
Além de historiador de peso nas análises sobre política e sociedade brasileiras no século XX, ele tinha diversas obras publicadas por várias editoras, como Edusp, Companhia das Letras, Objetiva, Bertrand Brasil, Sesi SP, Graal e Intrínseca. Sua primeira formação foi em Direito, mas desde sempre se interessou por literatura e política, cursando História em 1963 na USP. Foi perseguido pela ditadura e preso por três dias, mas se salvou da tortura do regime militar.
Entre suas obras, clássicos como A revolução de 1930, primeiro publicado pela Editora Brasiliense e, posteriormente, pela Companhia das Letras; e a obra Crime e cotidiano, pela Edusp. Outras publicações de grande influência em sua área foram História do Brasil, um calhamaço de 700 páginas publicada também pela Edusp; e Negócios e ócios, obra vencedora do Jabuti na categoria de Ciências Humanas pela Cia das Letras.
Além de publicar livros, o autor também foi colunista da Folha de São Paulo por cinco anos. Sua relação com a política foi sempre interligada à esquerda, mas perdeu as esperanças no final da vida, depois de se desiludir com o trotskismo e com partidos brasileiros.
Era casado com a educadora Cynira Stocco Fausto, que faleceu em 2010, e deixa dois filhos, Sérgio e Carlos, ambos seguindo o trabalho do pai, o primeiro como cientista político e o segundo como antropólogo.
Nas redes sociais da Companhia das Letras, a historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz lamentou a morte do colega, de quem editou alguns livros. “Boris era um professor de vida. Generoso, ele inventava aos outros e a si mesmo também. Escreveu sobre o mundo do trabalho quando ninguém escrevia, completou a coleção ‘História da civilização brasileira’ com grande originalidade, e ainda passou a fazer memórias e jornalismo histórico. Suas memórias históricas inovaram no afeto, na pesquisa e na sensibilidade. Além do mais, era um grande incentivador dos outros. Me ajudou imensamente, sempre e em todos os sentidos. Vida longa à obra do Boris, que nunca acaba", escreveu.






