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Orete Nascimento publica seu primeiro livro de contos pela Patuá
PublishNews, Redação*, 13/03/2024
'Cabeça de todos nós' reúne 30 contos que tratam de questões essenciais ao ser humano e das implicações de suas atitudes perante a vida

Depois de publicar três romances e ter contos publicados em algumas antologias, Orete Nascimento publica seu primeiro livro de contos, Cabeça de todos nós (Editora Patuá), reunindo 30 contos que tratam de questões essenciais ao ser humano e das implicações de suas atitudes perante a vida. O tráfico de drogas, as lutas entre milícias e organizações criminosas, a violência presente tanto no asfalto quanto no morro e as decisões que somos obrigados a tomar diante de situações imprevisíveis são alguns dos temas tratados nos contos.

O livro tem na orelha um texto de Marcelino Freire falando sobre a dinâmica do conto como gênero literário e como Orete Nascimento desenvolve seus textos deixando o leitor em suspense. Raimundo Carrero assina o prefácio no qual apresenta Orete Nascimento como um autor em plena maturidade e Luiz Antônio de Assis Brasil em texto para a quarta capa afirma que os leitores serão “conquistados pela presença quase tangível de suas personagens, e mais, por uma extrema fidelidade aos espaços culturais e sociológicos e às circunstâncias das relações interpessoais de nossa época”.

Segundo o autor, em texto apresentado na última página do livro, Cabeça de todos nós remete ao fato de que há um instante em que praticamos uma ação, às vezes imperceptível, que dispara eventos que fogem ao nosso controle e, por isso mesmo, formam nós cegos, impassíveis e impossíveis de desatar. Para o autor, “a cabeça cria atalhos, possibilidades; se permite imaginar soluções possíveis, construir pontes que ligam opostos e perceber os sinais que o tempo envia antes de se tornar passado e tentar impedir a existência do amanhã. Essa mudança, esse novo começo, só é possível com a literatura. Ela é a senhora que chega trazendo encantos e libertando a imaginação. É quem permite a criação de novos mundos no futuro e no passado e nos diz que para a humanidade ainda há salvação”.

Sobre o autor: Orete Nascimento nasceu em Fortaleza (CE) em 1961. É autor dos romances O olhar oblíquo do medo (2015), Trégua (2019) e Ciladas (2020). Tem contos publicados nas antologias Furos na Carne (2022), produto da Oficina de Criação Literária (PUCRS), ministrada por Luiz Antonio de Assis Brasil, Travessias (2022), produto da Oficina de Criação Literária no Instituto Estação das Letras (RJ), Off-Flip (2022), Off-Flip (2023) e Contos Reunidos (2023), organizado por Raimundo Carrero. Foi, também, um dos vencedores do Prêmio Rio de Contos (2022), produzido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e Matter Produções.

Cabeça de todos nós

Autor: Orete Nascimento

Gênero: Contos

Editora: Patuá

Páginas: 191

Preço; R$50,00

Onde comprar: https://www.editorapatua.com.b...

Colofão:

Cabeça de todos nós remete ao fato de que há um instante em que praticamos uma ação, às vezes imperceptível, que dispara eventos que fogem ao nosso controle e, por isso mesmo, formam nós cegos, impassíveis e impossíveis de desatar. A cabeça/mente de todos nós busca saídas, explicações, expiações, compreensão, mas se vê diante de fatos consumados, caminhos sem volta, labirintos. Na maioria das situações não há nada a fazer, a não ser consumir-se em desgostos. Mas há nós que são passíveis de desatar, certezas que se alteram, dúvidas que se instalam, instantes a reconstruir. Nessa hora, mais atenta aos detalhes que podem mudar o curso da vida, a cabeça cria atalhos, possibilidades; se permite imaginar soluções possíveis, construir pontes que ligam opostos e perceber os sinais que o tempo envia antes de se tornar passado e tentar impedir a existência do amanhã. Essa mudança, esse novo começo, só é possível com a literatura. Ela é a senhora que chega trazendo encantos e libertando a imaginação. É quem permite a criação de novos mundos no futuro e no passado e nos diz que para a humanidade ainda há salvação.

Luiz Antonio de Assis Brasil:

“Dizem os teóricos que a representação literária clássica, tal como prevista por Aristóteles, está em crise, substituída que é pelas diferentes intervenções autorais que a descaracterizam; mas quando leio os contos deste livro, estou em considerar que Orete Nascimento é desses escritores atentos ao real, e isso ele o faz com extrema preocupação da verdade. Quando o lemos, de imediato somos conquistados pela presença quase tangível de suas personagens, e mais, por uma extrema fidelidade aos espaços culturais e sociológicos e às circunstâncias das relações interpessoais de nossa época. São homens e mulheres que se debatem contra as condições quase sempre desfavoráveis em que vivem; nem sempre vencem, mas são sempre fiéis a si mesmos. Orete nos conduz perante meandros habitualmente invisíveis, onde toda uma humanidade se oculta, ama, odeia – e protagoniza tragédias com teor épico, em que o espetáculo da vida as leva a um palco às vezes sombrio, mas em que o humor não está ausente.

Por tudo isso, e não apenas, recomendo Cabeça de todos nós, literatura de alta qualidade, repleta de experiências que representam da melhor forma esse pedaço de tempo que nos coube.

Porto Alegre, inverno de 2023”

Marcelino Freire:

“Um conto vale pelo que não está escrito. Um conto vence por nocaute. Se uma espingarda aparecer na narrativa em algum instante ela vai ter de disparar. Cada página pá pá pá. Bala perdida com endereço certo. Pobre. Criança. Mãe. Mulher. Nem adianta rezar. Pois é. Conto do vigário. E do vigarista. Deus é o primeiro a atirar. Cristo de mãos para o alto. O Rio de Janeiro continua rindo. Quem ri por último perde os dentes. Fuja deste livro antes que seja tarde. Todo conto é uma paisagem em fuga. Um ponto cego. Turismo em direção ao inferno. Converse com o Diabo e traga notícias do chefe. Reze. Que eu sempre rezo. Conto é questão de fé. Um milagre vale mais que mil miragens. Conto é fotografia. A fotografia de uma árvore. Com alguém atrás da árvore. Sobe e desce. Um conto não termina. Nem começa. Um conto ondula. Qual a estrutura que o sustenta? A teoria do iceberg. Conhece? Orete Nascimento conhece. E esconde. As armas que traz para a cena do crime. A cada movimento um espanto. A cada parágrafo algo de podre no ar. Cheiro de lodo. De corpo morto. Sobre nossas cabeças uma sentença. Viramos testemunhas. E frios assassinos também. É onde o autor desse livro nos põe. Segue nos levando além. Todo conto é um crime sem solução. Escrever um conto. Ou ler um conto. É sujar as próprias mãos. “

Raimundo Carrero:

“Há escritores que revelam seu talento logo cedo naquilo se convencionou chamar de precocidade. Nem por isso é, maior ou melhor, apenas aflorou mais cedo, embora com a segurança e a firmeza de um veterano, como aconteceu com Truman Capote, que cedo já ostentava o título de grande escritor.

Outros estudam, escrevem e guardam, num exercício permanente de talento e criatividade. Capote, ele próprio, reconheceu logo cedo a necessidade do exercício, do fazer permanente. Naquele tempo, todavia, não havia ainda a oficina literária. Nesse caso de Orete, os estudos em grupos, os exercícios particulares, o esforço privado, conduzem ao desafio da publicação. Tanto quanto Capote, o escritor destes trabalhos optou pelo empenho, pela análise.

Desde cedo ou desde muito cedo rejeitou a precocidade e recorreu ao anonimato enquanto preparava-se para a obra, sua obra; por isso o Orete que chega ao leitor não é precoce, a sua maturidade salta aos olhos. Basta ler. O leitor não sofrerá nenhum desafio, senão aquele de se maravilhar diante das palavras, das frases, dos parágrafos, enfim, dos contos. Ele próprio escolheu o seu caminho. Sim, ele próprio preferiu o amadurecimento. Feito aqueles escritores que se revelam na maturidade. O leitor testemunhará aqui o cuidado com a palavra, o zelo com o personagem, o envolvimento com a história.

Tudo isso se apresenta no momento da descoberta, no momento exato em que o escritor se descobre pleno, pronto para as aventuras literárias, que são absolutamente pessoais.

Recife, Agosto/2023”.

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