
A programação principal será realizada no auditório, com capacidade para 150 pessoas, e será composta por 13 encontros que reunirão poetas, jornalistas e pesquisadores ligados ao universo da poesia. A seleção de poetas dessa primeira edição do festival procurou contemplar a vasta gama de vozes, dicções, gerações e procedências que compõem o cenário da poesia brasileira contemporânea, de acordo com a organização.
Entre os convidados estrangeiros, prevaleceu o mesmo norte, ainda que com menor ambição, segundo a organização. São eles Uljana Wolf (Alemanha), Roberta Iannamico (Argentina), Tracy K-Smith (EUA), Patricia Lino (Portugal) e Stephen Sexton (Irlanda).
Um segundo espaço de programação, chamado Megafone, ocupará um bar no Cultura Artística e promete um clima mais festivo e informal. O programa, que conta com curadoria da poeta e tradutora Bruna Beber, foi montado a partir de uma chamada aberta e traz também alguns convidados especiais.
Com a convocatória, o festival recebeu quase duzentas inscrições, de poetas de diversas regiões do Brasil e também de países como Angola, Argentina, Estados Unidos, Inglaterra e Peru.
Veja aqui a lista completa de poetas e mediadores confirmados para a programação do PALCO:
- Adelaide Ivánova
- Adriana Ferreira Silva
- Alexandra Moraes
- Alice Sant’Anna
- Ana Martins Marques
- André Dahmer
- Angélica Freitas
- Carlito Azevedo
- Carol Dall Farra
- Cuti
- Edimilson de Almeida Pereira
- Fabrício Corsaletti
- Fernanda Sousa
- Fernando Luna
- Francisco Alvim
- Heitor Ferraz
- Josoaldo Lima Rêgo
- Júlia de Carvalho Hansen
- Juliana Perdigão
- Jussara Salazar
- Leonardo Gandolfi
- Lilian Sais
- Luz Ribeiro
- Marília Garcia
- Mirella Façanha
- Miriam Alves
- Nanni Rios
- Nash Laila
- Oswaldo de Camargo
- Paloma Vidal
- Patricia Lino (Portugal)
- Prisca Agustoni
- Renato Negrão
- Roberta Iannamico (Argentina)
- Sofia Mariutti
- Stephen Sexton (Irlanda)
- Tarso de Melo
- Tracy K-Smith (EUA)
- Uljana Wolf (Alemanha)
O festival será realizado com apoio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, e conta com patrocínio da Ambev. A realização é da Livraria Megafauna e do Ministério da Cultura – Governo Federal – Brasil.
Circuito Poesia no Centro
Entre o dia 6 de maio e 16 de maio, o festival promoverá um circuito de encontros e oficinas em cinco livrarias e cinco organizações culturais da região central de São Paulo, incentivando a perambulação literária na região.
A ideia do Circuito Poesia no Centro é chamar atenção para algumas das organizações que, cada qual com suas particularidades, se dedicam ao livro e à literatura na região.
Para elaborar as atividades, em diálogo com cada espaço, o circuito buscou olhar para as características e linhas de pesquisa dos locais que recebem atividades. Assim, surgiram programas como a oficina “Asma”, sediada no Sesc Consolação – espaço tradicionalmente vinculado ao teatro experimental –, que levará um grupo de vinte participantes a criarem uma adaptação para o teatro do último livro da poeta Adelaide Ivánova, vencedor do APCA 2024. A oficina será coordenada por Ivánova e pelas atrizes Nash Laila e Mirella Façanha, e culminará em uma apresentação no programa do festival.
Também estão confirmadas duas oficinas que preveem publicações como resultado de um processo de edição coletiva. “Poesia & poeta: traduzir com quem escreve”, realizada no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, propõe a tradução coletiva de poemas da poeta alemã Uljana Wolf, contando com coordenação da própria autora e do poeta e professor de literatura alemã Matheus Guménin Barreto. As traduções vão gerar uma plaquete publicada pela editora Quelônio durante o festival.
Já a oficina “Para ver poesia: foto, palavra e zine”, que acontece na livraria Lovely House, se propõe a desenvolver um zine coletivo com poemas e fotografias inspirados no poema “Síntese”, do poeta carioca Antonio Cicero. Ao final da oficina, será publicado um zine em risografia.
Atividades do Circuito Poesia no Centro:
- “Andar entre palavras: 50 anos do Poema sujo” – caminhada poética com os poetas Josoaldo Lima Rêgo e Tarso de Melo na Livraria Eiffel;
- “Poesia impressa: oficina de produção gráfica” – oficina com a editora Cecilia Arbolave na Livraria Gráfica;
- “Para ver poesia: foto, palavra e zine” – oficina com a artista visual Juliana Monteiro na Livraria Lovely House;
- “Poesia brasileira hoje e ontem” – leitura de poesia com Mar Becker, Isabela Bosi, Eve Negreyrah, Tomaz Amorim, André Nogueira e mediação de Reynaldo Damazio na Livraria Sentimento do Mundo;
- “Oficina de poesia falada” – com os poetas Lirinha e Luiza Romão na Livraria Simples;
- “A poesia do mundo em São Paulo” – exposição de acervo, sob curadoria dos bibliotecários da BMA na Biblioteca Mário de Andrade;
- “Poesia & poeta: traduzir com quem escreve” – oficina com a poeta alemã Uljana Wolf e o poeta e professor de literatura alemã Matheus Guménin Barreto no Centro de Pesquisa e Formação Sesc;
- “É por isso, senhores, que estou aqui: tentativas de explodir um poema em cena” – oficina com a poeta Adelaide Ivánova e as diretoras e atrizes Mirella Façanha e Nash Laila no Sesc Consolação.
Por que poesia?
"Queremos saber a que tipo de reflexão a poesia pode nos levar. Como investiga temas contemporâneos e de que forma estes tempos ressoam nos versos", diz Irene de Hollanda, que dirige o festival ao lado de Fernanda Diamant. Segundo as diretoras, o festival não deixará de olhar para a poesia também sob seus aspectos formais, tratando das especificidades da linguagem. Para Diamant, "o festival será um espaço para falar dos temas inerentes ao poema: as particularidades e os diálogos criativos envolvidos no processo de tradução, a proximidade com a música, o teatro, a performance, a oralidade".
O Festival Poesia no Centro busca ampliar o público de leitores desse gênero, ao mesmo tempo que se dedica a explorar as fronteiras do poema, atraindo o público interessado nas mais variadas expressões artísticas e também nos debates contemporâneos.
Rita Palmeira, que coordena a curadoria do festival, ressalta que "a poesia brasileira está em um momento importante. Projetos editoriais de vulto e programações voltadas ao gênero vêm sendo implementados, o que, certamente, contribuirá para a ampliação de público leitor de poesia no país. Além disso, e isto aparece tanto aqui quanto fora do país, a definição da poesia vem se alargando. Décadas atrás, talvez não imaginássemos um Nobel para um poeta e letrista genial como Bob Dylan".