
O número superlativo é resultado da parceria da organização da Festa – realizada pela Associação Casa Azul – com mais de 35 casas parceiras, entre elas, a Casa PublishNews. “Todos os anos a Flip promove e apoia programações paralelas ao Programa Principal, enriquecendo as abordagens da Festa e ampliando as vozes e discussões que tornam essa manifestação cultural potente e plural. São diversas programações e projetos que integram o ecossistema da Flip, com curadoria compartilhada ou independente”, diz o material de comunicação da Flip. As casas estão identificadas na cidade com a tradicional sinalização desenvolvida pela produção.
No ano em que homenageia Paulo Leminski (1944-1989) – poeta curitibano que se utilizou de conhecimentos variados para construir uma poesia feita de cortes rápidos e recheada de imagens visuais –, a Flip se projeta também como espaço de discussão política. Nomes como Marina Silva e Ilan Pappe se somam na programação principal a escritores mais "literários", como Rosa Montero, Sandro Veronesi, Gaël Faye, Alice Ruiz, Claudia Roquette-Pinto e muitos outros.
Neste ano, a Festa também mudou sua configuração espacial na Praça da Matriz, no Centro Histórico de Paraty – o Auditório da Matriz, com ingressos à venda, fica próximo à margem do Rio Perequê-Açu, ao lado da Livraria da Travessa e do novo Café da Flip. O projeto Caprichos & Relaxos ocupará este espaço inédito, recebendo 15 poetas brasileiros a convite da curadora literária, Ana Lima Cecílio. Cada convidado terá 20 minutos para realizar uma apresentação autoral com leitura e performances de poemas.
Do outro lado da Praça, costeando a Rua da Cadeia – ponto boêmio da cidade –, fica o Auditório da Praça, que transmite todas as mesas realizadas na tenda principal de maneira gratuita. A agenda principal também é transmitida pelo site e YouTube da Flip e pelo canal Arte1.
Outra mudança é que a Flip melhorou a visibilidade das editoras independentes na Praça Aberta, que fica do outro lado da ponte, na região do Areal do Pontal. Segundo editores consultados pelo PN, o valor cobrado pela Festa foi maior neste ano para quem quisesse uma área equivalente a 2024. Banca Tatuí, Lote 42, Borboleta Azul, Impressões de Minas, Garota FM e Mondru são algumas das editoras que retornam ao evento. Entre as estreias na área, está a Laranja Original. No ano passado, as casas reclamaram do posicionamento dos espaços no Areal. A Praça Aberta funciona das 19h às 22h na quarta (30), das 10h às 22h de quinta a sábado, e das 10h às 13h no domingo (3). Além das editoras, autores independentes, espaços parceiros, instituições e coletivos locais também ocupam o Areal. De acordo com a organização, a ideia da Praça Aberta é ser um lugar de encontro, “onde ocorre uma programação paralela ao Programa Principal, de modo a ampliar e democratizar o debate, valorizando a bibliodiversidade”.
Para Mauro Munhoz, diretor artístico da Associação Casa Azul, as mudanças fazem parte de um ciclo natural de urbanidade, pensados pela Flip desde o início de sua realização. “A ideia é aproveitar as possibilidades de uma cidade tão singular como Paraty, e isso funciona como uma espécie de urbanismo dinâmico. A ideia é proporcionar aos moradores e visitantes da cidade uma experiência diferenciada, especial, que pode fazer as pessoas imaginarem. O que seriam as cidades brasileiras se as dimensões artísticas, culturais, de educação fossem colocadas no lugar em que elas merecem estar”, disse, em entrevista ao Podcast do PublishNews.
Para a curadora Ana Lima Cecílio, além de analisar as mudanças pelas quais a Flip passou ao longo dos anos, também é interessante notar o que permanece. “Hoje parece um pouco óbvio, mas a Flip criou um modelo de conversa entre autores e mediadores. Isso é uma das coisas mais legais nos eventos literários, fazer as pessoas conversarem e pensarem sobre o mundo”, disse ao PN.
Uma presença inédita na Flip deste ano é também institucional: neste ano, a Casa MinC faz a sua estreia no evento, realizada em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no sobrado do órgão, no Centro Histórico da cidade, e dividirá espaço com a já tradicional Casa do Cordel. O espaço vai receber representantes do Ministério da Cultura e de entidades vinculadas, como a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) e a Fundação Nacional de Artes (Funarte). A programação contempla temas como políticas culturais, leitura e democracia, acervos literários e fomento à cultura nos estados e municípios.
Casa PublishNews
A Casa PublishNews vai reunir mais de 102 convidados em 28 painéis e mesas de debates numa programação voltada para discutir e propor reflexões e ações para o setor do livro no Brasil. Assuntos como formação de leitores, políticas públicas do livro, tecnologia na indústria editorial, livros mais vendidos, feiras e eventos literários, ESG, literatura, podcasts e neurociências estarão contemplados nos debates – entre outros temas. A programação da Casa PublishNews começa nesta quarta-feira (30 de julho), às 15h, e vai até o sábado (2 de agosto), em Paraty (RJ) – veja aqui a agenda completa.

Nomes importantes do mercado editorial nacional e internacional, como Marifé Boix-García, Rui Campos, Bruno Zolotar, Daniela Kfuri, André Palme, Marcelo Gioia, Daniel Lameira, Júlio Cruz, Rodrigo Meinberg, Flavio Moura, Haroldo Ceravolo Sereza, Ricardo Costa, Mariana Figueiredo e Rita Palmeira estão confirmados na programação. Figuras envolvidas com as políticas públicas, como Fabiano Piúba, Jeferson Assumção, Dani Balbi e Lucas Padilha, também estarão presentes. Diversos autores e autoras, como Alice Ruiz, Monique Malcher, Fabrício Corsaletti, Lilia Guerra, Tiago Rogero, Aline Midlej, Leandro Teles, Daniel Kondo, Estevão Ribeiro – e outros – fazem parte dos painéis ao longo dos quatro dias.
Uma das novidades deste ano é que os nomes dos finalistas do Prêmio Jovens Talentos da Indústria do Livro 2025 serão anunciados nesta quarta (30), durante a programação da Casa, com a presença de Marifé Boix-Garcia, vice-presidente da Feira de Frankfurt para a América Latina e Sul da Europa. A Casa PublishNews é parceira oficial da Flip. O PublishNews também é parceiro de mídia da Flip.
A Casa PublishNews tem patrocínio Master de CBL, MVB e Transpo Express. Patrocínio: Abrelivros, Alta Books, Antroposófica, Bookwire, Disal, Gráfica Viena, Labrador, Skeelo, S2 Consultoria e UmLivro; apoio: Edições Sesc e SNEL; oferecimento de Happy Hours: MVB, Disal, CBL e Skeelo.
Realização Flip
A Flip é um projeto realizado pelo Ministério da Cultura e Governo Federal e pela Associação Casa Azul, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com patrocínio Jequitibá do Nubank, patrocínio Figueira da Vale, patrocínio Guapuruvu do Itaú Unibanco e da Motiva, por meio de seu Instituto, patrocínio Cedro do Sesc, da Maqmóveis e de O Globo, patrocínio Araribá da Globo Livros, e apoio institucional da Prefeitura de Paraty, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, e do Museu do Território.
Em 2024, a Flip celebrou a aprovação de seu plano plurianual pelo Ministério da Cultura, um reconhecimento da relevância da Festa como instituição no tecido cultural brasileiro, de acordo com a organização. O plano permite que, através da renúncia fiscal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a Flip garanta captação de recursos para suas ações de permanência, legado e impacto, em um planejamento de médio e longo prazo, até o ano de 2027.
"O engajamento de patrocinadores garante avanços significativos e consistentes na realização da missão da Flip e no fortalecimento de seus valores. Com o plano plurianual, patrocinadores e parceiros podem se somar à Flip em qualquer momento do ano, contribuindo diretamente para a continuidade e expansão de uma das mais relevantes iniciativas culturais do país", diz uma nota da Flip.
Clique aqui para ver o programa principal. Uma planilha elaborada pela jornalista Tatiany Leite reuniu os mais de 620 eventos promovidos na Flip 2025.