O subsetor de livros didáticos apresentou crescimento nominal no faturamento na Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – Ano Base 2023, divulgada no fim de maio: elevação de 1,2% nas vendas ao mercado. Com a inflação, a variação real ficou em -3,3%. O subsetor apresenta variações esperadas ano a ano nas vendas ao governo, que este ano representaram cerca de 59% do faturamento total do subsetor. Outro destaque foi o crescimento significativo da importância do canal “site próprio/marketplace” entre os modos de distribuição das editoras de livros didáticos. O canal cresceu três pontos percentuais e agora representa 15,7% do faturamento, o mesmo valor das vendas para “livrarias exclusivamente virtuais”. Livrarias (que, no caso dos didáticos, costumam ser específicas), distribuidoras e as próprias escolas dividem o restante do bolo das vendas privadas. Os números são certamente puxados para cima pelo esforço da FTD Educação, uma das líderes do setor, que espera superar R$ 1,5 bilhão em faturamento em 2024. No ano passado, a empresa investiu na Lumisfera, o seu próprio canal de vendas. “Em 2024, superamos o recorde histórico de mais de 300 mil pedidos do ano anterior, que representaram 40% da captação de receita do mercado privado da empresa em 2023”, compartilha a diretora adjunta de Marketing, Produtos e Experiência do Cliente da FTD Educação, Roberta Campanini. A sócia-diretora da Saber Educação, do Grupo Cogna, Flavia Alves Bravin, explica que a sua empresa está buscando se aproximar dos clientes, bem como investir em diversos processos tecnológicos. “Como editora, temos investido em experimentar e aplicar tecnologia, principalmente a inteligência artificial. Já tivemos bons aprendizados e ganhos em tagueamento, processos e produtos com IA. Outro investimento importante é em dados, em ‘advanced analytics’. Ele tem várias frentes aqui na companhia, indo de dados de negócios a dados de aprendizagem." Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O 5º Painel do Varejo de Livros no Brasil – pesquisa realizada pela Nielsen Book e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL) –, que analisou o período de 22 de abril a 19 de maio de 2024, foi marcado pelo Dia das Mães. A data impulsionou uma alta no faturamento de 7,64% em comparação com o ano anterior. No volume de vendas, porém, o setor ficou abaixo dos resultados vistos em 2023 em -1,94%. Foram 3,98 milhões de livros vendidos no mesmo período do ano anterior, contra 3,90 milhões em 2024. O faturamento positivo é reflexo do preço médio que apresentou um crescimento de 9,76%, saindo de R$ 44,67 no ano passado para R$ 49,03 este ano. Com isso, o mercado alcança R$ 191,5 milhões nesse quinto período, contra R$ 177,91 milhões no mesmo período no ano anterior. Nota-se também que neste período a movimentação de livros foi menor, com uma bibliodiversidade 0,43% abaixo do período comparado. No acumulado do ano, o ritmo de recuperação continua, mas sem mudanças expressivas. "Os resultados mostram que, no acumulado do ano, houve uma diminuição na queda das vendas em volume", avalia Dante Cid, presidente do SNEL. "Esperamos que os sinais positivos de renda e emprego do país reflitam em melhores resultados para o setor já no próximo semestre." Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A edição de 2024 do Rio2C terminou no último domingo (09) e participantes ouvidos pela reportagem sentiram falta de mais profissionais do mercado editorial na Cidade das Artes – em 2023, houve um esforço em atrair o setor do livro para este que é considerado o maior evento de criatividade, tecnologia e inovação do país. De toda forma, o Rio2C 2024 teve duas sessões de Pitching Editorial, um realizado na quarta-feira (5) e outro na sexta-feira (7). Em nota enviada ao PublishNews, a organização do evento enfatiza que o "mercado editorial tem muito a somar com outros pilares da indústria criativa porque, afinal, tudo é sobre contar histórias". Os projetos que participaram do pitching passaram pela curadoria de uma Comissão Editorial do Rio2C. De acordo com a organização, foram recebidos um total de 198 projetos para o Pitching Editorial e reunindo o total de 50.561 pessoas na Cidade das Artes (Av. das Américas, 5300 – Rio de Janeiro / RJ) ao longo de seus seis dias de programação, com 1.663 palestrantes em 14 palcos e sete espaços de conteúdo. Os pitchings são sessões em que os autores expõem suas histórias com a intenção de que elas sejam adquiridas por produtoras e se tornem um produto audiovisual. As sessões de pitching eram abertas e ocorreram no Creator Square Stage. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

As inscrições para a 66ª edição do Prêmio Jabuti estão abertas até esta quinta-feira, dia 13 de junho. A premiação é responsável por reconhecer e divulgar a produção literária nacional, com a valorização dos elos que formam o setor do livro. Este ano, o Jabuti conta com quatro novas categorias: Escritor Estreante – Poesia; Saúde e Bem-Estar; Educação; e Negócios. O prêmio é organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Além da escolha do Livro do Ano, a premiação possui 22 categorias, uma a mais do que no ano passado, divididas em quatro eixos: Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. Este ano, a curadoria permanece por conta de Hubert Alquéres. As inscrições devem ser realizadas por meio do site até as 18h (horário de Brasília) de 13 de junho de 2024. Os valores e mais informações estão disponíveis no regulamento do prêmio, no site. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Há 14 anos no mercado e com mais de 10 mil livros publicados, o Grupo Editorial Appris lança agora o selo cristão evangélico Sauvé. O catálogo do novo segmento já estreia com 12 livros e uma diversidade de termas que abrange os devocionais, desenvolvimento pessoal, liderança, relacionamento, família, infantil e acadêmicos. Atualmente, os livros religiosos estão na lista dos mais vendidos no país e o segmento se amplia a cada ano com resultados positivos. A iniciativa de criar o selo Sauvé (do francês “salvo”) veio da própria demanda de autores evangélicos, que não contavam com a oportunidade de um segmento específico na Appris para atendê-los. O novo selo segue também o diferencial do Grupo Appris em relação ao mercado, que é a aposta conjunta com o autor. Nesse modelo de publicação a editora trabalha em coparticipação e impressão sob demanda, onde o autor investe junto à editora em sua publicação. Segundo a editora, esse investimento é acessível, já que não tem a necessidade de impressão de uma grande tiragem inicial. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A HarperCollins está com uma vaga aberta para o cargo de analista de marketing, para atuar no selo jovem da editora. O analista ficará responsável pelo planejamento estratégico e criativo das campanhas de marketing do novo selo; acompanhamento e análise de resultados das campanhas; produção de briefings para a equipe de criação; criação de conteúdos em vídeo para as redes sociais; suporte na gestão das redes sociais e interação com leitores; criação de estratégias de editorias de conteúdo para as redes sociais; e participar da construção do tom de voz e brand persona do novo selo. O candidato deve ter formação superior em Marketing, Comunicação Social, Relações Públicas, Publicidade ou áreas relacionadas, inglês avançado, facilidade e boa desenvoltura para aparecer em vídeos, excelente escrita e domínio do pacote Office. Os interessados podem se inscrever clicando aqui.

A Jambô Editora – que publica livros de fantasia, jogos de RPG e histórias em quadrinhos – abriu duas vagas. A primeira é para o cargo de assistente comercial (e-commerce). A pessoa será responsável pela loja virtual, realizando o cadastro e a edição das páginas dos produtos, a criação de promoções e tudo o que for necessário para oferecer aos clientes da editora uma melhor experiência de compra. As funções incluem realizar o cadastro de novos produtos na plataforma de ERP (Bling); configurar páginas de produtos no site (plataforma WooCommerce); produzir relatórios de desempenho do setor; propor e implementar ações de marketing para otimização do funil de vendas; entre outras funções. O candidato ideal tem perfil comercial e analítico, entende do mundo nerd e fica à vontade com o uso de tecnologia; tem experiência na área comercial; e noções de marketing e SEO. Interessados devem encaminhar currículos para contato@jamboeditora.com.br. A segunda vaga é para auxiliar de logística (estoquista). A pessoa contratada fará parte da equipe responsável por transportar, organizar e despachar livros e outros materiais. As funções da vaga incluem receber, conferir e armazenar livros e outros materiais; separar, embalar e endereçar encomendas; e realizar inventários periódicos. É preciso ter ensino médio completo; capacidade de realizar tarefas que demandem esforço físico, incluindo transportar caixas e operar paleteiras. É desejável também experiência em função semelhante; curso técnico em logística ou áreas correlatas; e conhecimento em sistemas de gestão de estoque. Os currículos devem ser enviados para logistica@jamboeditora.com.br. Ambas as vagas são para atuação em Porto Alegre (RS).

Estão abertas as inscrições para editoras, artistas e coletivos interessados em participar da 6ª edição da Feira [SUB] de arte impressa e publicações independentes, que ocorre em 14 de setembro de 2024 na Biblioteca Pública Municipal Professor Ernesto Manoel Zink (Av. Benjamin Constant, 1633 – Campinas / SP), das 11h às 21h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio do formulário no link do site e nas redes sociais até 23h59 do dia 30 de junho de 2024. A SUB é gratuita tanto para os expositores quanto para o público. As inscrições passam por um trabalho de curadoria para escolha de cerca de 90 expositores, que serão divulgados até o dia 28 de julho no site e nas redes sociais da Feira SUB. “Um dos critérios é trazer diversidade em termos de linguagens, técnicas de impressão e formatos de publicações, evitando, desse modo, que prevaleça um tipo específico de linguagem artística", explica Marcela Pacola, idealizadora e produtora da Feira. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Temas comuns presentes nas grandes metrópoles inspiraram o mais novo livro de crônicas da Editora Nacional. Escrito pela jornalista Gaía Passarelli, Tá todo mundo tentando traz um olhar reflexivo sobre registros cotidianos, memórias e vida urbana. Editora e autora lançam o livro nesta terça-feira (11), às 19h, na Livraria Megafauna (Av. Ipiranga, 200 - loja 53 - República – São Paulo / SP). O evento contará com bate-papo conduzido pela jornalista e apresentadora Renata Simões. A obra, que tem ilustrações do artista de quadrinhos Tiago Lacerda, conhecido como El Cerdo, é dividida em três seções, cada uma encerrada com um conto inédito, marcando a jornada de Gaía do jornalismo rumo à escrita ficcional. Gaía Passarelli é escritora, editora e criadora da newsletter Tá todo mundo tentando na plataforma Substack. Em sua carreira, trabalhou na MTV Brasil, BuzzFeed Brasil e colaborou em jornais e revistas como Folha de S. Paulo, Elle, Marie Claire e Viagem & Turismo. É autora de Mas você vai sozinha?, publicado pela Globo Livros, em 2016. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Depois de uma temporada de estreia no Rio de Janeiro, o espetáculo Fernanda Montenegro lê Simone de Beauvoir chega a São Paulo em 20 de junho, no Teatro Raul Cortez, do Sesc 14 Bis (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – São Paulo / SP). O encontro de Fernanda Montenegro com a compilação do pensamento de Simone de Beauvoir, extraída da obra A cerimônia do adeus, é uma aproximação da atriz com a escritora, pensadora e ensaísta, que revolucionou a visão do feminino. O espetáculo fica em cartaz até o dia 21 de julho, com apresentações de quinta a sábado, às 20h e às 18h, aos domingos. Os ingressos custam de R$ 18 a R$60 e começam a ser vendidos partir de 11 junho, às 17h, pelo aplicativo Credencial Sesc e pelo site e presencialmente a partir de 12 junho, às 17h, em todas as unidades do Sesc São Paulo. A leitura celebra os 80 anos de carreira de Fernanda Montenegro e aborda a visão libertária de Beauvoir (1908-1986) sobre o feminismo, além de sua ligação de vida com o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980). Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Ressuscitar passados, inventar futuros: é essa a missão à qual a escrita de Silvana Tavano se propõe em seu mais recente lançamento. Em Ressuscitar mamutes (Autêntica Contemporânea, 120 pp, R$ 59,90), a cuidadosa construção de um mapa de tempos, já comum à sua obra, alcança seu ápice, resultando em um trajeto no qual a literatura e a memória caminham juntas como forma de transcender o presente. Como uma colecionadora de espaços “de onde se pode ver o passado e o futuro”, a autora mergulha em um inventário de locais que desafiam a imposição da linearidade para revisitar e reinventar a memória de uma mãe. A partir da perspectiva da mulher madura que se revela narradora dessa história, o ficcional, o científico, o fabulário e o ensaístico se entrelaçam, formando um mosaico que reúne tanto as presenças quanto as ausências de um histórico familiar.

A obra A herança do agente funerário (Caravana, 68 pp, R$ 60) retrata a vida de Moisés, um agente funerário que cuida dos seus mortos como se fossem seus próprios filhos. Diferente dos seus colegas, o protagonista cria conexões com túmulos esquecidos e com pessoas vivas sem mármore algum para visitar. Ao se aproximar da aposentadoria, percorre caminhos conhecidos e inusitados em busca de um sucessor, mas a vida e a morte não deixam de lhe acontecer. Com leveza e toques de humor, este romance brinca com a única certeza universal e convida o leitor a apreciar a eterna companhia dos que já partiram. O trajeto é acidentado, mas não se preocupe: Moisés o acompanhará até o final do caminho. Carolina Zweig, nascida na Argentina e radicada no Brasil, morou em dois endereços em São Paulo, ambos perto de cemitérios. Com formação em Economia pela Fundação Getúlio Vargas, abraça as letras sem abandonar os números.

Limpa (Fósforo, 232 pp, R$ 74,90 – Trad.: Silvia Massimini Felix), escrito pela chilena Alia Trabucco Zerán, é um romance baseado em um crime real e construído de forma circular — ele começa no ponto em que termina. Nele, Estela está presa em uma sala de interrogatório policial para esclarecer a morte de uma menina a seus inquiridores. Anônimos, eles estão separados da protagonista por um vidro opaco. Estela saíra ainda jovem do Sul do Chile para a capital, Santiago, em busca de melhores condições, deixando sua mãe para trabalhar na casa de um casal de classe alta. Com uma tensão crescente, o leitor a acompanha a reconstruir os pormenores que tornaram sua vida negligenciada e invisível. Durante sete anos, a protagonista dedicou-se a lavar, passar, cozinhar, limpar e cuidar da filha única dos patrões, que crescera assombrada pela ansiedade e agora está morta. E embora seja o coração do romance, este não é o único óbito que assombra a inocência de Estela. Envolvente e perturbador, não à toa este livro foi vendido para mais de 13 países antes mesmo de sua publicação em espanhol. Na melhor tradição do realismo sujo, Alia Trabucco Zerán não deixa de lado suas motivações políticas e põe o dedo na ferida de um estrato da sociedade sem consciência de classe e impune da violência que perpetua todos os dias dentro do próprio lar.

Em Juntas e medulas (DBA, 224 pp, R$ 74,90 – Trad.: Tito Lívio Cruz Romão), escrito por Walter Kempowski, Jonathan Fabrizius vive em Hamburgo com Ulla, sua namorada sueca, em um apartamento decrépito que sobreviveu aos bombardeiros dos Aliados na Segunda Guerra. Jornalista de meia-idade, Joe, como é conhecido entre os amigos, abandonou os estudos e sustenta-se com a escrita de artigos, além de receber uma quantia mensal do tio fabricante de móveis. Ulla, por sua vez, estuda história da arte e organiza uma exposição sobre a crueldade nas artes plásticas no museu em que trabalha. Quando recebe uma proposta da fábrica de automóveis de luxo Santubara para ir à República Popular da Polônia escrever sobre a rota para um rali de carros, Jonathan hesita entre permanecer em Hamburgo e aceitar o convite para viajar ao local em que nasceu, em 1945, entre os refugiados que fugiam do avanço dos russos, e onde morreu seu pai, um jovem tenente da Wehrmacht alemã. É apenas quando seu relacionamento com Ulla começa a desmoronar que a ideia de voltar às suas origens – e, ao fazer isso, desenterrar os mortos – torna-se mais atraente. Uma vez começado o percurso, Jonathan deve enfrentar não apenas sua história particular, mas o passado como um todo. Por vezes, o sentimento em relação à Polônia comunista manifesta-se como desprezo ou condescendência, em outras, como culpa. O que se segue é uma viagem de carro sombriamente cômica, uma desventura inquietante de turistas da Alemanha Ocidental e um acerto de contas que é sutil, satírico e genuíno. O romance é um relato de viagem incômodo e honesto que expõe os efeitos da crueldade tanto em quem a sofreu, como em quem a praticou.

Profundamente enraizado na tradição oral iorubá, O bebedor de vinho de palma (Carambaia, 144 pp, R$ 87,90 – Trad.: Fernanda Silva e Sousa), de Amos Tutuola, leva o leitor por uma jornada mágica, na qual o personagem caminha de mata em mata, parando em vilarejos e às margens de rios, onde encontra todo tipo de obstáculos e criaturas. O herói sem nome – como todos os personagens da história – se identifica como “Pai dos Deuses Que Podia Fazer de Tudo Nesse Mundo”. Ele leva uma vida de ócio e devaneio bebendo vinho de palma, uma bebida alcóolica fermentada a partir da seiva de várias espécies de palmeira, cercado de amigos igualmente bebedores. Até que seu fazedor de vinho, o único que exerce bem o ofício na região, morre numa queda. Isso obriga o herói a ir buscá-lo na Cidade dos Mortos. Das névoas em que vive, ele cai num mundo “real”, mas não no sentido que damos à palavra em nosso mundo moderno e racional. Se a fábula nigeriana guarda alguma semelhança com Macunaíma, de Mário de Andrade, o personagem de O bebedor do vinho de palma não é, contudo, “um herói sem nenhum caráter”, mas um ser com poderes sobrenaturais, como o de transformar-se em animais e até virar ar. Esses poderes lhe são conferidos por jujus, objetos mágicos que não podem ser usados em qualquer circunstância. É assim que o herói, originalmente altivo, indolente e presunçoso, precisa agir com astúcia num mundo desconhecido.