No episódio desta semana do Podcast do PublishNews, nós conversamos com Paulo Cesar Marciano, ou PC, como é conhecido, fundador da Editora Gráfica Heliópolis. Ele cresceu com dificuldades de expressão e descobriu na escrita e no desenho formas de se comunicar. Para se proteger do bullying, sempre teve os livros como companhia. Com o tempo, PC se torna escritor, escreve um livro, vai atrás de uma editora, mas não recebe nenhuma resposta. Foi então que percebeu que teria que ser o seu próprio editor e de tantos outros escritores frustrados – e fundou a Editora Gráfica Heliópolis. Então, em 2018, depois de ser contemplado no edital de fomento à cultura Rumos, do Itaú Cultural, começou a publicar lançando 50 títulos em seu primeiro ano. Neste bate-papo, PC fala da história da sua editora, do elitismo, de apropriação, de como incentivar a leitura e das dificuldades de se chegar às livrarias, entre outros assuntos. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet, e da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube. Clique no Leia mais para ouvir o episódio.

O grande destaque sobre livros e mercado editorial nos jornais deste fim de semana foi o lançamento da nova biografia de Marco Nanini, O avesso do bordado (Companhia das Letras), escrita pela jornalista Mariana Filgueiras. A Folha destacou as tentativas mais recentes do ator para se acalmar e ter menos desentendimentos com colegas de profissão, o Estadão reviu as inspirações do ator e o Valor emplacou um grande artigo sobre a história de Nanini e o que ele conta nesse novo livro de maneira geral. Na Folha, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, pediu calma e disse que o Ministério “nasceu há quatro dias”. Ela não quis comentar o trabalho no governo durante entrevista no Festival de Verão Salvador, onde se apresentou, no sábado (28). Em conteúdo da Agência Mural, o jornal também falou sobre editoras periféricas, que usam saraus, slams, hip hop e editais para manter suas operações e tentar fazer crescer o número de leitores, escritores e publicações. O jornal O Liberal, de Belém (PA), aproveitou o gancho da divulgação do Painel do Varejo de Livros no Brasil para conversar com livreiros e leitores da cidade sobre a situação atual das suas livrarias. O domingo (29) foi o Dia Nacional da Visibilidade Trans, uma data marco de luta e conscientização para os direitos da população trans e travesti no país. O site da GQ destacou cinco livros de autoria de pessoas trans brasileiras. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O balanço de 2022 da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto apontou 75 atividades entre janeiro e dezembro com a presença de mais de 300 mil pessoas, de acordo com a instituição. Entre as realizações, estão projetos como o Cine Fórum, Contação de Histórias, Clube do Livro, espetáculos circenses, lançamentos de livros, saraus, palestras, oficinas, reinauguração da biblioteca própria e revitalização de outras três bibliotecas, duas na cidade de São Joaquim da Barra e uma em São José da Bela Vista – todas no interior do Estado de São Paulo. A manutenção da plataforma Livro Vivo, que oferece informações sobre o universo dos autores de obras abordadas em projetos da instituição, além de conteúdo pedagógico exclusivo para professores, foi um dos destaques, assim como os 12 programas “Na Estante”, apresentado por Dulce Neves e exibido pelo canal do Youtube. A direção da Fundação do Livro e Leitura também já começa a projetar o calendário de 2023. Agendada para os dias 12 a 20 de agosto de 2023, com cerimônia de abertura no dia 11 de agosto de 2023, a Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto terá mais espaços dedicados à literatura infantil. Outra expectativa positiva da Fundação para 2023 é o aceno positivo do Governo Federal ao setor cultural. Clique no Leia Mais para ler a matéria na íntegra.

O impacto dos recentes avanços tecnológicos no setor cultural está causando verdadeiro terremoto, a partir do lançamento do surpreendente programa de criação de textos ChatGPT, em 30/11/2022, sobre o qual comento adiante. É um ponto de inflexão na linha evolutiva recente, e este artigo visa a situar o leitor nesse ciclo. (...) E nessa onda de mudanças o mercado editorial pode ser atingido, não só pela criação de livros “instantâneos”, mas também a indústria dos audiobooks corre algum risco. A inteligência artificial já permite converter um livro de texto em audiobook em minutos. E o Spotify já está atento a esse mercado bilionário (US$1,6 bilhões em vendas em 2021), com área específica para esse produto no seu site. Clique no Leia Mais para ler o artigo na íntegra.

Estávamos em 2005 e eu trabalhava há três anos em um banco. Era meu segundo emprego e, aparentemente, seria o último, já que meus colegas logo iriam completar 30 anos de empresa. Bom salário, bons benefícios, um ambiente saudável: o único problema é que eu tinha certeza que não queria trabalhar ali, determinado a ser escritor, para desespero dos meus pais. Havia conseguido rapidamente duas promoções: a primeira, para assessorar um gerente, que passava o dia ao telefone, era ótimo vendedor, porém não sabia sequer enviar um e-mail. Não estou exagerando: os conhecimentos de informática do meu chefe se limitavam a ligar um computador, e me cabia executar tudo que ele pensava. Um ano depois, com 22 anos, decidiram me promover novamente: era minha vez de fazer as negociações. Buscando parecer mais velho, decidi deixar a barba crescer e parar de usar os ternos do meu pai. Considerei ainda incorporar um prendedor de gravata, mas logo desisti. Nunca trabalhei tanto quanto nessa época. Chegava cedo — na verdade, atrasado todos os dias —, do trabalho ia para a faculdade, depois de tudo ainda tentava escrever um romance, que terminei, mas felizmente nunca foi publicado. Eu tinha tanto sono que adotei uma série de técnicas para dormir alguns minutos a mais. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta coluna.

A 20ª edição do Prêmio Sesc de Literatura tem as inscrições abertas até sexta-feira (3). Os escritores estreantes podem inscrever suas obras inéditas de Conto e Romance gratuitamente clicando aqui. Os interessados têm até às 18h desta sexta para concluir o processo de inscrição, que é gratuito e online. Os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record. A parceria possibilita a inserç ão dos livros na cadeia produtiva do mercado editorial. O vencedor de cada categoria tem sua obra publicada e distribuída comercialmente pela editora, com uma tiragem inicial mínima de 2,5 mil exemplares. “Este ano é especial. Chegamos a 20 edições, um marco importante e que deve ser comemorado”, afirma Janaina Cunha, diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc, em nota. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

A editora Manole, que publica livros Técnicos, Científicos e Profissionais, está à procura de um assistente comercial. É preciso ter experiência em rotinas administrativas e atividades burocráticas na área administrativa comercial; conhecimento básico do pacote Office, com ênfase em Excel (médio a avançado); disciplina e organização; boa comunicação oral e escrita para lidar com clientes externos e com os internos; senso de prioridade; e ensino superior em Administração, Comunicação ou Publicidade. É desejável também ter experiência ou interesse pelo segmento editorial / livreiro e conhecimento no sistema Totvs. A pessoa contratada dará apoio a toda área comercial interna e externa realizando assistência em todos os processos de vendas; digitação e acompanhamento de pedidos, entradas de notas fiscais no sistema, acompanhamento das consignações e cadastro de clientes. Interessados podem enviar currículos para comercial.diretoria@manole.com.br.

O Grupo Meekah, focado na consultoria de Projetos Incentivados e Produção Cultural, abriu uma vaga para assistente editorial. As funções do cargo incluem preparar os textos em word, utilizando paleta de estilos do projeto gráfico; auxiliar na elaboração de sumários, referências bibliográficas e índices remissivos; planilhar imagens a serem utilizadas em material impresso e digital; organizar as referências textuais para viabilizar o licenciamento de textos/direito autoral; pesquisar imagens de referências didáticas de acordo com as solicitações do autor, editor ou assistente de edição; auxiliar na conferência de provas (diagramadas); e desenvolver demais atividades pertinentes ao cargo na área de atuação, conforme orientação do superior imediato e necessidades da empresa. Interessados devem encaminhar currículos para vagascans@gmail.com.

A FTD Educação lança agora a plataforma imersiva Metaverso FTD com o objetivo de oferecer experiências interativas e gamificadas no segmento educacional brasileiro. A empresa é a primeira a criar um ambiente inteiramente personalizado dentro do metaverso voltado para a área da educação. O acesso, gratuito, é feito clicando aqui. Com a tecnologia de realidade virtual, a plataforma permitirá que o usuário conheça e passeie pelo universo da empresa, representado por um showroom digital. Utilizando o avatar de um jovem explorador é possível conhecer algumas das áreas de atuação da FTD e desbravar o mapa digital interativo, com ambientes como o espaço dedicado à plataforma iônica (o ecossistema educacional da empresa), o FTD Sistema de Ensino e as áreas de literatura e institucional. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

A programação de atividades para o primeiro semestre de 2023 do Instituto Emília terá novos encontros do clube de leitura Estantes Prediletas, novas Leituras em roda e um grupo de estudos para investigar infâncias. O Estantes Prediletas chega a sua quinta edição. Com curadoria e mediação de Dolores Prades, diretora do Instituto Emília, e de Janine Durand, articuladora e voluntária do projeto Remição em Rede, o projeto tem seu primeiro encontro nesta terça (31), às 18h30, para discutir a obra O acontecimento (Fósforo), de Annie Ernaux. Já o Leituras em Roda vai discutir textos disponíveis nas edições dos Cadernos Emília – publicação semestral de ensaios do Instituto, com oito edições disponíveis – mergulhando em artigos e entrevistas que discutem os desafios para formação de leitores, acesso aos livros, à ilustração e à literatura. Encontros mensais, gratuitos e no formato também remoto. O primeiro encontro está marcado para 6 de fevereiro, às 19h, tendo como tema o artigo Negras palavras em nós: reflexões sobre literatura, escrito por Neide Almeida. Em março, terá início o grupo de estudos Imagens e linguagens: apontamentos para investigar infâncias, conduzido por Gandhy Piorski. O Instituto Emília também fará a mediação de duas mesas-redondas da 60ª Feira do Livro Infantil de Bolonha, entre os dias 6 e 9 de março. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Nesta quarta-feira (1) às 19h, o Sesc Pinheiros (Rua Pais Leme, 195 – São Paulo / SP) receberá Willi Bolle, Milton Hatoum e Alberto Neto para um bate-papo com apresentação do livro Boca do Amazonas: sociedade e cultura em Dalcídio Jurandir, publicado pela Edições Sesc. A mesa seguida de sessão de autógrafos e a mediação ficou a cargo de Shirlei Torres Perez. A entrada é gratuita, o evento acontecerá no Auditório 3 e os ingressos deverão ser retirados com 1h de antecedência. O livro apresenta um panorama da história da Amazônia e analisa os romances de formação do Ciclo do extremo Norte, do escritor Dalcídio Jurandir, obra que representa a desigualdade social e a exclusão inerentes à sociedade amazonense. Willi Bolle resgata a obra desse importante e pouco conhecido autor e ressalta sua contribuição para o conhecimento local por meio da descrição da cultura cotidiana dos que vivem na periferia da sociedade, da defesa enfática de uma educação de qualidade também para os pobres e da importância dada ao modo de falar dos habitantes da Amazônia, muito bem captado por Jurandir que constitui um documento da memória cultural da região.

A editora Âyiné e a Livraria da Travessa de Pinheiros (Rua dos Pinheiros, 513 – São Paulo / SP) se unem para celebrar a figura de Pier Paolo Pasolini. O cineasta italiano, que em 2022 recebeu diversas manifestações por conta de seu centenário, é analisado na obra Pasolini – O fantasma da origem, do psicanalista Massimo Recalcati. O evento, marcado para esta quinta (2 de fevereiro), a partir das 19h, parte da obra de Recalcati para discutir um dos maiores intelectuais da Itália. A conversa terá a participação de Maria Betânia Amoroso, professora colaboradora no Departamento de Teoria Literária da Unicamp e pesquisadora da obra de Pasolini, e de Vinícius Nicastro Honesko, professor Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O evento é gratuito. Pasolini – o fantasma da origem, de Massimo Recalcati, é a tentativa de trazer à tona a complexidade daquele que talvez tenha sido um dos últimos intelectuais públicos, uma complexidade que emerge banhada não só de antíteses, como vida individual e coletiva, mas também de aparentes contradições entre conservadorismo e o mais alto grau de subversão, entre uma sacralização do milagre do mundo e um ateísmo marxista – “cristianismo ateu”, como coloca Recalcati. O livro foi publicado pela Âyiné em 2022 com tradução de Cezar Tridapalli.

Toni está cansado do mundo. Embora tenha uma saúde de ferro, o professor de ensino médio de história da filosofia não enxerga grandes perspectivas. Por mais que tenha lido uma quantidade considerável de livros, confessa que há coisas que não entende e acredita já ter experimentado tudo que há para experimentar. Decide, assim, pôr fim à própria vida. Metódico e sereno, ele escolhe inclusive a data da morte voluntária: 31 de julho do ano seguinte, o que lhe dá exatamente 365 dias para acertar pendências e tentar descobrir as verdadeiras razões por trás de sua polêmica escolha. Mas há um prazo-limite autoimposto para bater o martelo sobre seguir com o plano: o fim da migração dos andorinhões. Quando o primeiro deles despontar no céu em seu regresso, na primavera espanhola, Toni terá decidido. Nessa contagem regressiva até o dia derradeiro, ele vai gradualmente se desfazendo de seus pertences e, todas as noites, no apartamento que divide com Pepa, sua cachorra, dedica-se a escrever memórias e anotações pessoais, duras e desesperançadas, mas não menos ternas e espirituosas. A partir dessa espécie de diário, revela toda a sua intimidade — inclusive os recônditos mais controversos —, revisita o passado e discorre sobre os assuntos cotidianos de uma Espanha politicamente turbulenta. Em Quando os pássaros voltarem (Intrínseca, 544 pp, R$ 99,90 - Trad.: Ari Roitman e Paulina Wacht), Fernando Aramburu – autor de Pátria – mergulha mais uma vez na complexidade das relações humanas.

Dez anos se passaram e a Terra Longa está totalmente povoada. Uma nova “América”, chamada Valhalla, emerge a mais de um milhão de saltos da Terra Padrão. Os princípios norte-americanos são reafirmados em todas as Terras, e o povo de Valhalla começa a refletir sobre o porquê de obedecerem ao regime de um governo que se encontra tão distante. Em paralelo a isso, incidentes suspeitos entre trolls e humanos não param de acontecer; Sally descobre que os humanoides estão sendo usados em experimentos científicos; padre Nelson é convocado para uma missão; e, por fim, uma expedição chinesa com o objetivo de chegar à Terra vinte milhões está em curso. A relação de codependência entre a humanidade e a Terra Longa torna-se insustentável, e Joshua – agora casado e pai de um menino – tem o novo objetivo de encontrar uma solução para a série de crises que ameaça culminar em uma guerra jamais vista. Em A guerra longa (Bertrand, 512 pp, R$ 64,90 - Trad.: Ronaldo Sergio de Biasi), os personagens se deparam com o seguinte questionamento: até quando permitiremos que regras com as quais não concordamos ditem nossa vida?

O jornalista Paulo Stucchi tem o nazismo e a Segunda Guerra como um pano de fundo seus principais livros, entre eles, A filha do Reich, finalista do Prêmio Jabuti 2020. A temática, que se tornou uma marca do autor, está de volta em O homem da Patagônia (Jangada, 512 pp, R$ 62,90). Em seu novo livro, o palco da história não é o continente europeu ou o interior do sul do Brasil, mas sim o país que mais abrigou nazistas, depois dos EUA: a Argentina. Na trama, um thriller psicológico ambientado na Buenos Aires de 1958, Sebastián Lindner, um renomado psicólogo argentino, é contratado por uma jovem alemã para tratar de seu pai, um velho refugiado nazista que mora em uma remota fortaleza na Patagônia e cuja personalidade está envolta em vários mistérios. Conforme as lembranças do misterioso paciente vão sendo acessadas, Dr. Lindner se vê diante de um antigo segredo – que remonta aos últimos dias de Hitler em um bunker em Berlim e que pode mudar drasticamente os rumos da história do pós-Segunda Guerra. Em um dilema pessoal, o psicólogo passa a se confrontar com a pior face do mal e enfrentar seus próprios demônios. Passo a passo, entre sessões de terapia e novas revelações de personagens reais e fictícios, o leitor descobrirá, juntamente com o psicólogo Sebastián Lindner, quem é o velho alemão misterioso, e mergulhará nas mesmas dúvidas do personagem. A obra será lançada no dia 14 de fevereiro, na Livraria Drummond (Conjunto Nacional - Av. Paulista, 2073 - São Paulo / SP).

Uma narradora improvável conta uma história na qual é uma das “personagens”. Protagonistas se confundem dentre todos os outros coadjuvantes, em um enredo que não é possível determinar qual personagem é o principal. Talvez a própria narradora, ou, o que todos os coadjuvantes se tornam juntos. Perfeição desfeita (Kotter, 162 pp, R$ 59,90), obra de Sidnei Luz, é desses romances sem heróis, é uma obra sobre humanidades, mas, com uma boa dose de ficção. É sobre o passado, o presente e o futuro, sem saudosismo ou julgamentos, apenas deduções. Impressões sobre os rumos da modernidade, da ciência e dos possíveis resultados dos nossos desejos, inseguranças e medos mais genuínos. E o que poderíamos ter como resultado sobre a busca pela perfeição? Quais peças o destino pregaria, considerando tão previsíveis consequências? Geralda, Francisco, Ângela e Ézio, poderão ajudá-los a refletir sobre isso. Entre suas dores e alegrias, seus anestesiamentos e suas tristezas, essas vidas entrecruzadas, a saga dessa família, resultou em uma história tão “perfeita” quanto a combinação de todas as imperfeições de cada um de seus componentes.