Desde 2015, o PublishNews, em parceria com a Feira do Livro de Frankfurt, busca reconhecer os jovens profissionais da indústria do livro que inovam, se destacam e trazem novos projetos e ideias que contribuam de maneira notável em diferentes setores. Toda indústria precisa se renovar, e premiar quem luta por isso todos os anos é a essência do Prêmio Jovens Talentos. Nesta sétima edição, o PN recebeu mais de 25 inscrições – um júri formado pela equipe do PublishNews e da Feira do Livro de Frankfurt escolheu os cinco finalistas de 2023, anunciados agora:
- Anna Clara Gobatto (Planeta);
- Jorge José de Souza Pereira (Revista Philos);
- Leopoldo Cavalcante (Aboio);
- Rafaela Fernandes Lamas (Autêntica);
- Raissa Boniolo (Companhia das Letras).
"O prêmio abrange todos os setores da indústria do livro e é difícil fazer justiça aos muitos candidatos. Acho ótimo termos finalistas de diferentes áreas", comentou Marifé Boix-Garcia, vice-presidente da Feira do Livro de Frankfurt.
Os cinco vencedores já têm ingressos garantidos para a Feira de Frankfurt (18 a 22/10). Lá, além de contatos com os principais tomadores de decisões das maiores e mais importantes empresas do setor no mundo, eles poderão assistir a uma programação de palestras, mesas e debates que trazem tendências e apresentam o futuro da indústria.
No dia 22 de agosto, os cinco escolhidos vão participar de um pitching para apresentarem seus trabalhos e cases para um júri composto por: Marifé Boix-Garcia, Dante Cid (presidente do SNEL), Sevani Matos (presidente da CBL), Fernanda Garcia (diretora executiva da CBL) e Ricardo Costa (CEO da MVB Brasil).
No dia 6 de setembro, dentro da programação da Bienal do Livro Rio, será conhecido o grande vencedor do Prêmio Especial que viajará para Frankfurt com as despesas de passagem e hospedagem custeadas pela organização do prêmio.
Conheça os cinco Jovens Talentos de 2023:
- Anna Clara Gobatto
“Venho acompanhando o trabalho de social media da Anna na Planeta, onde ela tem ajudado a criar uma nova tendência de marketing do mercado editorial brasileiro, muito semelhante às experiências de sucesso de mercados mais maduros fora do Brasil”, endossou Isadora Cal Oliveira, gerente de Análise de dados na Bookwire Brasil. Anna também recebeu apoio na sua candidatura de Carolina Porne Montanher, jornalista e produtora editorial, coordenadora de Conteúdo B2C no Skeelo; e de Ana Carolina Fontoura, diretora de marketing e comunicação da Planeta, que completou: “É uma profissional completa que une capacidades técnicas e conhecimentos digitais a habilidades na criação de conteúdos, sendo, inclusive, integrante principal de muitos dos vídeos produzidos nas campanhas”.
"Temos alguém que conheceu os leitores de diferentes perspectivas, primeiro através do trabalho em duas livrarias, depois numa editora onde foi responsável pela comercialização de livros eletrônicos, e agora traz todo esse conhecimento e desenvolve-o na comunicação inovando o trabalho nas redes sociais de um grande grupo posicionando os autores e o grupo editorial em um outro nível", comenta Marifé.
- Jorge Pereira
Outro trabalho realizado pela Casa é a capacitação de mais de 4 mil professores das redes de ensino pública e privada do Brasil. Também editor, Jorge já publicou livros como Teatro das Oprimidas, de Bárbara Santos; e Mar à Vista — Ma’é Yyramoĩ, uma dramaturgia de Luz Bárbara, indígena Kariri, desenvolvida para e em parceria com o Clã Tupi-Guarani da Terra Indígena Piaçaguera. Mais recentemente, assinou a Direção Criativa para o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no evento “Dia Mundial da População 2023: 203 milhões no Brasil, infinitas possibilidades”, na sede da Fiocruz Brasília. Em seu testemunhal, Jorge destacou que acredita “no impacto da literatura mais além dos campos editoriais e econômicos” e reforçou seu trabalho à frente da Philos enquanto coletivo educacional e informativo, que tem a literatura e as artes como carros-chefes.
"Jorge trabalha na difusão da cultura em geral, incluindo o livro e os debates literários que consegue destacar e levar para diferentes palcos, não só no Brasil, mas também a nível internacional", afirma Marifé, da Feira de Frankfurt.
- Leopoldo Cavalcante
Até o momento, os livros da Aboio foram baixados mais de 800 vezes, tanto por brasileiros quanto por leitores lusófonos em Cabo Verde, Portugal, Hong Kong, Argentina, França, Irlanda, Noruega e Alemanha. Este ano, a editora também foi a única brasileira agraciada com o Fellowship Program da Feira Internacional de Gotemburgo, o que fez de Leopoldo o mais jovem editor brasileiro a receber a bolsa. Seu plano é expandir a capilaridade da Aboio em 2024 auxiliando na propagação da literatura brasileira no mercado estrangeiro. “Aos 25 anos, Leopoldo mostrou-se um editor organizado, respeitoso e consciente em relação às diferentes etapas e especialidades que se articulam na longa cadeia de produção do livro”, disse o tradutor literário Guilherme da Silva Braga em sua indicação.
“Para além das qualidades pessoais e profissionais, entendo também que, no comando da Aboio, Leopoldo tem feito uma contribuição realmente muito valiosa para o mercado brasileiro do livro enquanto negócio: o oferecimento de condições de trabalho dignas aos envolvidos na cadeia produtiva, com prazos e remuneração adequados e modalidades de contratação justas”, completa. Leopoldo também recebeu indicações do autor Marcos Vinícius Lima de Almeida.
"No caso de Leopoldo, temos um jovem corajoso autodidata no mercado editorial, que publica novos nomes brasileiros e, sobretudo, traduções de escritores chineses ou de países nórdicos fora do eixo Rio-São Paulo", elogiou Marifé. "Impressionam-me os depoimentos muito positivos de autores e tradutores que o elogiam pelo respeito e profissionalismo, mas também pela forma carinhosa como os trata".
- Rafaela Lamas
“A atuação de Rafaela na criação e no desenvolvimento do selo desde o princípio foi fundamental para que a Contemporânea tenha conquistado, em pouco mais de um ano, o lugar de respeito onde se encontra hoje, tanto junto à imprensa e aos formadores de opinião quanto no coração dos leitores”, destacou Bia Nunes de Sousa, editora da Vestígio. “Ela desenvolveu metodologias próprias de avaliação de originais nacionais e estrangeiros, de forma a situar a obra e seu autor ou sua autora em um contexto literário, geográfico e mercadológico, o que propicia uma análise bastante completa do texto e, por isso, mais certeira”, detalhou Bia. A prospecção acertada, a dedicação de Lamas e seu bom relacionamentos com autores e players da cadeia do livro foram outros pontos citados tanto por Rejane, quanto por Bia, Cecília Martins e Ana Elisa Ribeiro.
"Quero destacar a evolução que fez no grupo editorial", avaliou Marifé. "Começou como assistente no departamento de direitos e licenças e acabou por se tornar responsável pelos direitos das sete marcas. E, nos últimos anos, tornou-se editora de um novo selo do grupo, que já está a ter sucesso. Parece ser um talento versátil".
- Raissa Boniolo
Em 2022, após contribuir para a adesão da Companhia ao selo Carbon Free, Raissa criou o Centro de Dados e Estratégia do Grupo, iniciativa que surgiu da necessidade de unificar de forma consciente, segura e escalável as áreas de análise de dados e mídias digitais da empresa. “Trouxe para o time novas ferramentas de análises, é focada nos indicadores e traz muitas dicas de caminhos para novas ações, e com uma proatividade que poucos profissionais têm, ela tem nos provocado a repensar ações visando melhorias – e que os tiros sejam disparados para os alvos certos”, destacou Luciana Borges, diretora comercial do Grupo em sua indicação. “Antes da presença dela na editora, não havia uma centralização que fizesse o processo de transformar fatores soltos em uma informação concreta capaz de gerar insights”, lembrou Isabella Oliveira, estagiária de inteligência de mercado da Companhia. Em sua candidatura, Raissa também recebeu o apoio de Rodrigo Galano, market analyst da Nielsen Book Brasil.
"No caso da Raissa, gosto do fato de que os seus conhecimentos sobre o comportamento dos leitores terem levado a direção do Grupo a não só decidir produzir livros de uma forma mais ecológica (requisito dos dados analisados), mas também a colocá-la à frente do novo departamento "Centro de Dados e Estratégia"", comenta Marifé.