Vendas da Barnes & Noble de 2022 cresceram em relação a 2018 e 2019, segundo CEO
PublishNews, Redação, 14/02/2023
Em entrevista ao portal Publishers Weekly, James Daunt afirmou que livrarias devem buscar canais para apresentar novos livros aos leitores

Novo formato de lojas foi apresentado pela Barnes & Noble em 2022 | © B&N
Novo formato de lojas foi apresentado pela Barnes & Noble em 2022 | © B&N
O ano de 2022 foi o melhor para a Barnes & Noble – a maior rede varejista de livros dos EUA – desde que o CEO James Daunt assumiu, em 2019. Uma marca que ele mesmo reconhece como não muito complicada, já que muitas das lojas tiveram que fechar em diversos períodos ao longo dos primeiros anos da pandemia. A novidade é que as vendas de 2022 ficaram "confortavelmente acima" dos números de 2018 e 2019, de acordo com uma entrevista de Daunt ao Publishers Weekly.

O aumento veio mesmo com problemas em dezembro, quando algumas das lojas tiveram que fechar por conta de tempestades de neve, bem na temporada de Natal. As vendas cresceram lideradas por um bom desempenho da categoria ficção e por outro ano bom para os mangás.

Os livros tiveram um share maior das vendas comparado a 2021, o que não é exatamente uma boa notícia, segundo o CEO, já que outras mídias, como DVDs, música e jornais, se enfraquecem. Ele compartilhou que a rede também vai remover produtos "que não se encaixam numa livraria", como cobertores e outros presentes, para favorecer objetos ligados ao impresso e à leitura.

Daunt afirmou que "as vendas de e-book não vão aumentar", mas que um novo serviço de assinatura para audiolivros, introduzido no fim do ano, está indo bem. Segundo o executivo, a rede tem conseguido se aproveitar das condições favoráveis que a pandemia criou para a leitura, bem como da influência do BookTok na comunidade de leitores do país.

Outra mudança recente é uma preocupação maior com a aparência e a curadoria das lojas. "Quanto melhor a loja, melhores as vendas", disse. A cobertura da mídia mainstream também tem sido positiva devido ao crescimento do número de lojas – até o fim do ano, o CEO espera que a rede acrescenta 30 locais aos cerca de 600 já existentes. As mudanças dependem muito de questões envolvendo negociação de aluguéis, por exemplo.

Uma fraqueza do negócio, destacada por Daunt, são as vendas de livros de não ficção – mesmo com os bons números de Spare (O que sobra, no Brasil), do príncipe Harry, em janeiro.

Daunt também comentou na entrevista que um desafio é fazer com que os leitores descubram novos livros, e não apenas encontrem os títulos já conhecidos na livraria. Ele acredita que é preciso que as próprias lojas encontrem caminhos para conectar leitores a novos livros. Um objetivo da B&N nesse sentido é expandir seus planos de assinaturas e encontrar formas de se comunicar melhor com os assinantes.

"Estou me sentindo muito, muito bem", disse ainda. "É um tempo animador para ser um livreiro".

No ano passado, Daunt participou do Interlivro - evento realizado pelo PublishNews durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Para conferir a entrevista com ele, clique aqui.

[14/02/2023 09:00:00]