A pesquisa foi realizada em maio deste ano, com mil entrevistados, abrangendo 52 municípios do estado, e com pessoas com idade a partir dos 16 anos.
Segundo o estudo, 51,7% dos gaúchos entrevistados disseram ter o hábito da leitura, na forma impressa ou digital. No Brasil, segundo dados da 5ª edição da Retratos da Leitura, esse número chega a 52%. A diferença aparece na região da Fronteira, em cidades como Uruguaiana, São Borja e Santana do Livramento, onde a população demonstra um maior apreço pelo hábito da leitura. A média geral nessa região é de 65,2% de leitores.
Sobre o perfil do leitor gaúcho, entre as mulheres, 53,4% se dizem leitoras, contra 49,9% entre os homens. Em relação a faixa etária, pessoas entre 16 e 24 anos leem mais, com 57,4% dizendo ter este hábito. Já a faixa etária de 45 a 59 anos lê menos: 49,8%.
A pesquisa mostrou também que a educação formal e a renda familiar estão intimamente associadas ao hábito da leitura. Quanto menor a escolaridade e renda, menor o envolvimento com o mundo da leitura. A média de leitura de quem tem ensino fundamental é de 37%, de quem tem ensino médio é de 52,8%, e dos que têm ensino superior é de 74,3%. O mesmo é visto quando analisada a relação da leitura e a renda familiar: dentre os que têm renda familiar de um a dois salários-mínimos, 45,9% dizem ter o hábito da leitura. Já em famílias com renda acima de seis salários- mínimos, o índice de leitura sobe para 72,2%.
O estudo a IPO reportou ainda que os 51,7% dos gaúchos leitores leem uma média de 7,6 livros por ano. Quando se coloca a lupa para entender o número de livros lidos ao ano, percebe-se que a maior frequência absoluta é de 2 livros ao ano (32,1%) e a mediana é de 3 a 4 livros ao ano (22,8%). Comparando com a 5ª pesquisa Retratos da Leitura, o Estado do Rio Grande do Sul tem um percentual de leitores similar ao do Brasil. Porém, se destaca pela média de livros lidos ao ano.Analisando por perfil socioeconômico, dos 51,7% que leem livros, 11,2% têm de 16 a 24 anos. As mulheres leem uma média de 7,8 livros por ano, enquanto os homens, 7,4. Em relação a escolaridade, quem tem ensino básico (fundamental e médio), lê uma média de 6,6 livros, enquanto entre os que têm ensino superior essa média sobe para 9,6. Por fim, em famílias com renda familiar de um a dois salários-mínimos, a média é de 7,1 livros, enquanto em famílias com renda acima de seis salários-mínimos, esse índice sobe para 8,2.
A pesquisa destaca também que quanto menor a renda familiar, maior a relação com livros de religião ou espiritualidade e os de autoajuda. Segundo o estudo, o isolamento social da pandemia motivou a leitura entre as pessoas com renda de 1 a 2 salários-mínimos, que tinham acesso reduzido à internet e estavam saturadas com a programação da televisão aberta.
Conforme aumenta a renda, amplia-se o interesse por livros técnicos. As pessoas pertencentes a famílias com 3 a 5 salários-mínimos sonham com a mobilidade social, buscam na literatura a possibilidade de adquirir mais conhecimento e cultura. As famílias com renda acima de 6 salários-mínimos mostram mais apreço por uma literatura eclética, acompanhando os lançamentos Suas escolhas inspiram momentos de entretenimento e lazer ou estão associadas à atualização profissional.