A Nova Fronteira é uma casa editorial de forte tradição na literatura brasileira: em 2025, a editora completa 60 anos e agora quer consolidar a sua atuação no cenário educacional. “Uma das nossas metas para esse aniversário é fazer da Nova Fronteira uma referência no mercado de literatura infantojuvenil ligado à educação”, explica o presidente do Grupo Ediouro, Jorge Carneiro.
A Ediouro Educação reúne hoje todo o catálogo de literatura infantojuvenil do grupo, com diversos selos editoriais – sendo a Nova Fronteira o maior deles. São obras de alta qualidade literária, de muitos nomes consagrados, como Maria Clara Machado, Sylvia Orthof, Walmyr Ayala, Oswaldo França Jr, e também de autores contemporâneos de relevância, como Eliana Alves Cruz, Rodrigo França, Elisa Lucinda, Roger Mello, Estevão Ribeiro, Bia Bedran e Sonia Rodrigues. Isso sem contar centenas de obras internacionais, de vários gêneros e estilos literários. Com esse trabalho sólido, a Ediouro está sempre muito perto do topo do ranking das adoções governamentais do PNLD. Levar literatura de qualidade a milhões de alunos é uma missão para a casa.
Além de editora líder nas adoções governamentais de livros nas escolas, o catálogo de escritores da Nova Fronteira é uma porta de entrada para leitores entrarem em contato com gêneros de diversas áreas do conhecimento. Títulos como O racismo explicado aos meus filhos, de Nei Lopes, e Poemas de Pablo Neruda para jovens aproximam jovens leitores de temas como letramento racial e poesia latinoamericana.
Em março deste ano, a Nova Fronteira publicou a poesia completa de Ariano Suassuna. Durante décadas, o escritor acalentou o sonho de publicar a sua poesia reunida – agora, após longos anos de pesquisa e garimpo, o poeta, ensaísta, professor universitário especialista em Ariano Suassuna e curador da obra do autor paraibano junto à Nova Fronteira, Carlos Newton Júnior, organizou O pasto incendiado: Poesia completa, reunindo enfim toda a produção poética de autor, além de material inédito, a fim de consolidar a voz de Suassuna como poeta ― e um dos melhores de toda a nossa literatura.
O pesquisador foi responsável por fixar o texto dos poemas, acrescentar notas e escrever a minuciosa apresentação. O box foi ilustrado pelo artista plástico Manuel Dantas Suassuna, filho de Ariano, e vem dentro de uma luva criada pelo designer Ricardo Gouveia de Melo.
Embalada pelo sucesso do filme O Auto da Compadecida 2 (que levou mais de quatro milhões de brasileiros às salas de cinema), a editora também lançou em maio um romance baseado no roteiro do longa-metragem. A publicação marca também uma homenagem aos 70 anos da peça Auto da Compadecida, escrita por Suassuna em 1955. O Auto da Compadecida 2: as novas aventuras de João Grilo e Chicó foi adaptado também por Carlos Newton Júnior. A contratação da obra de Ariano Suassuna, em 2014, é considerada pelo presidente Jorge Carneiro um dos principais momentos da história da editora.
No ano em que Rubem Fonseca completaria 100 anos, a casa ainda lançou um verdadeiro presente aos fãs de literatura brasileira: uma caixa que reúne, em mais de duas mil páginas, todos os contos publicados pelo autor – além de dois inéditos garimpados no acervo do escritor, que morreu em 2020, aos 95 anos. A coleção contempla todos os 17 livros já publicados pelo autor, incluindo clássicos como Feliz ano novo, O cobrador e Lúcia McCartney, e também apresenta uma versão revisada conforme suas próprias anotações – a família do escritor cedeu textos inéditos e forneceu anotações e correções feitas pelo autor em seus exemplares pessoais. Três especialistas na obra de Fonseca assinam os prefácios, e Silviano Santiago oferece uma análise crítica aprofundada sobre a importância da contística do escritor para a literatura brasileira.
Nos últimos meses, a editora também reeditou e lançou novos volumes da coleção Simone de Beauvoir, com novas capas e prefácios – assinados por nomes como Lilia Moritz Schwarcz, Mary Del Priore, Mirian Goldenberg e Andréa Pachá, entre outras.
Mais recentemente, a Nova Fronteira ainda editou um volume de contos inéditos – Nossos passos vêm de longe e outras histórias ancestrais –, que reúne cinco autoras que transformam memória em literatura e resistência em narrativa: Conceição Evaristo, Eliana Alves Cruz, Cidinha da Silva, Ana Paula Lisboa e Luciana Nabuco. No livro, as autoras criam histórias que atravessam gerações, revelando dores, afetos e a luta por pertencimento.
A Nova Fronteira também vem investindo na diversificação do catálogo, incluindo novas graphic novels de títulos como Inferno de Dante, Conde de Monte Cristo e Dom Quixote, e sempre com novas edições de obras clássicas em boxes de luxo, que já são ansiosamente desejadas e referências reconhecidas do público – além da coleção Clássicos de Ouro, que reúne boa parte do catálogo internacional da editora.
História
Fundada em dezembro de 1965 por Carlos Lacerda, a Editora Nova Fronteira é até hoje referência no mercado editorial como casa de grandes autores da literatura nacional e estrangeira. Desde o início da sua história, a editora também investe forte na sua linha de livros para crianças e jovens, que contou logo no início com a curadoria de Ana Maria Machado.
Além dos nomes já citados acima, a editora tem autores consagrados em seu catálogo, como Nelson Rodrigues, Carlos Heitor Cony, Caio Fernando Abreu, Millôr Fernandes, Evanildo Bechara, Jean-Paul Sartre, Antoine de Saint-Exupéry, Ivan Zigg e muitos outros.
“A Nova Fronteira foi adquirida pela Ediouro em 2009, e sempre foi uma editora de alto nível de qualidade editorial que teve contribuição importante no crescimento do grupo”, atesta o presidente Jorge Carneiro. “Uma das conquistas que mais me dá orgulho são as equipes montadas no editorial, e no marketing e comercial, que têm realizado uma série de projetos muito bem sucedidos”, completa.
ABL
Outra conquista recente no âmbito da Nova Fronteira foi a eleição para a Academia Brasileira de Letras (ABL) de José Roberto de Castro Neves. O advogado e escritor tem sua produção literária marcada por uma mistura de temas e interesses, desde Shakespeare e de dramaturgia grega e o próprio mundo do Direito, em intersecção com a literatura.
“Meus trabalhos são todos referentes a livros”. Segundo ele, só é possível ter o espírito de um debate mais aprofundado a partir do acesso à cultura. “A ABL é um lugar muito especial do nosso país e da nossa comunidade porque historicamente é um lugar onde estiveram pessoas muito inteligentes e muito importantes, muito representativas da nossa cultura”, diz.
Em seu discurso de posse, ele ressaltou a importância da literatura como meio do país diminuir sua situação socialmente desigual. “As pessoas precisam entender que ao ler, elas se constroem, se tornam pessoas mais interessantes, e constroem uma cidade melhor”, explica.
Bienal do Livro Rio
No ano em que o Rio de Janeiro é a Capital Mundial do Livro, a Nova Fronteira teve um importante êxito na Bienal do Livro Rio, com crescimento de 60% em vendas em relação à edição anterior. De acordo com pesquisa do Ibmec, a 22ª edição da Bienal do Livro Rio, realizada entre os dias 13 e 22 de junho, movimentou, no total, R$ 1,18 bilhão.
Uma das grandes atrações da Bienal foi o Cortejo Suassuna, promovido pela Nova Fronteira e comandado pela Orquestra Armorial, que percorreu os corredores do Riocentro com música, poesia e dança, culminando com uma aula-show de João Suassuna, neto do escritor. No coração do estande da Ediouro, o público também encontrou o Espaço Suassuna, com sessões de autógrafos, bate-papos com autores e experiências voltadas ao leitor.
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