Finalistas do IPA Prix Voltaire 2025 são da Argélia, Bielorrússia, Líbano, Rússia e EUA
PublishNews, Redação, 14/04/2025
Metade dos selecionados está vivendo fora de seus países por segurança; vencedor será anunciado em junho

A International Publishers Association (IPA) divulgou os nomes finalistas da sua edição de 2025 do Prix Voltaire, que homenageia uma pessoa ou organização que tenha contribuído significativamente para a defesa da liberdade de publicação.

Metade dos finalistas deste ano – vindos da Argélia, Bielorrússia, Líbano, Rússia e EUA – está vivendo fora de seus países por segurança. São eles:

  • Mohamad Hadi, fundador da Dar Al Rafidain, Líbano
  • Amar Ingrachen, Frantz Fanon, Argélia
  • Nadja Kandrusevich, Koska, Bielorrússia — residente na Suécia
  • Michel Moushabeck, Interlink Publishing, EUA
  • Dmitri Strotsev, Hochroth Minsk, Bielorrússia — residente na Alemanha
  • Georgy Urushadze, Freedom Letters, Rússia — residente no Reino Unido

“A liberdade de publicar é vital para que a liberdade de expressão exista na prática e para que a liberdade de ler seja plenamente desfrutada”, disse Kristenn Einarsson, presidente do comitê de Liberdade de Publicação da IPA e CEO fundador da WEXFO, sobre a importância do prêmio. “Como vemos no mundo ao nosso redor, a liberdade de expressão pode se deteriorar muito rapidamente, com evidente influência sobre a Liberdade de Publicação. Esses são direitos pelos quais devemos lutar constantemente e, como sugerem vários editores em nossa lista de finalistas deste ano, até com o exílio, se necessário.”

O vencedor será anunciado durante o Fórum Mundial de Expressão (WEXFO), em Lillehammer, nos dias 2 e 3 de junho.

Conheça os finalistas.

  • Mohamad Hadi, Dar Al Rafidain, Líbano

Mohamad Hadi fundou a Dar Al Rafidain em Beirute em 2004, juntamente com o Al-Rafidain First Book Award — este último criado para ajudar jovens autores a encontrar oportunidades de publicar seus primeiros trabalhos.

Em meio ao conflito armado em curso, Hadi e sua equipe continuam trabalhando em um ambiente de alto risco, enviando livros e participando de feiras de livros. Em outubro de 2024, a sede da Dar Al-Rafidain foi bombardeada e completamente destruída.

  • Amar Ingrachen, Frantz Fanon, Argélia

Amar Ingrachen é jornalista, escritor e cofundador da editora Frantz Fanon na Argélia. Em 2023, Frantz Fanon publicou Jewish Algeria, um livro que explora a história judaica do país.

Em meio à crescente pressão sobre as editoras argelinas desde o protesto de Hirak em 2019, Ingrachen foi colocada sob controle judicial em novembro de 2024 e a Frantz Fanon foi finalmente fechada por seis meses pelas autoridades argelinas em janeiro de 2025.

  • Nadja Kandrusevich, Koska, Bielorrússia — residente na Suécia

Nadja Kandrusevich fundou a Koska, uma editora de livros infantis, na Bielorrússia, em 2018. O objetivo da editora era fornecer literatura em bielorrusso que promovesse o livre pensamento e a fuga da opressão.

Em um mercado dominado por publicações em língua russa e regulamentação rigorosa, após as eleições presidenciais de 2020, a Koska teve suas publicações apreendidas e seus escritórios fechados.
Desde 2022, Kandrusevich continua seu trabalho no exílio, sempre alcançando crianças bielorrussas em seu país.

  • Michel Moushabeck, Interlink Publishing, EUA

Michel S. Moushabeck é escritor, editor, tradutor, publicador e músico de ascendência palestina. Fundador da Interlink Publishing em Northampton, Massachusetts, ele dedicou sua vida a publicar e amplificar vozes marginalizadas e sub-representadas com o objetivo de promover a compreensão cultural de suas experiências.

Todos os anos, a Interlink Publishing publica um livro humanitário e doa os lucros para uma causa nobre.

  • Dmitri Strotsev, Hochroth Minsk, Bielorrússia — residente na Alemanha

Dmitri Strotsev é um premiado poeta, editor e ativista bielorrusso. Depois que sua editora, Vinograd, perdeu a licença, ele continuou como editor clandestino, resistindo à censura estatal.

Preso em outubro de 2020, ele posteriormente enfrentou ameaças e restrições à sua obra. Forçado ao exílio, mudou-se para Berlim e fundou o Hochroth Minsk como uma plataforma na qual escritores bielorrussos e exilados podem publicar suas obras livremente.

  • Georgy Urushadze, Freedom Letters, Rússia — residente no Reino Unido

Georgy Urushadze é editor, produtor e jornalista. Fundador da editora Palmira em 2002, Urushadze deixou de ser uma figura importante na cena literária russa para ser declarado por Moscou como um 'agente estrangeiro'.

No início de 2023, Urushadze fundou a Freedom Letters. Apesar dos bloqueios de sites e da proibição de livros, a Freedom Letters utiliza diversos canais para contornar a censura e entregar livros à Rússia, tanto física quanto digitalmente.

[14/04/2025 10:00:00]