
No livro, um ornitorrinco, um axolotl e um estegossauro entram em uma sorveteria e perguntam ao sereia: como se deseja o que se quer desejar?
Livro de estreia de Kim Doria, ornitorrincos são de urano movimenta uma fauna literária para lidar com a dificuldade que enfrentamos para encontrar as palavras certas. Como a comunicação (assim como se relacionar romanticamente) é algo que se faz por duas ou mais pessoas, a leitura convoca quem lê a se implicar no desafio da construção das expressões do mundo.
Diante do que no mundo se apresenta como demasiado, um convite a voltar à origem do espanto: em um diálogo constante com a infância (do próprio autor às perguntas feitas por seu filho), Kim reúne uma colheita de pequenos instantes, alguns espantos e certos alumbramentos que nos lembra, como escreve Maria Rita Kehl no posfácio, que a "poesia pode ser pedestre, perambulando pelas ruas de chinelinho e camisola".
Ouça a playlist do livro para entrar no 'clima uraniano' da obra.
Kim Doria é comunicólogo, pai, pesquisador, curador e professor. Trabalha há mais de 13 anos no mercado editorial, atualmente como gerente do departamento de comunicação da Boitempo, trabalho pelo qual foi selecionado finalista pelo Prêmio Jovens Talentos PublishNews. Desde 2019 escreve a newsletter A vida é uma quitanda, além de organizar mostras e cursos de cinema e literatura.