A International Publishers Association (IPA) divulgou os nomes finalistas da sua edição de 2025 do Prix Voltaire, que homenageia uma pessoa ou organização que tenha contribuído significativamente para a defesa da liberdade de publicação.
Metade dos finalistas deste ano – vindos da Argélia, Bielorrússia, Líbano, Rússia e EUA – está vivendo fora de seus países por segurança. São eles:
- Mohamad Hadi, fundador da Dar Al Rafidain, Líbano
- Amar Ingrachen, Frantz Fanon, Argélia
- Nadja Kandrusevich, Koska, Bielorrússia — residente na Suécia
- Michel Moushabeck, Interlink Publishing, EUA
- Dmitri Strotsev, Hochroth Minsk, Bielorrússia — residente na Alemanha
- Georgy Urushadze, Freedom Letters, Rússia — residente no Reino Unido
“A liberdade de publicar é vital para que a liberdade de expressão exista na prática e para que a liberdade de ler seja plenamente desfrutada”, disse Kristenn Einarsson, presidente do comitê de Liberdade de Publicação da IPA e CEO fundador da WEXFO, sobre a importância do prêmio. “Como vemos no mundo ao nosso redor, a liberdade de expressão pode se deteriorar muito rapidamente, com evidente influência sobre a Liberdade de Publicação. Esses são direitos pelos quais devemos lutar constantemente e, como sugerem vários editores em nossa lista de finalistas deste ano, até com o exílio, se necessário.”
O vencedor será anunciado durante o Fórum Mundial de Expressão (WEXFO), em Lillehammer, nos dias 2 e 3 de junho.
Conheça os finalistas.
- Mohamad Hadi, Dar Al Rafidain, Líbano

Em meio ao conflito armado em curso, Hadi e sua equipe continuam trabalhando em um ambiente de alto risco, enviando livros e participando de feiras de livros. Em outubro de 2024, a sede da Dar Al-Rafidain foi bombardeada e completamente destruída.
- Amar Ingrachen, Frantz Fanon, Argélia

Em meio à crescente pressão sobre as editoras argelinas desde o protesto de Hirak em 2019, Ingrachen foi colocada sob controle judicial em novembro de 2024 e a Frantz Fanon foi finalmente fechada por seis meses pelas autoridades argelinas em janeiro de 2025.
- Nadja Kandrusevich, Koska, Bielorrússia — residente na Suécia

Em um mercado dominado por publicações em língua russa e regulamentação rigorosa, após as eleições presidenciais de 2020, a Koska teve suas publicações apreendidas e seus escritórios fechados.
Desde 2022, Kandrusevich continua seu trabalho no exílio, sempre alcançando crianças bielorrussas em seu país.
- Michel Moushabeck, Interlink Publishing, EUA

Todos os anos, a Interlink Publishing publica um livro humanitário e doa os lucros para uma causa nobre.
- Dmitri Strotsev, Hochroth Minsk, Bielorrússia — residente na Alemanha

Preso em outubro de 2020, ele posteriormente enfrentou ameaças e restrições à sua obra. Forçado ao exílio, mudou-se para Berlim e fundou o Hochroth Minsk como uma plataforma na qual escritores bielorrussos e exilados podem publicar suas obras livremente.
- Georgy Urushadze, Freedom Letters, Rússia — residente no Reino Unido

No início de 2023, Urushadze fundou a Freedom Letters. Apesar dos bloqueios de sites e da proibição de livros, a Freedom Letters utiliza diversos canais para contornar a censura e entregar livros à Rússia, tanto física quanto digitalmente.