O Governo do Rio e a Fundação Cesgranrio acabam de divulgar os vencedores da primeira edição do Prêmio Rio de Literatura. Beatriz Bracher (foto) conquistou o prêmio da categoria Ficção, na modalidade Melhor Obra Publicada, com o livro Anatomia do paraíso (Editora 34), enquanto Antonio Arnoni Prado ficou com o primeiro lugar na categoria Ensaio, com o livro Dois letrados e o Brasil Nação (Editora 34). Cada um receberá R$ 100 mil. Izabela Guerra Leal foi a vencedora da modalidade Melhor Novo Autor Fluminense, com o inédito A intrusa, e receberá R$ 10 mil e mil exemplares do seu livro que será editado e distribuído para bibliotecas públicas e comunitárias do estado. Clique no Leia Mais e veja outros detalhes do Prêmio Rio de Literatura.

A nossa equipe já está em Paraty agilizando tudo para a programação da Casa PublishNews Coworking que será aberta oficialmente nesta quinta-feira (30), a partir das 16h15, com a mesa Formato e conteúdo: como aliar essas ferramentas para atrair leitores, que terá a participação de Eduardo Albano (Ubook), Horácio Corral (Bookwire), Marcos Lepiscopo (Edições SESC) e Marcio Coelho (hoo), com mediação de Ricardo Costa (Feira do Livro de Frankfurt). Logo depois, às 17h15, será a vez de Juliana Albuquerque (hoo), Marcos Marcionilo (Parábola Editorial), Felipe Castilho (autor), sob a batuta de Tiago Novaes, discutirem o tema A literatura sai do armário – representatividade é importante ou mimimi?. Na sequência, a partir das 18h30, acontece o Happy Hour do Chambril, que promete ser o ponto de encontro dos profissionais do livro na Flip. A Casa fica na Rua do Comércio, 149 e é resultado de uma parceria do PN com Bookwire, Frankfurt Book Fair / Books in Print, hoo editora, Edições Sesc e Ubook. O Happy Hour do Chambril tem o patrocínio da International Paper e o apoio da cervejaria Jeffrey. O horário de visitação da casa é das 10h às 20h30, de quinta (30) a sábado (02) e, no domingo (03), das 10h às 14h.

Na semana passada um texto aqui, de Paulo Tedesco, conseguiu uma rara unanimidade. Seu prematuro atestado de óbito do livro digital foi rechaçado por todo mundo. Resolvi escrever sobre o assunto, não para espicaçar ou rebater o texto. Quero antes tomar as afirmações do autor como se fossem hipóteses e testá-las, da maneira mais técnica e menos “achista” possível. O que pretendo descobrir é, em última instância, se vale a pena para nós, elos da cadeia do livro (autores, editores, leitores), perseverar na literatura digital e se o que (mal) funciona na publicação em papel funcionaria na publicação digital. O que quero investigar é um desdobramento da clássica pergunta, “por que livro no Brasil é tão caro?” [Nota do editor: para responder a essa pergunta, Júlio levanta duas hipóteses que podem ser conferidas clicando no Leia Mais].

Esse artigo não poderia ter, nesta oportunidade, outro fim do que tentar, de certa forma, responder ao polvilhar de discursos em redes sociais e artigos que meu último texto, publicado aqui, terminou por provocar. Não posso negar que me surpreendeu tanta opinião, e que chegou ao ponto de certa “grenalização”, ou melhor, mais contra do que a favor, sobre o assunto. E muito por causa das costumeiras paixões em torno de pobres tecnologias e objetos de consumo sob o foco da mídia e das rodas sociais. Por haver comentado sobre decadência e a estagnação do tal livro digital e seus leitores digitais, houve quem pediu números quase que iradamente, para que assim demonstrasse a origem de minhas afirmações. No entanto, nessa esparrela não caio, porque não há necessidade de números para perceber que a tal revolução na leitura que esse formato de leitura digital provocaria não ocorreu, e a se ver a quantidade de bibliotecas, de casas, escolas e empresas com Kindles, Kobos e similares, logo se compreende a banana toda. Clique no Leia Mais e veja as novas provocações do nosso colunista.

A Flip, que começa hoje, em Paraty, reservou em sua programação espaços para autores e leitores de poesia, além da abertura, com Armando Freitas Filho. Na programação estão o fluminense Leonardo Fróes, que celebra uma carreira de quase 50 anos de poesia e tradução literária, e Annita Costa Malufe, Marília Garcia e Laura Liuzzi, herdeiras diretas de Ana Cristina Cesar, homenageada desta edição. A britânica Kate Tempest e o sírio Abud Said, asilado na Alemanha, também integram a programação. Confira a programação completa aqui.

A poeta carioca Ana Cristina Cesar (1952-1983) é a autora homenageada da 14ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa hoje, 29/06, na cidade colonial fluminense. Em sua homenagem, o PublishNews publica três poemas seus durante o período do evento. A iniciativa faz parte da campanha Espalhe Poesia, da Companhia das Letras. Aqui está o primeiro deles:

jornal íntimo

à Clara
30 de junho
Acho uma citação que me preocupa: “Não basta produzir contradições,
é preciso explicá-las”. De leve recito o poema até sabê-lo de cor.
Célia aparece e me encara com um muxoxo inexplicável. [...]

Clique no Leia Mais para ler o poema na íntegra.

A Flipinha, programação voltada às crianças durante a Flip, vai instalar, em uma tenda na Praça da Matriz, em Paraty, parte do acervo de 15 mil livros da Biblioteca Casa Azul – núcleo permanente da Associação Casa Azul em Paraty. Lá vão acontecer as Rodas de Conversa, com autores como Selma Maria e Angela-Lago, além da garota Yasmin Ziganshin, mais jovem escritora a participar do evento. A Praça da Matriz vai abrigar, ainda, os Pés-de-livro, instalações em que obras literárias ficam à disposição dos pequenos leitores nas árvores, assim como uma diversificada programação cultural. Já na Casa da Cultura Câmara Torres, entre 30 de junho e 3 de julho, acontece a Ciranda dos Autores, encontros com escritores e ilustradores do universo infantil e juvenil. Os convidados serão conduzidos a escolas públicas da cidade pela Operação Flipinha, e os estudantes terão a oportunidade de conversar com os autores em sala de aula. Escolas, ONGs e outras instituições de Paraty e região também desenvolvem atividades para a programação. Na Mostra Educativa, os estudantes criam espetáculos de dança e música, assim como exercícios pensados a partir da obra dos convidados da Flipinha. Confira a programação completa aqui.

O Itaú Cultural, pela primeira vez, vai ganhar um endereço próprio em Paraty, durante a Festa Literária Internacional (Flip), que abre nesta quarta-feira (29). Logo mais, às 15h, o Espaço Itaú Cultural de Literatura (Rua Dr. Samuel Costa, 13, Centro Histórico. Paraty / RJ) será inaugurado com De onde escrevo, um encontro do público, jornalistas e editores com cinco mulheres escritoras: Ana Maria Gonçalves, Andréa Del Fuego, Conceição Evaristo, Maria Valéria Rezende e Roberta Estrela D'Alva. A programação prosseguirá nesse ambiente de reunião entre leitores, autores, mídia e profissionais do mercado editorial, sempre com entrada franca, até o sábado (02) com uma grade diversificada com minicurso, saraus, encontros e debates. Clique aqui para conferir a programação.

Entre hoje (29) e o próximo domingo (03), o canal Arte 1, em parceria com o Itaú Cultural e a Associação Casa Azul, transmite ao vivo e online todas as mesas de discussão da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Além da transmissão, o site reunirá a programação das mesas e produções realizadas durante o evento. O Arte 1 ainda realiza o “Sobremesa Flip”, boletins de cerca de cinco minutos cada com depoimentos dos convidados, gravados logo após suas participações nas mesas de discussão. Todo o conteúdo pode ser conferido aqui. O canal ainda encerra sua cobertura com reportagens especiais para o programa semanal “Arte 1 Em Movimento”, que irá ao ar na quinta-feira da próxima semana (7), às 22h30.

Os desafios da escrita é o tema do curso que o Espaço Cult (Rua Aspicuelta, 99, Alto de Pinheiros, São Paulo / SP) realiza entre 7 de julho e 1ª de setembro, com encontros sempre às quartas-feiras, das 20h às 22h. Destinado aos leitores, escritores e profissionais do texto, a atividade mescla teoria literária e exercícios práticos de percepção de linguagem. Também discute os critérios do editor na seleção de originais e dá um panorama do mercado editorial para ajudar o autor estreante a ser mais assertivo na publicação de seu primeiro livro. A condução será de Vanessa Ferrari, editora-colaboradora da Companhia das Letras e coordenadora do projeto de Clube de Leitura Penguin-Companhia.

A Estação das Letras (Rua Marquês de Abrantes, 177, Flamengo, Rio de Janeiro / RJ) está com as inscrições abertas para o curso Lancei meu livro. E agora? – Como conquistar a rede e a mídia. A atividade acontece nos dias 04, 06, 07 e 08 de julho, das 18h às 21h. O curso pretende mostrar aos escritores iniciantes como multiplicar a visibilidade do seu livro. No programa, estão previstas as discussões de temas como redes sociais e mídia em geral, blogueiros, fãs, quem são e o que querem?, e anatomia de uma notícia de sucesso. A condução será do professor e escritor Marcelo Costa.

Quem acompanhou o cenário de histórias em quadrinhos nos últimos 35 anos, sabe quem traduziu Batman – O cavaleiro das trevas, Batman – Ano um, Crise nas infinitas Terras, Watchmen, The Spirit, X-Men, Homem-Aranha, Elektra Assassina, Demolidor, entre outros títulos. Um desses nomes é o editor e tradutor brasileiro Jotapê Martins. Para falar sobre os desafios do estilo de tradução para gibis e sua carreira, Jotapê fará uma palestra nesta quinta-feira (30), a partir das 19h, no Anexo da Casa Guilherme de Almeida (Rua Cardoso de Almeida, 1943. São Paulo / SP). O evento tem entrada franca, mas é preciso se inscrever aqui.

O Sesc Centro de Pesquisa e Formação (Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista, São Paulo / SP) realiza, no dia 25 de julho, o encontro O livro da vez: A paixão segundo G.H. de Clarice Lispector. O evento pretende evidenciar a perspicácia com que a autora tenta apreender ângulos inusitados no trato da linguagem. O encontro será conduzido por Welington Andrade, doutor em Literatura Brasileira pela USP, professor da Faculdade Cásper Líbero e editor da revista Cult. A atividade acontece das 10h às 12h.

Em três breves ensaios, o norte-americano Benjamin Moser, autor de Clarice, a biografia de Clarice Lispector, desfaz a visão difundida acerca da arquitetura moderna brasileira e as realizações que dela descendem. Para o autor, em Autoimperialismo: Três ensaios sobre o Brasil (Crítica / Planeta, 128 pp.; R$ 31,90), a construção do país se rege por um conceito que ele denomina autoimperialismo. A visão desolada que Moser dedica à capital do Brasil, que projetou no mundo a arquitetura de Oscar Niemeyer, é o tema, por exemplo, de Cemitério da Esperança, ensaio de abertura do livro. No texto, o ensaísta analisa os aspectos autoritários por trás dos monumentos brasilienses. O autor participa de duas mesas na Flip. Na sexta-feira (1º), às 10h, ao lado de Kenneth Maxwell no encontro Breviário do Brasil e no sábado (2), ao meio dia, ele participa da mesa De Clarice a Ana C., ao lado de Heloisa Buarque de Hollanda.

De Edimburgo à Flórida, do gueto à praia, do pub à academia, das drogas ao fast-food: muita coisa pode ter mudado entre Trainspotting (1993) e A vida sexual das gêmeas siamesas (Rocco; 416 pp.; R$ 48 - Trad.: Paulo Reis), porém a escrita de Irvine Welsh continua impactante. Em A vida sexual das gêmeas siamesas ele faz um culto ao corpo, traçando uma sátira sobre uma sociedade obcecada por sua própria imagem. Tudo começa quando, em Miami, a personal trainer Lucy Brennan interfere em uma tentativa de assassinato e, com socos e voadoras, imobiliza um homem armado. Foi um ato heroico e apropriadamente registrado pela câmera de um celular. Ela amanhece como uma das grandes sensações midiáticas do momento, atrás apenas das gêmeas siamesas de 15 anos do Arkansas que dividiram a nação com seu dilema moral: o que fazer quando uma quer sair para namorar e a outra prefere ficar em casa? Irvine Welsh é o convidado da mesa "Na pior em Nova York e Edimburgo", na Flip, nesta quinta-feira (30), às 21h30, ao lado de Bill Clegge.

Karl Ove Knausgård tinha 18 anos quando partiu para uma vila no norte da Noruega a fim de dar aulas a adolescentes. Sua intenção era juntar algum dinheiro para viajar e investir na atividade de escritor. No começo tudo corre bem, mas quando o escuro toma conta dos dias de inverno, a vida começa a se complicar. A escrita de Karl Ove para de fluir, e suas empreitadas para perder a virgindade fracassam. Com o alto consumo de álcool, ele se aproxima da sombra do pai alcóolatra e resgata a temática do 1º livro série Minha luta, A morte do pai. Como a narrativa não segue ordem cronológica, este volume, Uma temporada no escuro - Minha luta IV (Companhia das Letras; 496 pp.; R$ 59,90; e-book R$ 39,90 – Trad.: Guilherme da Silva Braga), pode ser lido de forma independente. O autor norueguês participa da mesa dez na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), na próxima sexta (1º), às 17h15.

Gustavo Sánchez, mais conhecido como “Estrada”, tem uma missão: quer trocar todos os seus dentes. Ele possui algumas habilidades que podem ajudar nessa empreitada, como, por exemplo, imitar Janis Joplin e decifrar biscoitos da sorte chineses. Além disso, ele é o melhor leiloeiro do mundo — mesmo que ninguém saiba disso, já que ele é muito discreto. Enquanto estuda o ofício com o grande mestre Oklahoma, Estrada viaja o mundo aperfeiçoando seu talento e nos mostra como o valor da arte e a nossa própria identidade podem ser construídos. A história dos meus dentes (Alfaguara; 164 pp; R$ 34,90), de Valeria Luiselli, trata da nossa relação com o mundo dos objetos e suas histórias. A Flip recebe a escritora nesta sexta-feira (1º), ao meio dia, na mesa A história da minha morte, ao lado de J. P. Cuenca.

Em Uísque e vergonha (Oito e Meio; 98 pp., R$ 38), a escritora e roteirista Juliana Frank cria um relato de uma adolescente que é expulsa e passa a viver várias desventuras pelas ruas da capital paulistana. Na trama, Charlotiê é uma adolescente que mora com a mãe e divide seu tempo entre as redações para a escola, as aulas de teatro grego, as sessões de análise e o trabalho como garçonete em um restaurante. Mas por trás disso tudo, ela é viciada em cola de sapateiro. Se os dias aparentemente corriam bem para a garota no quarto de empregada sem janelas compartilhado com sua boneca fumante, Ilália, no apartamento da mãe, tudo muda quando Rick, seu primeiro namorado, comete suicídio. A autora é um dos destaques da Flip e participa, ao lado da brasileira Gabriela Wiener, da mesa Sexografias, marcada para acontecer na próxima sexta-feira (1º), às 21h30.