
Fundada há 20 anos pela advogada, escritora, editora e contadora de histórias Rosana Mont’Alverne, a Aletria teve como sócia inicial a sua filha Juju Flores, que há oito anos se desligou da editora familiar para fundar a própria empresa, a Pública Agência de Arte. Além de editora infantil e juvenil, a Aletria é também um Instituto Cultural voltado para a formação de contadores de histórias e produção de eventos literários.
A Aletria publica ainda livros teóricos para a formação de professores e tornou-se um grupo editorial após a criação dos selos Alegriô e Alebebê. A Alegriô Edições é voltada para a publicação de livros de autorias negras e indígenas, e a Alebebê, como o próprio nome diz, tem seu foco em livros para bebês e primeira infância.

Ter uma livraria era um sonho antigo de Rosana, grande frequentadora de livrarias e sebos. “Acredito que livros fazem bem pra saúde mental, acredito nas livrarias como farmacopeias literárias. Tem livro bom pra tudo: para curar um coração partido, para te puxar pela mão depois de um tombo, para te mostrar o quanto você é valioso e importante, pra te contar o quanto o mundo é vasto e diverso e que tudo é possível nessa vida”, diz Rosana.
Ela defende o livro impresso e não crê no fim do livro, que, “vai continuar resistindo nesses tempos líquidos de excesso de telas e experimentos de inteligência artificial”, completa Rosana, , que atualmente é também diretora de eventos da Liga Brasileira de Editoras (Libre).
Revés antes da abertura
“Enquanto decorávamos o espaço da livraria enfrentamos uma situação frustrante que relatamos em nossas redes sociais”, diz ela. Sete xilogravuras, sendo quatro delas de J. Borges, foram perdidas enquanto eram transportadas do endereço da Aletria, na Savassi, até o Mercado Novo, onde seriam emolduradas.
O plano era decorar o espaço com essas obras incríveis e que foram compradas por Rosana diretamente com J. Borges e guardadas por 10 anos esperando esse momento da inauguração da livraria. “Fizemos boletim de ocorrência, vasculhamos a região, contamos com a ajuda de muita gente. Mas as xilogravuras não foram encontradas até o momento”.
Os posts acabaram viralizando e isso atraiu a cobertura da imprensa. Artistas plásticos entraram em contato com a editora oferecendo suas obras para substituir as xilogravuras perdidas, que foram aceitas e serão paulatinamente emolduradas e expostas. No entanto, a solução imediata encontrada foi espalhar molduras vazias pelo corredor que dá acesso ao quintal da Aletria.
Quem quiser saber como ficou a loja, visite: Rua Cláudio Manoel, 1034 — Belo Horizonte / MG