
A livraria, na Praça João Mendes, 140, nos fundos da Catedral da Sé, se tornou um dos principais pontos de venda de livros no centro de São Paulo, referência para outras empreitadas do gênero. Espécie de caixa reverberadora da metrópole, a loja tem uma variedade sem fim não apenas de livros, mas de produtos como LPs, DVDs, mapas, aparelhos de som, jogos, quadros e outros itens. Uma das mais recentes aquisições foi o estoque da Livraria Saraiva. Segundo consta, o Sebo tem mais de 3 milhões de itens à venda e é considerado o maior da América Latina.
Mineiro, Messias se mudou para São Paulo em 1964, onde começou a trabalhar como garçom, mas por intermédio do sogro passou a vender livros na modalidade porta-a-porta. Após comprar a biblioteca de um cliente, fundou o Sebo do Messias em uma sala na Praça João Mendes em 1969. A loja chegou a ter 70 funcionários e outros três pontos na região central – atualmente, ela opera com o espaço na Sé e com o site, em e-commerce. Segundo o Estadão, as duas filhas do livreiro seguirão tocando o negócio.
Nas redes sociais, leitores e escritores prestaram homenagens ao livreiro.
"Lá se foi, para o céu de Gutenberg, o grande Messias, sinônimo de sebo em SP e no Brasil", escreveu o escritor e jornalista Xico Sá, no Twitter. "Obrigado por tantos bons exemplares comprados na casa, amigo. Vendi uns tantos aí também, no endereço clássico da João Mendes, 140. Descanse em paz. E desculpe a poeira desse mundo véio. Fizeste muito pela leitura no Brasil".
"Ontem o Messias partiu desta para o Céu-Biblioteca. Criou a maior e melhor livraria de SP, talvez do Brasil, e merece todo o nosso agradecimento", comentou o escritor e tradutor Joca Reiners Terron.
"O Sebo do Messias é minha Disneylândia em São Paulo. O cara que criou o paraíso literário que fica atrás da Igreja da Sé ficou encantado. Um abraço apertado para a família, amigos e funcionários do seu Messias. Obrigado por tudo", escreveu o jornalista Eduardo Monsanto.