Autora de mais de 60 obras, Colasanti nasceu em 1937, em uma cidade africana e que na época era uma colônia italiana. Chegou ao Brasil aos dez anos, em 1948, após o fim da Segunda Guerra Mundial, e já atuou como jornalista, apresentadora, publicitária e tradutora. É casada com o também escritor Affonso Romano de Sant'Anna e tem duas filhas, Fabiana e Alessandra Colasanti.
A escritora recebeu a notícia do Prêmio em casa, quando fazia massa de pizza para sua filha, com quem irá jantar hoje. “Estou muito emocionada, não esperava. Mas acho que sou merecedora porque tenho uma obra extensa. Nunca escrevi romance, mas muitos contos, minicontos, contos infantis, contos estranhos”, disse.
Entre contos, poesias, crônicas, ensaios e literatura infantojuvenil, Marina é autora de obras como Eu não sei se devia, Passageira em trânsito, Breve história de um pequeno amor, Uma ideia toda azul, Mais de 100 histórias maravilhosas, Mais longa vida e Vozes da batalha.
Uma das autoras mais premiadas do país, Colasanti já venceu o Prêmio Ibero-Americano SM de Literatura Infantojuvenil, no México; o Prêmio Oceanos e sete vezes o Prêmio Jabuti.
Para o presidente da ABL, Merval Pereira, o Prêmio Machado de Assis busca distinguir escritores que têm uma obra conhecida pelo público e pelos críticos. “É o caso de Marina Colasanti, grande escritora que tem uma vasta gama de livros, escreveu vários tipos de literatura com grande eficiência, sabor, e humanismo, principalmente. Por isso, foi escolhida pelos acadêmicos para receber o Machado de Assis. É o reconhecimento do trabalho de uma vida dedicada à literatura ou a outro tipo de atividade que produza conhecimento – livros, palestras, etc. A importância dele é que não é dado para uma obra específica, e sim para o conjunto da obra. Marina Colasanti é uma grande intelectual".
O prêmio Machado de Assis é o mais antigo do país e homenageia nomes que se destacam pelo conjunto de sua obra. Já receberam o galardão nomes como Roberto DaMatta, Ruy Castro, Gilberto Freyre, Ignácio de Loyola Brandão, Silviano Santiago e Rubem Fonseca.
O último prêmio entregue a uma mulher na ABL faz mais de 20 anos – foi em 2001, quando a escritora Ana Maria Machado venceu também o Machado de Assis.