Três Perguntas do PN para Danilo de Paulo, designer e diagramdor
PublishNews, Beatriz Sgrignelli, 28/03/2023
Dia do Diagramador e Revisor é celebrado nesta terça-feira (28), e o PublishNews conversou com o designer gráfico com mais de uma década de experiência no mercado editorial

O Dia do Diagramador e Revisor é celebrado nesta terça-feira (28), e o PublishNews conversou com Danilo de Paulo, designer gráfico com mais de uma década de experiência. Ele é criador e atualmente dirige o mercurio.studio, especializado em clientes nas áreas de cultura, editorial e terceiro setor. Atende clientes como Goethe Institut São Paulo e Rio de Janeiro, Casa de Cultura do Parque, Casa Sueli Carneiro e já colaborou com clientes como Instituto Ethos, Agenda Pública, Pacto pela Democracia, Cosac Naify e Abril Educação. Recentemente fez as capas dos livros Friday black, de Nana Kwame Adjei-Brenyah e Arruda e Guiné: Resistência negra no Brasil contemporâneo, de Bianca Santana, ambos publicados pela Fósforo Editora.

Seus trabalhos foram selecionados para exposições de design como Bienal Iberoamericana de Diseño–Madrid (2016, 2018), Bienal Brasileira de Design Gráfico (2018) e para mostra coletiva Como se pronuncia design em português – Brasil hoje (Lisboa, 2017).

Danilo respondeu algumas perguntas do PN sobre a área de design gráfico, suas demandas em relação ao mercado editorial e perspectivas para o setor no futuro.

PublishNews – Pensando no contexto atual do mercado editorial, quais são as maiores competências que um designer deve ter?

Danilo de Paulo – Além de conhecimentos específicos da área, penso que um bom profissional deva ter um amplo repertório visual/cultural, ótimos conhecimentos tipográficos e sensibilidade para eleger corretamente as melhores opções para seu projeto e flexibilidade/abertura para trocas com os editores.

PublishNews – Você criou a mercurio.studio, um estúdio especializado em design gráfico e que atende editoras e outras empresas do mercado do livro. Como você avalia o estado atual do mercado editorial em relação às demandas de design e diagramação? Seu trabalho tem um forte caráter artístico, você tem conseguido encontrar espaços para exercê-lo nos livros?

Danilo – No geral, os projetos que chegam ao estúdio vêm com um direcionamento bem claro com relação às expectativas editoriais. Nos poucos casos onde isso não acontece, sinto uma boa flexibilidade das editoras em construir o projeto em parceria, e isso é muito bom para todo o processo editorial.

Dito isso, entendo que cada projeto gráfico é único. Às vezes nos pede um pouco mais de silêncio, outros pedem um pouco mais de expressão gráfica. Com a experiência acumulada, juntamente com esse alinhamento editorial prévio, conseguimos chegar em respostas gráficas mais coerentes a cada projeto. É tudo sobre referências e como as utilizamos em cada caso. Mas no geral, penso que conseguimos chegar em resultados interessantes.

PublishNews – Por fim, uma perspectiva para o futuro: você acredita que novas tecnologias relacionadas à Inteligência Artificial possam afetar de alguma forma o trabalho de diagramadores e diretores de arte no mercado editorial?

Danilo – Acredito que possa facilitar alguns processos de diagramação e editoração, mas não penso que substituirá o trabalho do profissional designer gráfico. Penso que, em um futuro próximo, o uso da inteligência artificial possa facilitar alguns processos criativos e até ser um caminho criativo caso faça sentido no projeto gráfico (já podemos ver alguns projetos impressos pensados a partir do AI). É interessante que o profissional esteja atento às novas tecnologias e entender o que faz sentido ou não usar no dia a dia, mas não penso (e espero) que a profissão seja afetada negativamente com isso.

[28/03/2023 08:00:00]