Um evento em recuperação: a sexta-feira (21) na Feira Internacional do Livro de Pequim viu corredores mais vazios do que nos dias anteriores, embora milhares de visitantes não-profissionais sejam esperados no final de semana. Como outras feiras ao redor do mundo, Pequim realiza três dias voltados para profissionais da indústria e dois com visitação aberta ao público em geral. Nos últimos anos, o evento – organizado pela Corporação de Importação e Exportação de Publicações Nacional da China (CNPIEC) – ajustou suas datas e mudou o local, para o Parque Olímpico da cidade, na busca de dar um adeus definitivo para os efeitos da pandemia. Em 2024, foram 1,6 mil exibidores, 17% a mais do que em 2023, mas uma quantia ainda distante dos números de 2019, quando 2,6 mil organizações e empresas do mundo todo marcaram presença. "Uma das consequências da pandemia de Covid foi que todos passamos por um processo de reavaliar nossas vidas, incluindo instituições, e a única certeza é que tudo continua mudando", comentou a presidente da CNPIEC, Lin Liying. "Desafios e oportunidades vêm ao mesmo tempo. Agora, o futuro é também aberto para a nossa imaginação, inclusive como organização da Feira". O mercado chinês também demora para se recuperar dos efeitos das mudanças dos últimos anos. Como destacado nos fóruns realizados ao longo dos últimos três dias, as vendas via plataformas online – como o TikTok, o Xiaohongshu e o WeChat – estão rapidamente se tornando o principal canal de vendas do país, já respondendo por cerca de dois terços do total de venda de livros na China – o que lhes dá enorme poder de barganha e capacidade de pressão nos preços. Uma das visões da Feira de Pequim é a de autores e autoras fazendo lives nos estandes das editoras para comercializar os livros. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A Lista dos Mais Vendidos do PublishNews desta semana tem entre as novidades a nova obra do jornalista, escritor, biógrafo e imortal Ruy Castro. Em O ouvidor do Brasil – que estreou em Não Ficção na 15ª posição – Ruy traz 99 crônicas com informações e histórias de bastidores sobre Tom Jobim. Que Tom mudou a história da música brasileira com a bossa nova e suas canções, o grande público já sabe. O que Ruy Castro apresenta em O ouvidor do Brasil é um Tom por vezes inesperado e desconhecido, que emerge sob diferentes ângulos em cada crônica. Em conjunto, os textos formam uma espécie de perfil biográfico fragmentado do artista. No ano passado, o imortal da ABL participou do Podcast do PublishNews para falar sobre o seu lançamento na época, A vida por escrito: Ciência e arte da biografia (Companhia das Letras), um guia de como escrever biografias. A conversa completa você confere clicando aqui. Além da obra de Ruy Castro, outros três livros estrearam na lista referente ao período entre os dias 15 e 21 de junho. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A principal notícia da semana foi mais um caso de censura na literatura, desta vez no município de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais. O Uol relata que o livro infantil O menino marrom, de Ziraldo, foi retirado das escolas municipais, após pressão das famílias de estudantes que consideram a obra "agressiva", por conta de um trecho que menciona um "pacto de sangue" entre as personagens, o que não acontece na obra. A obra aborda a relação de dois amigos, sendo um deles negro e o outro branco. O enredo do livro trata sobre racismo, conforme o Menino Marrom e o Menino Rosa passam a refletir sobre o que significa ser chamado de branco e de preto. No g1, um texto que detalha mais sobre a divisão de opiniões do caso de censura. O episódio também foi tema do podcast O Assunto desta sexta (21). Em nota enviada ao PublishNews, as entidades do livro - Câmara Brasileira do Livro (CBL), Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGRAF), Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), Associação Nacional de Livrarias (ANL), Liga Brasileira de Editoras (Libre) e Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) - se manifestaram sobre o assunto. "As entidades do livro repudiam veementemente a censura a livros. A recente censura ao livro "Menino Marrom", de Ziraldo, é um inaceitável ataque à liberdade de expressão, um pilar fundamental para a democracia e o desenvolvimento de um país. Censurar livros é atacar a democracia, a liberdade de expressão e a formação de cidadãos e cidadãs", diz parte da nota que você confere na íntegra clicando no Leia mais.

Na última semana, a obra Meninas Sonhadoras, Mulheres Cientistas, da juíza Flávia Martins de Carvalho e publicada pela Editora Mostarda, entrou para a lista de obras brasileiras censuradas. A prefeitura de São José dos Campos recolheu o livro das salas de leitura da rede municipal após um pedido do vereador Thomaz Henrique (PL), que apontou suposta “apologia ao aborto” e criticou mulheres retratadas na obra, como a vereadora Marielle Franco e a antropóloga Débora Diniz. No último dia 11, durante uma sessão na Câmara Municipal, o vereador Thomaz Henrique cobrou a retirada. “A gente quer saber quem aprovou, quem comprou esses livros para as escolas públicas do município, quem permitiu isso aqui? Precisa ser punido, não acredito que o prefeito concorde com isso aqui, e esse livro tem que ser recolhido das escolas”, disse. Logo depois, comemorou a ação da prefeitura. A Prefeitura de SJC, em nota enviada ao PublishNews afirmou que o livro “foi recolhido das salas de leitura de todas as unidades de ensino para que o conteúdo seja reavaliado pela equipe técnica da Secretaria de Educação e Cidadania” e reforçou que “os exemplares nunca estiveram disponíveis nas salas de aula ou nas bibliotecas públicas do município, apenas nas salas de leitura das escolas”. A obra apresenta as histórias de grandes mulheres, cientistas de diversas áreas, a exemplo de Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Dorina Nowill, Débora Diniz e Marielle Franco, entre outras, cujas origens e formações diversas contribuíram para a difusão do conhecimento e a defesa dos direitos humanos. As entidades do livro se reuniram para repudiar os casos de censura pelo país. Você confere clicando aqui. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A escritora Adélia Prado foi a vencedora do Prêmio Machado de Assis 2024, concedido pela Academia Brasileira de Letras (ABL) pelo conjunto da obra de autores nacionais. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (20). O prêmio será entregue no dia 19 de julho, data de aniversário da ABL. Prado recebe a maior honraria da instituição e o prêmio de R$ 100 mil aos 88 anos de idade. Atualmente vive em Divinópolis, sua cidade natal. A poeta mineira lançará ainda em 2024 o livro Jardim das oliveiras (Record). Entre suas obras mais conhecidas estão Bagagem, publicado em 1976, e O coração disparado, título que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de 1978. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Com o objetivo de estimular a leitura, a 5ª edição da LER - Festival do Leitor 2024 terá programação maior do que nos anos anteriores com a ideia de transformar o Píer Mauá (Av. Rodrigues Alves, 10 – Rio de Janeiro / RJ) em uma cidade literária. Com início na próxima segunda (24), o festival terá atrações distribuídas em mais de 70 espaços e receberá cerca de 200 mil pessoas, entre estudantes, professores, educadores, leitores, editores, livrarias, entidades governamentais, patrocinadores e público em geral. A programação contempla interesses de todas as faixas etárias, reunindo conteúdos literários que vão de histórias infantis aos mais recentes avanços tecnológicos, através de palcos com apresentações artísticas, saraus literários, debates, contação de histórias, oficinas, intervenções poéticas, peças teatrais, e mais. É possível conferir detalhes da programação no site oficial do Festival. A LER prevê ainda a participação de 1.100 escritores, autores e artistas e dezenas de editoras e livrarias que estarão espalhadas pelo Píer. Durante as noites dos dias 25, 26 e 27 de junho, além de receber grandes nomes como Krenak e Conceição Evaristo, grandes encontros serão celebrados no espaço LER no Porto, como Elisa Lucinda e Hélio de La Peña, MV Bill e Kmilla CDD, Thiago Lacerda e Monja Coen, Marisa Monte e Eduardo Bueno, Eliana Alves Cruz e Maria Valeria Resende, Marco Nanini e Mariana Filgueiras, Taisa Machado e Fernanda Abreu, Felipe Neto e Tatiana Roque, Gregório e Edgar Duvivier, e muitos outros nomes que juntos criarão um movimento literário de debates variados. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Êxito Distribuidora abriu uma vaga para auxiliar de compra para dar assistência em todos os processos de compra. Além disso, a pessoa contratada manterá contato com fornecedores; e fará a validação de notas fiscais no sistema. Para se candidatar é preciso ter experiência com compras, rotinas administrativas e atividades burocráticas da área; conhecimento básico do Pacote Office; disciplina e organização, uma vez que lidará com processos diversos; boa comunicação oral e escrita para lidar com fornecedor; senso de prioridade; proatividade; e trabalho em equipe. Interessados devem encaminhar currículos para compras@exitolivros.com.br até 1º de julho.

A Paulus Editora está em busca de um tradutor freelancer de alemão e latim. Profissional deve ter conhecimento da língua original e da língua portuguesa; formação acadêmica em área aderente às obras, especialmente humanidades, teologia, ciências da religião, letras e história. As funções incluem traduzir livros do alemão para o português e livros clássicos do latim para o português. O trabalho é remoto, como freelancer e pagamento por lauda. Interessados devem encaminhar currículos para rh@paulus.com.br até 5 de julho.

O mercado de materiais didáticos exige dos profissionais uma especialização contínua e habilidades adaptativas para atender às demandas. Pensando nisso, a Universidade do Livro lança a formação on-line Materiais Didáticos Impressos e Digitais: Estratégias Inovadoras para Editoras e Sistemas de Ensino, programada para ocorrer entre 25 de junho e 4 de julho. Interessados podem se inscrever clicando aqui. A formação profissional oferece aos participantes uma compreensão do mercado de conteúdos educacionais, explorando estratégias inovadoras para aquisição, desenvolvimento e produção desses materiais. As aulas têm como objetivo capacitar profissionais interessados na área editorial educacional, focando no desenvolvimento e produção de conteúdos textuais e multimídia. Os participantes terão a oportunidade de explorar tendências do mercado, novos formatos e abordagens para materiais didáticos. Além disso, as aulas abordam a legislação educacional e os programas governamentais de aquisição de materiais didáticos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O astronauta (Pequena Zahar, 48 pp, R$ 39,90 - Ilustração: Amma) narra as memórias de um pai com o avançar da idade. Um pouco fora de órbita, ele parece um astronauta, imerso em crateras e nevoeiros, prestes a decolar e partir. Assim como o protagonista, o leitor também transita por um presente nebuloso, sendo transportado para memórias da infância, juventude e vida adulta por meio de um enredo construído com habilidade. As ilustrações contextualizam a narração, adicionando camadas de significado e profundidade à história, além de aproximar o leitor dessa experiência vivida em família. Carol Fedatto, a autora, é professora de linguística, editora e pesquisadora da linguagem e da literatura. Escreve artigos e ensaios sobre esses temas. O astronauta é sua estreia como autora de livro infantil. Já Amma (Mariamma Fonseca) é formada em jornalismo e artes visuais, com especialização em livro ilustrado para a infância. Premiada com o Jabuti na categoria juvenil pelo livro Amigas que se encontraram na história (Companhia das Letras), em parceria com Angélica Kalil, também recebeu o selo FNLIJ de Altamente Recomendável com o livro ilustrado para bebês Será?.

Coração & Mente (Gaudí Editorial, 32 pp, R$ 65) é um livro para ser lido em família. Adultos e pequenos leitores juntos numa jornada sobre a importância de equilibrar pensamentos e sentimentos para viver uma vida feliz e divertida. Formada em psicologia, Nishi Singhal apresenta a aventura de dois melhores amigos: o Coração e a Mente. Eles trabalham sempre juntos para se manter em harmonia. O Coração traz alegria e amor ao momento presente, já a Mente age no dia a dia. Mas o que será que acontece quando eles passam o dia separados? Esta é uma história para mostrar para as crianças a importância de ouvir o coração e agir de forma positiva em prol de uma vida mais feliz, saudável e plena. Na parte final do livro, a autora traz questões e exercícios que ajudam nosso coração e nossa mente a andarem juntos e em equilíbrio. Dinâmicas que podem ser guiadas pelo adulto que lê para a criança, seja ele(a) familiar ou educador(a). Com tradução de Flavia Baggio, a obra conta com as belas ilustrações de Lera Munoz. Em cada página, a artista traz leveza e simpatia aos personagens e aos cenários.

Um porto para o mar (Editora Sapoti, 104 pp, R$ 35), chega para relatar a importância dos diversos portos, ancoradouros e trapiches da Baía de Guanabara nos acontecimentos históricos da cidade e do próprio país. A obra promove uma viagem no tempo para conhecer a história do Rio de Janeiro através da sua região portuária. “No século XXI temos a oportunidade de voltar ao passado para recontar e conhecer personagens que formaram a cidade do Rio de Janeiro, como Tia Ciata, Augusto Malta, João do Rio, André Rebouças e outros", conta Daniela, idealizadora do projeto. Dividido por séculos, o livro leva os leitores a um passeio através do tempo e dos territórios históricos da região portuária e do centro do Rio. Lá viveram os povos Tamoio, Tupiniquim e Temiminó, num espaço por onde se fundou uma cidade colonial, cenário de violências e horrores da escravidão. Também foi o lugar onde nasceu o samba, que recebeu imigrantes e proveu trabalho e lazer para milhares de pessoas de muitas gerações. A obra é pontuada pelas ilustrações de Camilo Martins. Ele se inspirou em antigos mapas e nas linhas dos primeiros cartógrafos nos continentes americanos. A partir daí foi modernizando os traços conforme o livro evoluía. "Assim como a relação do homem com o mar, as ilustrações são repletas de colagens, texturas e maresia", afirma Camilo, que tem um trabalho de pesquisa sobre religiões de matrizes africanas.

Se você vier a Terra (FTD, 80 pp, R$ 64 – Trad.: Antônio Xerxenesky), um livro ilustrado, narra a história do garoto Quinn que escreve para um suposto visitante do Espaço Sideral, expondo de maneira lúdica tudo o que acredita ser essencial a seu interlocutor conhecer sobre o planeta Terra. Nessa apresentação, Quinn utiliza o gênero textual carta e descreve a seu destinatário diversos aspectos da vida humana e não humana na Terra, inclusive mostrando como ambas, cultura e natureza, se relacionam. A narrativa é ilustrada por imagens de paisagens físicas e sociais. A autora Sophie Blackall inspirou-se nas milhares de crianças que conheceu durante suas viagens ao redor do mundo pelo Unicef e pela Save the Children, organização em defesa dos direitos da criança, para criar um deslumbrante guia do nosso planeta. Ela teve a ideia do livro numa dessas viagens, quando estava no alto de uma montanha do Himalaia, no Butão. Sem conseguir conversar com as pessoas do lugar, devido à barreira do idioma, a autora imaginou ter à mão um livro capaz de aproximar as diferentes realidades, em que ela e as crianças pudessem contar como são suas respectivas casas. Um livro que ultrapassasse as fronteiras e unisse as pessoas. Para criar o narrador da história de Se você vier a Terra, Blackall inspirou-se em um garoto que ela conheceu na Austrália e que já havia morado em diversos países. Quinn representa todas as crianças com quem a autora já teve contato. O livro todo, aliás, apresenta referências desse tipo: amigos, vizinhos, figuras conhecidas de diversas áreas, pessoas que Blackall encontrou pelo mundo. Muitas ideias para a obra surgiram quando a autora passou um tempo com a turma da professora Greta, em uma escola nos EUA.

A partir de perguntas e respostas do tipo “É branco?” “Sim. Mas... pode, em minutos, se tornar um coelho geada, um cisne porcelana e, por fim, um elefante marfim”, a obra Mas... pode? (Yellowfante, 32 pp, R$ 54,90), escrita pela mineira Marilda Castanha, convida a criança leitora a se entregar à fantasia e perceber que tudo é possível dentro da nossa cabeça e na Terra, nosso planeta, nossa morada de diferentes cores e paisagens que também podem se transformar. Dedicado a “todas e todos que nunca deixam de fazer perguntas”, o livro é uma estimulante conversa do texto com as ilustrações da própria autora, que também cutucam a fantasia do leitor, intrigam, despertam o olhar. “Convido a todos a olharem, com olhos de lupa, cada detalhe do mundo e das histórias que estão sempre a nossa volta”, diz Castanha.