Bienal nas Escolas encerra giro por colégios com aumento de 25% na procura por livros
PublishNews, Monica Ramalho, 14/11/2025
Prestes a completar 70 anos, 50 dedicados à literatura infantil, Bia Bedran leva as suas histórias musicadas a escola pública no subúrbio do Rio de Janeiro

Bia Bedran encerra a Bienal nas Escolas no subúrbio do Rio © Divulgação
Bia Bedran encerra a Bienal nas Escolas no subúrbio do Rio © Divulgação

Braço educativo e de incentivo à leitura da Bienal do Livro Rio, a Bienal nas Escolas finalizou hoje o giro realizado ao longo do ano com dez autores em onze escolas das redes municipal e estadual de ensino do Rio de Janeiro. O saldo foi positivo: Mais de dois mil alunos interagiram com os escritores convidados, o que gerou um aumento de cerca de 25% na procura por livros das bibliotecas dessas unidades.

Com curadoria da jornalista e pedagoga Carolina Sanches, sob o mote ‘Um Rio de histórias’, a Bienal nas Escolas encerrou o capítulo 2025 na manhã desta quinta-feira (14), no CIEP Oswald de Andrade, em Anchieta, Zona Norte carioca. A criançada recepcionou com festa a escritora e cantora de histórias Bia Bedran, que exalava alegria por estar com a turma, abraçada ao seu já conhecido violão.

“A leitura é um mergulho profundo no conhecimento e na imaginação. Abre tantas possibilidades, revela o potencial da menina e do menino para que possa descobrir novas formas de olhar para o mundo. É na leitura que a criança vê aquele personagem que age de um jeito que talvez ela não concorde, mas o seu coleguinha concorda. Essa alteridade, a noção do outro, nos ensina a conviver com quem é diferente de nós, ou seja, com o mundo inteiro", ponderou Bia, ao final da apresentação.

Antes de Bia, que completará 70 anos dentro de alguns dias, 50 deles dedicados à literatura infantil, outros nove nomes de peso da literatura infantil abriram espaço na agenda para estar com a garotada em suas salas de aula, caso do premiado escritor Otávio Júnior, que visitou dois colégios, e Thalita Rebouças. A autora best-seller está encerrando em grande estilo um ano importante para ela, no qual comemorou os seus 25 anos de carreira nas letras.

Flávia Lins e Silva, Jessé Andarilho, Sonia Rosa, Anna Claudia Ramos, Alexandre Gomes, Caio Zero e o príncipe negro Rodrigo França também participaram das atividades criativas e imersivas da Bienal nas Escolas. As visitas foram desenhadas para estimular o hábito de ler na garotada de 9 a 12 anos, e o projeto pode ser efetivado graças ao patrocínio da Light e das Secretarias de Estado de Cultura e Economia Criativa, com apoio das Secretarias municipal e estadual de Educação.

A pequena Laura Abreu, de 11 anos, aluna do sexto ano do CIEP Oswald de Andrade, foi uma que vibrou com a passagem da Bia pela escola. “A gente aprendeu mais sobre o valor da leitura e teve o privilégio de ter a Bia Bedran aqui hoje, uma autora tão importante para as crianças que gostam de boas histórias", disse ela, declarando o seu amor ao livro infantil O bicho-medo e seu segredo (Editora Manati, 2009), escrito por Eliane Pimenta e ilustrado por Mateus Rios. “Foi o primeiro livro que li na vida e com ele aprendi que a gente não precisa ter medo das nossas emoções”.

Emoções que a Bienal nas Escolas vem despertando nos estudantes desde 2019, segundo a linha de pensamento de Tatiana Zaccaro, diretora da GL events Exhibitions, organizadora da Bienal do Livro Rio ombro a ombro com o Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL) há 41 anos, em 22 edições. São gerações de leitores que, muitas vezes, compraram o seu primeiro livro nos estandes da Bienal — primeiro, nas instalações em frente à praia, no Copacabana Palace, depois no bucólico Riocentro, onde se fixou em virtude dos imensos pavilhões, que comportam bem as editoras do país.

“A literatura precisa ir até onde as pessoas estão, promovendo experiências, celebramos a ampliação do projeto Bienal nas Escolas e esse aumento na procura pelos livros nas bibliotecas é um sinal claro do impacto positivo da iniciativa, de que o encontro com a leitura transforma realidades e fortalece o papel dos colégios como espaços de formação de novos leitores”, afirma a executiva, em release distribuído na imprensa.

Além das visitas, o Bienal nas Escolas deixou um legado material em cada unidade: uma caixa de livros para reforçar o acervo das bibliotecas e um quadro ilustrado ao vivo durante a passagem pelos colégios, com desenhos sugeridos pelos próprios alunos — um registro simbólico da relação deles com a cultura literária. Outra frente do projeto foi a Caixa Literária, iniciativa trazida da Academia de Ciências de Lisboa para o Rio, que reuniu obras de autores cariocas para serem enviadas, em 2026, a Rabat, quando a cidade marroquina assumirá o título de Capital Mundial do Livro, que está com o Rio de Janeiro até abril.

[14/11/2025 12:27:16]