A primeira Lista Nielsen PublishNews de 2025 – que apura os autores nacionais mais vendidos em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento no país – veio sem novidades, mas algumas mudanças no ranking merecem destaque. O período analisado nesta primeira lista é referente ao período entre 30 de dezembro de 2024 e 26 de janeiro de 2025. Em Ficção, depois de vários meses, quem assumiu o primeiro lugar do pódio foi Clarice Lispector com A hora da estrela – edição comemorativa (Rocco). A obra, que está sempre presente na lista há mais de dois anos, conta a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa. A última vez que A hora da estrela assumiu a liderança da Lista foi em setembro de 2024. Outra obra que merece destaque é Auto da Compadecida (Nova Fronteira), de Ariano Suassuna, que ocupa a 5ª posição em Ficção. A obra já esteve presente na lista apenas outras seis vezes desde 2020, mas sempre acima da nona posição. Além de ser leitura obrigatória em várias escolas, o filme O auto da Compadecida 2 estreou nos cinemas em dezembro passado, fator que pode ter ajudado no retorno do livro na apuração. Além do Auto da Compadecida, os livros Felpo Filva (Moderna), de Eva Furnari; O meu pé de laranja lima (Melhoramentos), de José Mauro de Vasconcelos, e A droga da obediência (Moderna), de Pedro Bandeira, são outros clássicos que sempre retornam à lista no início do ano. Em Não Ficção, destaque novamente para os devocionais e “conversas com Deus”. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A obra Caminhando com os mortos, de Micheliny Verunschk e traduzida do português por Sophie Lewis, é a única brasileira vencedora da edição de 2025 do programa PEN Translates – um dos principais prêmios de tradução do English PEN – e que consagra anualmente traduções para o inglês de livros do mundo todo. Na edição deste ano, foram premiados 19 títulos de 17 editoras, 13 idiomas e 17 regiões, incluindo o primeiro prêmio da PEN Translates para um título da Somalilândia. Publicada por aqui pela Companhia das Letras e lá fora pela Dead Ink Books, Walking with the dead é um romance sobre as consequências perversas da intolerância e da doutrinação religiosa. Uma obra que demonstra como o ódio às mulheres e às minorias atravessa os séculos, sobretudo quando se vale do fanatismo religioso. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Amazon está recebendo inscrições para a primeira edição do Prêmio Kindle Vozes Negras, promovido pela primeira vez pela varejista, em parceria com a Companhia das Letras. O vencedor ganhará R$ 35 mil em prêmio e adiantamento de royalties. Além disso, o livro será editado pela Companhia das Letras. Os finalistas também terão suas obras convertidas para audiolivro pela Audible Brasil. O prêmio celebra obras literárias publicadas através do Kindle Direct Publishing (KDP) por autores negros – grupo composto por pessoas autodeclaradas pardas e pretas – no gênero Ficção. Para participar, os livros precisam ser escritos em Português do Brasil. Segundo a empresa, a iniciativa reconhece a importância de apoiar escritores de diferentes origens e perspectivas, contribuindo para um cenário cultural mais inclusivo e representativo, enquanto reforça a responsabilidade de impulsionar mudanças significativas na sociedade. As inscrições para o Prêmio Kindle Vozes Negras começaram no dia 13 de janeiro de 2025 e vão até às 23h59 de 31 de março de 2025, horário de Brasília. As obras inscritas serão analisadas por uma comissão julgadora composta por editores, escritores, especialistas em literatura, jornalistas e/ou críticos literários. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Para saber como participar da seção, escreva para o comercial no e-mail comercial@publishnews.com.br. Essa semana, o espaço tem uma novidade. André Naves, defensor público federal e escritor, tem uma trajetória marcada pelo compromisso com os Direitos Humanos, a Inclusão Social e a promoção da Cultura. Após um grave acidente em sua juventude que o deixou em coma por 45 dias, André encontrou na recuperação um novo significado para as relações entre individuais e coletivas. Especialista em Economia Política e Comendador Cultural, ele acredita na Educação e na Cultura como ferramentas fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Seu mais novo projeto literário – Caminho: A beleza é enxergar (Uiclap) – é uma poderosa reflexão, onde todos os rendimentos destinados a instituições voltadas ao desenvolvimento social sustentável. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Globo Livros está com três vagas abertas. A primeira, para o cargo de analista de mídias sociais pede superior completo e mais de dois anos na área de comunicação de editoras de livros. As funções do dia a dia incluem planejamento de campanhas estratégicas de comunicação para as redes sociais; produção de conteúdo, gerenciamento, programação e análise de redes sociais da Editora. A segunda vaga é para assistente editorial que tenha conhecimento dos processos de edição de livros; de editoração e projeto gráfico; e de softwares de produção gráfica e edição de imagens. E a terceira oportunidade é para editor júnior, que deverá coordenar a produção editorial de livros, elaborando a programação das publicações e supervisionando tradução, preparação, diagramação e revisão das obras, sempre zelando pela qualidade e gestão de custos; colaborar com o editor do núcleo; entre outras funções. Interessados devem encaminhar currículos para vivian.souza@infoglobo.com.br até 11 de fevereiro e indicando no assunto o nome do cargo desejado. As informações completas de cada vaga estão nos links correspondentes.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – traz mais dois novos editais. O primeiro visa registro de preços para aquisição de material didático em uma grande cidade de São Paulo, e o valor é de mais de R$ 1,8 milhões. O segundo tem valor ainda mais significativo, estimado em R$ 75 milhões, e trata do registro de preços para futura e eventual aquisição, implantação e desenvolvimento de Projetos Educacionais que visem a orientação, conscientização e prevenção no combate à Dengue. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

A Citadel comprou em uma pre-emptive offer, o livro Coragem para pensar, coragem para fazer (How we learn to be brave), de Mariann Edgar Budde, a bispa de Washington que ficou conhecida no último mês ao confrontar o presidente dos EUA, Donald Trump. Há duas semanas, durante culto realizado na Catedral Nacional de Washington, a reverenda Mariann fez um apelo direto ao presidente Donald Trump em nome dos imigrantes e da comunidade LGBTQ+. Após a cerimônia, Trump disse que “não achou que foi um bom culto” e a chamou de “esquerdista radical linha dura”. Primeira mulher a servir como líder espiritual da Diocese Episcopal de Washington, Edgar Budde é ex-aluna da Universidade de Rochester, no estado de Nova York, e cresceu parcialmente em Nova Jersey e parcialmente no Colorado. Coragem para pensar, coragem para fazer é um guia para os principais momentos da vida que, se navegados com fé e discernimento, pavimentam o caminho para nos tornarmos nossos eus mais corajosos. Na obra, a bispa ensina a responder com clareza e graça, mesmo nos momentos mais difíceis. “Ser corajoso não é uma ocorrência singular; é uma jornada que podemos escolher empreender todos os dias”, diz a sinopse. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

As inscrições para a 2ª edição do Tato Literário - Prêmio com.tato de Literatura Independente estão chegando ao fim. Autores e autoras de todo o Brasil podem enviar seus originais até o dia 9 de fevereiro. Promovida pela com.tato, a premiação é dividida em duas categorias: Conto e Poesia. Para participar, basta fazer a inscrição através deste link. O edital completo da premiação está disponível aqui. A taxa de inscrição é de R$ 100. O resultado será divulgado em abril. Na primeira edição do Tato Literário, a duração entre um fósforo e outro, da escritora cearense Zulmira Correia e Beija-flor de concreto, do escritor piauiense Andrey Jandson, foram as obras premiadas. "Queremos proporcionar uma experiência positiva para os autores e autoras dentro do mercado literário. Para que eles vejam que é possível trabalhar com literatura no Brasil. E para que vivenciem o lançamento de um livro de forma completa, assim como os autores que estão nas grandes editoras", conta Karoline Lopes, jornalista e fundadora da com.tato. A obra vencedora de cada categoria será contemplada com cerca de R$ 30 mil em prêmios, com a edição e publicação do livro pelo selo Tato Literário. Cada pessoa receberá 15 exemplares dos livros para venda ou distribuição própria. E a com.tato fará toda a estratégia de comunicação das obras, por um período de três meses. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Escrito em 1923 e revisitado em 1935, Freshwater: a Comedy, único texto teatral de Virginia Woolf, ganha tradução e encenação inéditas no Brasil. Idealizado por Gabriel Saito e Victor Santiago, que assina a tradução, adaptação e dramaturgismo, Água Fresca: uma comédia de Virginia Woolf , com direção de Sol Faganello, estreia dia 7 de fevereiro, sexta-feira, às 20h, no Teatro do Sesc Ipiranga (Rua Bom Pastor, 822 – São Paulo / SP). Inédito no Brasil, Água Fresca: uma comédia de Virginia Woolf (Freshwater: a Comedy) desconstrói a pompa da elite britânica com diálogos ágeis e sátiras típicas das festas daqueles boêmios intelectuais do período modernista. Com sete atores em cena, a peça foi presente de aniversário de Woolf para sua sobrinha Angelica Bell e, por ser uma comédia, revela-se um trabalho bastante importante para rir com esta escritora que chega para o público apenas pelo viés melancólico.

Em 4 de janeiro de 1960, voltando para Paris depois de um feriado, Albert Camus morre em um acidente de carro. “Uma morte imbecil”, como ele costumava dizer a respeito de fatalidades em acidentes automobilísticos. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1957, aos 43 anos, Camus foi um herói da Resistência, um defensor dos árabes muçulmanos de sua Argélia natal, um comunista que lutava contra o stalinismo e um dos principais líderes de sua geração de escritores, com uma obra construída em torno do absurdo e da revolta. Nascido no ano de 1913, na Argélia, Camus não poderia ter uma origem mais proletária. Durante a juventude, filiou-se ao Partido Comunista. Encontrando no jornalismo a “profissão superior”, Camus começou a escrever para o periódico liberal Alger Républicain, ao mesmo tempo que produzia peças para o centro de cultura da Argélia. Foram essas campanhas políticas para denunciar a miséria dos muçulmanos que o obrigaram a abandonar seu país natal, onde não conseguia mais trabalho, e a se exilar em 1940 em Paris, onde produziu suas principais obras. Na França, além da publicação de seus aclamados romances O mito de Sísifo e O estrangeiro, Camus aproximou-se de Sartre, e os dois, com Simone de Beauvoir, tornaram-se inseparáveis. Com base na correspondência pessoal de Camus, em gravações inéditas e entrevistas com familiares, amigos e amantes do escritor, Olivier Todd revela em Albert Camus: Uma vida (Record, 882 pp, R$ 169,90 – Trad.: Monica Stahel) toda a complexidade de um escritor charmoso e virulento, sincero e teatral, arrogante e inseguro. O biógrafo contrapõe a vida de Camus a momentos históricos, como a ocupação francesa do norte da África, e ao ambiente da Paris literária do pós-guerra.

A trajetória de sucesso profissional de Bill Gates já é bastante conhecida: o jovem de 20 anos que abandonou a universidade de Harvard para fundar uma empresa de software que se tornou uma gigante da indústria e mudou a maneira como trabalhamos e vivemos; o bilionário que com frequência dedicou sua atenção às atividades filantrópicas para enfrentar questões envolvendo mudanças climáticas, saúde global e educação nos EUA. Código-fonte (Companhia das Letras, 458 pp, R$ 79,90 – Trad.: Claudio Alves Marcondes, Cassio de Arantes Leite e Berilo Vargas) não é sobre a Microsoft, a Fundação Gates ou o futuro da tecnologia. É o relato humano e pessoal de como Bill Gates se tornou quem é hoje: sua infância, suas primeiras paixões e aspirações. É a história de sua avó cheia de princípios e de pais ambiciosos, de amizades profundas de infância e da morte repentina de seu melhor amigo; das dificuldades para se encaixar e da descoberta de um universo de códigos e computadores quando o campo dava seus primeiros passos; de uma jornada, logo no início da adolescência, que o levou de escapadas à meia-noite em um centro de computadores para o dormitório da faculdade, onde ele deu origem a uma revolução tecnológica global. Bill Gates conta tudo isso, sua própria história, pela primeira vez: sensata, calorosa, reveladora — um retrato fascinante de uma vida americana.

Na madrugada de 24 de fevereiro de 2022, o escritor Andrei Kurkov foi acordado, em seu apartamento perto do centro histórico de Kyiv, com o barulho de explosões. Foram três. Uma hora mais tarde, outras duas. Eram mísseis russos, num ataque coordenado em vários pontos do país. “Foi muito difícil acreditar que a guerra tinha começado”, conta ele. Daquele momento em diante, a guerra passou a determinar seu modo de vida, seu jeito de pensar, seu jeito de tomar decisões. No dia seguinte, Kurkov deixou a capital sob ataque, se enfiou nas estradas congestionadas e partiu rumo a oeste. O escritor de Ucrânia – Diário de uma guerra (Carambaia, 392 pp, R$ 139,90 – Trad.: Marcia Vinha e Renato Marques), Andrei Kurkov, com dezenas de livros publicados e traduzido em mais de quarenta idiomas, tornava-se assim um dos milhões de desalojados ucranianos. Dias depois, refugiado com a família no apartamento de uma senhora que não os conhecia, ele abandonou a escrita de um romance para registrar, na forma de um diário, o que estava acontecendo.

Depois de mais de setenta anos lutando para viver da forma que acreditava ser certa, Cher revela sua história em um livro de memórias repleto de detalhes íntimos e publicado em duas partes. Cher foi única mulher até hoje a liderar as paradas da Billboard por sete décadas consecutivas, a vencer um Oscar, um Emmy, um Grammy e levar para casa um prêmio do Festival de Cinema de Cannes. Sonhando, desde criança, em se tornar famosa, foi criada em circunstâncias muitas vezes caóticas, cercada por cantores, atores e uma mãe que a inspirou, apesar do relacionamento difícil entre elas. Com a honestidade e o humor da artista, Cher: a autobiografia (parte um) (HarperCollins, 400 pp, R$ 89,90 – Trad.: Isabella Pacheco) narra como esse diamante bruto teve sucesso e se tornou a superestrela que o mundo não conseguiu ignorar. Esta primeira parte de suas memórias acompanha o começo de sua vida, da infância até conhecer e se casar com Sonny Bono – e escancara o relacionamento altamente complicado que os tornou famosos no mundo todo, mas que eventualmente os separou.

Em 2025, a eleição do ex-presidente Prudente de Moraes completa 130 anos. Thereza Christina Rocque da Motta, autora do livro Prudente de Moraes – O santo varão (Ibis Libris, 332 pp, R$ 80), é trineta do ex-presidente paulista. Quando Prudente de Moraes se candidatou à presidência em 1894, ele venceu Floriano Peixoto e deu início a uma administração que parecia impossível. Os florianistas deixaram o governo depauperado. Floriano não compareceu à posse de Prudente. O presidente eleito assumiu no Senado e entrou no Palácio Itamaraty tão lépido quanto saíra de Piracicaba. Pelo trabalho exaustivo de reconciliação de opostos, foi chamado “O Pacificador”. O jornalista José do Patrocínio chamou Prudente de Moraes de Santo Varão, após o atentado de Cinco de Novembro. Ele uniu os extremos após a Proclamação da República e o governo bélico de dois marechais. Além disso, trabalhou na reconciliação entre Brasil e Portugal, e pôs fim à Revolução Federalista. Ao se ausentar da presidência por conta de uma licença médica, em novembro de 1896, seu vice, o baiano Manoel Victorino, deu início à refrega que custou a vida de muitos: a Guerra de Canudos.