A autora explica que a escolha do nome da nova obra teve mais de um motivo. “Além de ser uma homenagem a Ella Fitzgerald, cantora que eu amo, é um nome de mulher em alguns países. E também tem o trocadilho com o pronome ‘ela’ em alguns países”, comenta. O livro é o segundo de uma trilogia que começou com “Elvira Virgínia”, publicado de forma independente no Brasil e disponível para os leitores da América Latina em versão bilíngue a partir da primeira parceria da poeta com a Miríficas Ediciones.
No texto preparado por mariam pessah para o novo livro, a poeta enfatiza a capacidade de identificação criada por Dani Espíndola em seus poemas: “Ella, ela, também é nós, nosotras. Outras, las otras. As que não podiam escrever, ou não deixavam publicar, ou não havia muitas, tantas referências como teríamos gostado e necessitado para entender que nós nós-outras-ellas também escreVemos. Ler a Daniela Espíndola é sempre uma delícia. Ela escreve em várias camadas, ela diz ‘escrevo de um ontem mais antigo’ e é isso mesmo.”
Já a escritora Eliane Marques destaca o caráter de transmutação dos poemas de Ella: “Ela assume pés e faces de uma andarilha, sempre estrangeira inclusive em suas múltiplas moradas, uma andarilha que não vê as placas do caminho onde deseja caminhos sem placas, cuja arte a oferecer pode ser apenas cuspe sobre papel de seda, embora seja bem mais que isso. Uma andarilha que quer o arco-íris, mas não esquece a quentura do asfalto.”