de apoio para as casas que oferecem um conteúdo político e crítico na programação e vivem sob ameaças de grupos conservadores e da própria organização do evento que tem crise de protagonismo quando uma casa parceira se destaca. O que salvou a Flip de 2018 para cá está perdendo espaço e, se não entenderem isso, é capaz que tudo acabe em breve", afirmam.