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Jamil Chade e Tom Farias compartilham histórias de coberturas no Fliaraxá
PublishNews, Talita Facchini, 07/07/2023
Programação do festival trouxe ainda nomes como Lucrécia Zappi e Sérgio Abranches para falar com o público sobre suas obras e temas atuais como violência, política e questões humanitárias

Tom Farias e Jamil Chade | © Drigo Diniz
Tom Farias e Jamil Chade | © Drigo Diniz

Com uma programação que receberá até domingo (9) mais de 100 autores, o segundo dia da 11ª edição do Fliaraxá contou com nomes como Eugênio Bucci, Lucrécia Zappi, Jamil Chade, Sérgio Abranches e Trudruá Dorrico.

Para Tom Farias, jornalista, escritor, crítico literário e curador do evento, o segundo dia de festival correspondeu com a ideia central do que o Fliaraxá propõe. “Tivemos coisas muito especiais como a emoção das pessoas sobre determinadas temáticas. A gente conseguiu não só ter essas emoções, mas provocar as pessoas de forma que elas possam refletir sobre o seu modo de viver, modo de falar e seu comportamento social”, resumiu.

Na mesa da qual participou, Tom falou sobre “como usar a história para contar histórias” e dividiu com o público curiosidades sobre seu processo de escrita. “Sempre ando com meu bloco de notas”, disse. Para ele, nem todo mundo consegue contar histórias e passar para o papel aquilo que vê. “Acho que é preciso ter uma sensibilidade para as coisas, mas nem todo mundo vai conseguir reproduzir uma história, nem todo mundo vai saber colocar no papel”, disse, compartilhando ainda que para ele, a maior fonte de material para a escrita está na família.

Resgatando passagens da vida de Carolina Maria de Jesus e a sua importância para a literatura, Farias também dividiu com o público suas histórias com Drummond: desde um primeiro encontro quando recebeu do autor um bilhete escrito “me liga” até os encontros que teve com ele em sua casa e as trocas de cartas.

Na penúltima mesa do dia, Jamil Chade lotou o Auditório 1 ao dividir com o público suas experiências de viagem, falando com refugiados e ouvindo suas histórias.

Autor de obras como Política, propina e futebol (Objetiva) e O caminho de Abraão (Planeta), Chade tocou em temas como a questão dos refugiados, a crise humanitária, a seletividade entre os povos necessitados e sobre como não olhamos para os nossos próprios refugiados.

Dividindo histórias e momentos especiais vividos com diversas pessoas ao redor do mundo, Jamil usou os muros levantados ao redor do mundo como tema da sua mesa. “Os muros não são construídos para garantir segurança, são construídos para dar a sensação de segurança, o que, obviamente, é muito diferente”.

O Fliaraxá segue até domingo com sua programação que ainda terá nomes como Jeferson Tenório, Eliana Alves Cruz, Carla Madeira, Itamar Vieira Junior, Kalaf Epalanga, entre outros. Todas a programação tem transmissão on-line e você pode conferir as mesas do dia no canal do festival no YouTube.

Frases do segundo dia de Fliaraxá:

  • "Acho que para escrever tem que ter uma sensibilidade para as coisas, mas nem todo mundo vai conseguir reproduzir uma história, nem todo mundo vai saber colocar no papel" - Tom Farias
  • "É preciso ter uma certa distância para escrever determinadas coisas. Mas acho que a maior fonte de material para a escrita está ali, na família" - Tom Farias
  • "Cada livro que eu escrevo, eu me torno uma outra pessoa depois" - Lucrécia Zappi
  • "Você tem que aceitar o risco de ser pacífico para se contrapor à violência extrema" - Sergio Abranches sobre "liderança calma".
  • "Vejo a direita como um vírus e a vacina é a gente ter tolerância com a direita que seja democrática" - Sérgio Abranches
  • "Os muros, no fundo, revelam o estado psíquico de uma sociedade" - Jamil Chade
  • "O objetivo central do muro não está fora dele, está dentro. É ali que cai a sombra" - Jamil Chade
  • "Os muros não são construídos para garantir segurança, são construídos para dar a sensação de segurança, o que, obviamente, é muito diferente" - Jamil Chade

Confira a programação desta sexta (7) no Fliaraxá:

11h – Oficina – “1.º Ato 40 anos: uma linguagem na dança contemporânea brasileira” (Auditório 2)
14h – Marcos Lima – “Histórias de cego” (Auditório 1)
15h – Jamil Chade e Juliana Monteiro – “Cartas do estrangeiro: considerações sobre a inserção do país no mundo pela correspondência de dois brasileiros no estrangeiro” (Auditório 1)
16h – Lula Ribeiro e Sérgio Rodrigues – “Literatura e música” (Auditório 3)
17h – Eugênio Bucci – “Incertezas” (Auditório 1)
18h – Homenagem ao Patrono – “Conversas e vidas de Mário e Tarsila”, com Mary Del Priore (Auditório 2)
18h – Celso Adolfo e Pasquale Cipro Neto – “A literatura na música” (Auditório 3)
18h – Grupo de Dança 1.° Ato: ‘Tecidos na Pele” (Palco Gastronomia)
19h – Lívia Sant’Anna Vaz – “Dimensões do possível: questões de raça e gênero no letramento do Brasil” (Auditório 2)
19h – Maria Paula Dallari – “Os inventores do Estado Brasileiro” (Auditório 1)
20h – Eliana Alves Cruz e Jeferson Tenório – “Territórios narrativos: vozes de autoria negra na Literatura” (Auditório 1)
20h – Simone Paulino, Rejane Dias e Kakay – “Livro, poder e mercado” (Auditório 2)
21h – Carla Madeira e Itamar Vieira Junior – “Liberdade e experimentação na escrita literária” (Auditório 1)
21h – Kalaf Epalanga e Jeferson Tenório – “O Atlântico separa literaturas com sinais trocados?” (Auditório 2)

*A jornalista viajou a convite do Festival Literário de Araxá

Tags: Fliaraxá
[07/07/2023 11:00:00]
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