
Em dois anos de existência, A Feira do Livro já ganhou uma "cara" na Praça Charles Miller – em formato circular e com as tendas brancas, obra da Maré Produções, comandada pelo arquiteto Alvaro Razuk. Sobre a produção para A Feira de 2023 e os planos para o futuro, do ponto de vista da arquitetura e do urbanismo, Razuk respondeu às perguntas do PublishNews:
PublishNews – O que significa, na sua visão, colocar uma Feira de livros na Praça Charles Miller, do ponto de vista do urbanismo de São Paulo?
Alvaro Razuk – Considerando-se que na cidade de São Paulo, onde a circulação de automóveis é feita de forma extremamente privilegiada, em detrimento da circulação de pedestres, ocupar a Praça Charles Miller com uso exclusivo dos pedestres é antes de tudo uma atitude política, um exercício de cidadania. A Feira do Livro tem também em sua gênese essa atitude.
PN – Como o conceito da arquitetura da Feira foi desenvolvido? Quais foram suas inspirações, e também objetivos com esse trabalho?
A questão que se colocou primordialmente foi a de se montar A Feira do Livro em área pública. Ai é que se coloca a ideia do projeto, onde a sua implantação compreende as qualidades da Praça Charles Miller. Trata-se aqui de um local abrigado configurado pela fachada do estádio e pelos dois taludes laterais. Aqui se forma o que chamamos de um recinto arquitetônico. Uma de suas qualidade é a de que o visitante consegue de maneira imediata perceber as dimensões do local em sua totalidade e, por esta razão, se sentir abrigado. O Projeto procura ter em seu desenho este entendimento.
PN – O que podemos imaginar para a Feira daqui pra frente, pensando nessa arquitetura?
Com certeza as experiências das duas edições nos faz comprender melhor o local e como o público se relaciona com ele. Pensamos que a cada nova edição, os espaços serão melhor qualificados para que, desta forma, a experiência da visitação se qualifique cada vez mais.
