O Congresso americano decidiu tomar posição contra a crescente onda de proibições de livros nas bibliotecas das escolas nos EUA. Resolução aprovada pelo Congresso classifica a situação de “forte ataque aos livros e à liberdade de expressão nos Estados Unidos”. A decisão vem a público depois de funcionários da Associação Americana de Bibliotecas terem relatado a ocorrência de 681 tentativas documentadas de banir ou restringir acesso a exemplares disponíveis em bibliotecas públicas, de escolas e de universidades apenas nos primeiros oito meses de 2022. Na terça-feira passada (22), outro relatório, este do PEN America, entidade sem fins lucrativos que defende a liberdade de expressão nos EUA e no mundo, listou 1.648 livros banidos das escolas americanas nos últimos 12 meses. A Resolução foi apresentada na Câmara pelo deputado democrata Jamie Raskin [foto], uma das estrelas do Congresso. Ele é o mais ativo e falador integrante da “CPI do Capitólio”, comissão parlamentar que investiga a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump no dia 06 de janeiro do ano passado. Raskin é um crítico severo de governantes à direita, como Trump, Vladimir Putin, Jair Bolsonaro e o húngaro Viktor Orbán. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) em parceria com a Câmara do Livro de Porto Alegre, realizou um estudo para mapear os hábitos de leitura no estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi realizada em maio deste ano, com mil entrevistados, abrangendo 52 municípios do estado, e com pessoas com idade a partir dos 16 anos. Segundo o estudo, 51,7% dos gaúchos entrevistados disseram ter o hábito da leitura, na forma impressa ou digital. No Brasil, segundo dados da 5ª edição da Retratos da Leitura, esse número chega a 52%. A diferença aparece na região da Fronteira, em cidades como Uruguaiana, São Borja e Santana do Livramento, onde a população demonstra um maior apreço pelo hábito da leitura. A média geral nessa região é de 65,2% de leitores. Sobre o perfil do leitor gaúcho, entre as mulheres 53,4% se dizem leitoras, contra 49,9% entre os homens. Em relação a faixa etária, pessoas entre 16 e 24 anos leem mais, com 57,4% dizendo ter este hábito. Já a faixa etária de 45 a 59 anos lê menos: 49,8%. A pesquisa mostrou também que a educação formal e a renda familiar estão intimamente associadas ao hábito da leitura. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A União Brasileira de Escritores de São Paulo (UBE-SP) elegeu o padre Julio Lancellotti como o intelectual brasileiro de 2022, para receber o Prêmio Juca Pato. O pedagogo e pároco brasileiro dedica sua vida a causas sociais e foi um dos fundadores da Pastoral da Criança e um dos formuladores do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). "Recebo esse prêmio com muito carinho, significando toda a luta pela dignidade humana", disse ele. Padre Julio lançou no ano passado a obra Tinha uma pedra no meio do caminho (Matrioska Editora), na qual faz um relato histórico sobre sua trajetória de 36 anos ao lado das pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. E também Amor à maneira de Deus (Planeta), no qual apresenta o amor como um exercício de compaixão e misericórdia. Ele concorria com Eliane Brum, Fernando Morais, Laurentino Gomes e Marina Colassanti. No ano passado, a cartunista Laerte foi a vencedora do prêmio.

Eliete Negreiros despontou como cantora ao grande público quando teve um papel fundamental na criação do movimento que ficou conhecido como Vanguarda Paulista, nos anos 1980, ao lado de nomes como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e Ná Ozzetti. Seu álbum de estreia, Outros sons, de 1982, foi produzido por Arrigo e sua versão em vinil é disputada a tapas nas lojas de discos usados. Ela gravou na carreira seis álbuns, entre eles os elogiadíssimos Eliete Negreiros (1989) e Canção brasileira, a nossa bela alma (1992). Ela se formou em Filosofia pela USP e lançou dois livros sobre produção musical, ambos publicados pela Ateliê: Ensaiando a canção: Paulinho da Viola e outros escritos (2011) e Paulinho da Viola e o elogio do amor (2016). Entre 2012 e 2014, Eliete foi colunista das revistas Piauí e Caros Amigos. Agora, assinando a obra como Eliete Eça Negreiros, ela reúne textos originais dessas colunas em Amor à música: de Cartola, Paulinho da Viola, Cortázar, Nara Leão, Rogério Sganzerla..., que sai pelas Edições Sesc. Clique no Leia mais para acessar a íntegra dessa nota.

O PublishNews publica mensalmente a Área Indie, espaço que reúne mensalmente informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Neste mês, são quatro destaques. Em Voltei!, o executivo Sérgio Mena Barreto fala de espiritualidade e de seu papel como tutor de animais de estimação. O dono de Keka, uma pequena Shih-tzu preta e branca, aborda todas as etapas dos que convivem com animais ,desde a inclusão do novo membro na família aos cuidados no envelhecimento e o temido momento da perda. Os bastidores da vida em Brasília, desde a criação da cidade aos corredores do poder, são relatados em Dutra - Memórias de um garçom de Juscelino, mordomo em Brasília. José Dutra Ferreira (1931-2014), que atendeu pessoalmente a Juscelino Kubitschek, tem sua biografia escrita a partir de longas conversas com a jornalista Rosalba Ribeiro da Matta Machado. Uma vitória interrompida – o início de tudo, de Luciane Mustafá, ganhou o prêmio de melhor romance young adult no International Latino Book Awards, em Los Angeles. Ela faz um retrato esperançoso da adolescência, acompanhando cinco personagens em uma escola paulistana. Intervenções psicopedagógicas é o novo livro da pedagoga Débora Niklaus, que já tem 11 obras publicadas. Neste lançamento, ela reflete e elenca quais intervenções são mais eficazes para crianças com dislexia, especificamente na faixa etária de 7 a 12 anos. Para saber como participar da seção Área Indie, escreva para a Karina Lourenço, no e-mail karina@publishnews.com.br.

A Livraria da Vila abriu uma vaga para coordenador de loja com experiência em vendas e gestão de pessoas para atuar em Curitiba (PR). É preciso ainda gostar de vender, treinar e motivar pessoas; e ter conhecimento do pacote Office. O coordenador irá acompanhar o estoque e metas da loja, atuar com gestão de vendas; atendimento ao cliente e cuidar da gestão da loja. Os benefícios incluem assistência médica, ajuda de custo para refeição, vale-transporte e desconto de 40% em livros. O regime é CLT e os interessados podem enviar currículos para selma@livrariadavila.com.br até 15 de outubro.

A Rideel está à procura de um editor de livros infantis e infantojuvenis. As funções do cargo incluem a prospecção de novos projetos para obras nacionais e internacionais; manter contato com autores, prestadores e empresas licenciadas (Disney e Marvel); elaboração de textos e traduções para composição da obra; acompanhamento e controle da produção de conteúdo editorial; e participação em eventos e feiras. É preciso ter formação acadêmica nas áreas de Comunicação, Letras ou Design gráfico; inglês fluente; facilidade de comunicação e relacionamento; ter boa redação; experiência em editoras de livros infantis e infantojuvenis; e experiência com produtos licenciados (Disney e Marvel). Os interessados devem enviar currículos para o e-mail katiaamadio@rideel.com.br.

O Passaporte: Literatura, série de encontros com escritores, críticos e tradutores sobre sua relação com a obra de autores de língua alemã, terá uma conversa com Itamar Vieira Junior e sua tradutora Bárbara Mesquita, responsável por transformar Torto arado (Todavia) em Die Stimme meiner Schwester, para a S. Fischer Verlag. A live, realizada pelo Goethe-Institut São Paulo, está marcada para esta sexta-feira (30), às 17h. Lançado inicialmente em Portugal após vencer o Prêmio Leya 2018, Torto Arado encabeça as listas de mais vendidos no Brasil desde seu lançamento pela Todavia, em 2019, chegando à casa das 200 mil cópias vendidas (entre físicas e digitais). Desde então, venceu os prêmios Jabuti e Oceanos, foi traduzido e publicado em diversas línguas, está sendo adaptado para o teatro na Áustria e para o audiovisual pela HBO Max. A live será transmitida pelo Facebook e pelo canal no YouTube do Goethe-Institut São Paulo.

Em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil, a Biblioteca Pública de Nova York (New York Public Library - NYPL) sediará um evento inédito sobre a literatura brasileira. A palestra com o título Existe uma literatura brasileira? está marcada para esta quarta (28), às 19h (horário de Brasília), com transmissão via Zoom. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na página de eventos da NYPL. A discussão será entre Ilan Stavans, comentarista cultural mexicano americano conhecido internacionalmente; João Almino, premiado escritor brasileiro que teve cinco dos seus oito romances traduzidos para o inglês; e Ivan Marques, professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo. O encontro será mediado pela organizadora do evento e jornalista Vânia Carvalho-Wang. A ação conta com o apoio da Academia Brasileira de Letras (ABL), do Consulado Brasileiro em Nova York e da ONG americana Ticún Brasil.

Alunos do 5º ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Arquidiocesano realizam esta semana (de 26 a 30/09) uma ação de distribuição de livros. A iniciativa acontece por volta das 13h na estação Santa Cruz, localizada na Zona Sul da capital paulista, por meio do projeto Achados na Leitura, do Metrô de São Paulo. A expectativa da organização é que as doações durem até sexta, mas, como a procura foi alta desde o primeiro dia, é incerto quanto tempo os livros irão permanecer nas prateleiras do movimentado ponto de transporte, onde circulam, em média, 89 mil passageiros por dia. A ideia surgiu em uma aula de Português onde os alunos – de aproximadamente dez anos de idade – perceberam que a leitura não precisa ser algo obrigatório, mas uma forma de diversão e de lazer, contribuindo, inclusive, para a saúde mental do leitor. O trabalho denominado “Uma nova página, um novo começo” é orientado pela coordenadora pedagógica Lilian Gramorelli e conduzido pela professora Roberta de Souza Costa. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

O livro RIO by YOO, editado pela TIX e sua Diretora de Arte e Criação, Ana Borelli, terá seu lançamento nessa quinta (29) na Av. Rui Barbosa, 170, no Rio de Janeiro, às 19h. Com distribuição gratuita pelos sites da Cyrela e de Ana Borelli, a obra apresenta todo o processo de transformação do icônico prédio Hilton Santos e seus momentos de glória e glamour nas décadas de 1950 e 1960. Além de moradores icônicos, como Bibi Ferreira, o prédio também era local de rodas de samba na década de 1970, quando foi sede do Clube do Samba. Na fase do abandono, o edifício foi invadido. O projeto de restauração repaginou a fachada e teve as áreas comuns projetadas pelo designer francês, Philippe Starck. Além dos textos, projeto gráfico e ilustrações de Ana Borelli, a obra conta com fotos de arquivo do Jornal O Globo e do ensaio fotográfico de Fabio Seixo.

Jorge Neto acorda com o despertador do celular no dia de seu aniversário, escova os dentes e se corta fazendo a barba. Decidido a não sair de casa, rumina sobre a decadência do mundo em volta e se dedica a lembrar, com abatida mordacidade, de episódios do passado. Em especial, de um outro aniversário, 30 anos antes, quando foi levado pelo pai à academia preparatória de cadetes em Barbacena, a antessala de um período traumático que transformaria sua vida para sempre. Pode parecer que habitaremos os subterrâneos da mente desse homem amargurado até a última página. Mas estamos no preâmbulo de uma história bem maior, composta de três partes – e de três Jorges: o avô, o filho e o neto – que encadeiam violências concretas e simbólicas ao longo de gerações de uma família negra carioca. Em Agora agora (Todavia, 216 pp, R$ 64,90), romance inquieto e furioso, Carlos Eduardo Pereira instiga o leitor com um hábil jogo narrativo no qual as perversidades da sociedade brasileira, sobretudo as feridas do racismo, se entrelaçam e se propagam na vida das personagens.

“Um dia, numa família, nasceu um menino inadaptado”. Assim começa a história do menino de olhos negros que flutuam para o nada, eternamente deitado, e dos seus três irmãos. Em meio à natureza poderosa das montanhas, são as pedras do muro da velha casa da família que testemunham suas trajetórias. O amor absoluto e protetor do mais velho, a rebeldia que a do meio assume para rejeitar a dor, a chegada do mais novo que cresce à sombra das memórias. Se adaptar (Dublinense, 144 pp, R$ 59,90 – Trad.: Diego Grando) é um livro luminoso, sobre o laço infinito entre irmãos e a inesgotável capacidade humana de se ajustar a qualquer situação. A obra foi escrita pela francesa Clara Dupont-Monod e foi vencedora dos prêmios Goncourt des Lycéens, Landerneau e Femina.

O livro Moeda vencida (Alfaguara, 192 pp, R$ 74,90) narra a história de um homem generoso com suas amizades, suas disputas e seu amor incondicional pelos animais. Para criar a história, o autor Francisco J.C. Dantas mescla ficção com as remanescentes recordações da sua época de criança no interior sergipano. O relato, além de explorar sua paixão pelo mundo animal, também descreve as lembranças do pai, que é materializado pelo personagem Desidério, presente como figura marcante da história. Em diferentes camadas do passado, ele costura a história de fazendeiros e de gente humilde, de desafetos e de figuras folclóricas, e compõe uma narrativa de profunda dimensão humana. Francisco J.C. Dantas já venceu o Prêmio Internacional da União Latina de Literaturas Românicas.

Escrito por Camila Lourenço, O percurso da pedra (Claraboia, 162 pp, R$ 59,90) conta a história de Pérola, uma advogada bem-sucedida consumida por pensamentos reflexivos sobre trabalho, as relações familiares, a vida e tudo o que gira ao redor dela. Marcando a estreia da escritora paulista nos romances em prosa, o livro explora o surto da personagem ao se ver presa em um roteiro de vida planejado para ela, e não por ela. Nessa espiral de lembranças encharcadas de humor e amargura, Pérola refaz o percurso da pedra e questiona por que deve aceitar seu destino já prescrito pela sociedade. Publicado por meio de abertura para seleção de originais da Claraboia, O percurso da pedra é uma história cotidiana e em prosa, que apesar de trabalhar temáticas como fuga, expectativas frágeis e frustradas, desejo e surto, faz isso com um um tom contemporâneo, o que torna a narrativa mais leve e fluida.